sábado, 16 de março de 2024

Auto da Paixão de Jesus Cristo (Argoselo) 1ªParte



O TEATRO POPULAR


"O Auto da Paixão de Cristo é uma parte da identidade Argoselense. Este espetáculo é a reprodução da maior prova de amor realizada entre os homens. Tradição desta altura do ano, o teatro popular religioso pode estar em vias de desaparecer. Mesmo assim, há quem queira revitalizá-lo. A dinâmica social das povoações mudou, os autos, constituíam uma importante manifestação de teatro popular tradicional, podem estar em vias de desaparecer. É difícil juntar 50 ou 70 pessoas, em povoações desertificadas, duas horas por dia, para ensaiar a realização do auto, para que ponham de pé a representação, o dinheiro até aparece, uma vez tomada a decisão. Mas não há sequer dinamizadores locais. O clero poderia interessar-se mais, passando o entusiasmo à pessoas, para contrariar aquilo que pode ser a tendência de desaparecimento.

Não só o padre Manuel do Nascimento, que enquanto pároco, como alguns intelectuais argoselenses; Sr. Ismael, (latueiro) Sr. Raimundo (sapateiro) mais recentes; Sr. José Fernandes (conde) Sr. Humberto do Fundo (limpa chaminé) e Sr. Carlos Oliveira (sargento) ajudaram a dinamizar a tradição teatro popular. Nestas iniciativas desempenharam um papel importante.

Que eu me lembre, vi em Argoselo, Os Sete Infantes de Lara, A Paixão de Cristo e a Imperatriz Porcina. Os textos dos autos (como das endoenças) são, essencialmente, manuscritos por populares a partir de outros textos eruditos sobre a vida de Jesus.

Nas longas noites de Inverno, dizia José Fernandes (Conde) era fácil à comunidade encontrar-se para ensaiar. A emigração e a desertificação do interior foram causas evidentes da desmobilização popular em redor destas tradições. Como também o aparecimento de formas alternativas de passar o tempo livre, como os cafés. Hoje, para retomar a tradição, é mais difícil que aconteça. Junto de alguns conhecedores do fenómeno, numa década houve um só auto em Argozelo, havia muito mais realizações nas décadas de 50 e 60 foram, aliás, as mais intensas em termos de realização e recolha, neste século.

A comunidade diz também que nota não haver muito interesse por parte das entidades em " recriar, reinventar, recuperar ou não deixar morrer" o teatro popular.

Blog Freixagosa


 

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