quinta-feira, 29 de abril de 2021

NEM TUDO NEM NADA...

Percorro as minhas redes sociais e só encontro dois tipos de publicações. As daqueles que acreditam em tudo e daqueles que já não acreditam em nada. Se, por um lado, os primeiros podem ser perigosos, por outro, os segundos não são menos!

Vejo, no meu mural, publicações de alguns dos meus contactos que as fazem sem questionar minimamente a fonte de onde retiraram a informação. São aqueles que acreditam em tudo e que ajudam a partilhar tudo como se de verdades se tratasse, mesmo que cheirem a esturro ao longe! Por outro lado, vejo publicações daqueles que parece que estão em negação com todos! Deixaram de acreditar seja no que for. Acreditam apenas que vivemos no meio de uma conspiração gigantesca, que nos querem controlar com vacinas, com aplicações, com o raio a quatro! A ciência não funciona, quem me o disse foi um amigo do meu vizinho que tem num vídeo que publicou!

A diferença não é muita. Entre acreditar em tudo ou em nada a diferença não é quase nenhuma. Simplesmente demitimo-nos direito do dever de pensar. Reproduzimos aquilo que diz o que já pensamos, sem percebermos que só já nos mostram, só aquilo que vemos.

Faltam-me, pelo menos no meu mural, pessoas moderadas. Daquelas para quem nem tudo é preto, nem tudo é branco. Daquelas que ainda acreditam, mas só às vezes. Gostava de encontrar as pessoas que, como eu, ainda acreditam no cinzento. Sabem que há corruptos, mas que ainda nem todos o são. Sabem que há charlatões, mas sabem também que ainda nem todos o são. Sabem distinguir entre um corrupto charlatão e um charlatão que diz querer acabar corruptos.

As discussões assemelham-se, cada vez mais, às discussões (para mim) estéreis sobre futebol! Para uns, o golo será sempre justo, enquanto que, para outros, será sempre um roubo do árbitro para com a sua equipa.

Talvez não esteja talhado para entender tudo isto. Talvez uma meia solução fosse o aconselhável? 

Pensava sobre essa dicotomia, entre ser um ser entre outros seres e ser um ser sozinho, teimosamente a lutar pelos seus ideais? Mas quais ideais? Os ideais são para, dizem, os idiotas e mesmo assim, os ideais dos idiotas não servem a ninguém, a não ser aos próprios.

Pessoas que se acham melhores que as outras, que se fazem de coitadas, não valorizam o que possuem (relacionado a tudo), pessoas que se ficam  exibindo; que abusam da bondade dos outros; falta de caráter pisando nas outras; perguntas e comentários maldosos; gente com duas caras; duas posturas; mentirosas; duas vidas; duas convicções; duas moradas; duas aparências; duas orientações e duas conversas... só mesmo vê-los à distancia e ignorá-los!!

A vida é boa demais para ficarmos preocupados com a má-língua e pessoas falsas!!

Ilídio Bartolomeu

 

terça-feira, 27 de abril de 2021

Nº47 GENTE DA MINHA TERRA ARGOSELO MEMÓRIAS DE SEMPRE

          




                                                                           
                

sábado, 10 de abril de 2021

TAMBÉM É PRECISO TER FÉ!

O novo coronavírus vai acabar com a espécie humana?

Claro que não! A humanidade já passou por muitas pandemias, esta não será a última. A mais terrível delas foi a gripe espanhola que ocorreu entre 1918 e 1920 quando a população mundial rondava 1,9 bilhão de pessoas, e que infetou mais de 500 milhões de pessoas e matou cerca de 100 milhões, numa época que não havia remédios eficientes nem vacinas. Foi um Deus nos acuda! Mas a maioria dos infetados adquiriu anticorpos e o vírus enfraqueceu e desapareceu. Os tempos são outros, e há muita tecnologia na área da Saúde e não é cabível morrer imensa quantidade de pessoas.

O confinamento, é a solução? Não, não é a solução por causar um efeito contrário senão for usado adequadamente, e infetar ainda mais porque as pessoas vão aglomerar-se nas suas casas, na vizinhança e filas de supermercados. Depois de um vírus se espalhar pelo país, não há como controlar a disseminação e não adianta fazer confinamento. O confinamento só resolve quando for usado num foco pequeno de infetados como aconteceu numa vila, no norte do pais. O certo é isolar os infetados e não os sadios, senão a contaminação será maior ainda.

 Outro facto que contribuiu para a propagação do coronavírus 19 em Portugal, foi a extensão territorial, fronteiras, aeroportos e intercâmbios com outros países. Sem falar de um terço da população que vivem na pobreza e sobrevivem da informalidade. E qual é a solução então? A solução é a vacina e remédios eficazes!

Sou a favor do uso de qualquer remédio, até caseiros, desde que não façam mal à saúde, porque o que vale é a fé e o otimismo das pessoas. Até porque não existe um remédio eficaz e a pessoa tem que se proteger até à vinda dum milagroso tratamento científico hospitalar. A fé faz bem. Eu acrescento: só quem tem fé sabe o quanto faz bem, e nos alavanca a todo instante. Fé em Deus, fé no próximo, a certeza de que é possível que esta pandemia irá passar.

A mutação ou variantes do coronavírus é normal?
É um processo normal que ocorre na natureza devido a disseminação e tende a driblar os remédios e vacinas. Por outro lado, mesmo com a mutação do vírus as pessoas infetadas vão criar anticorpos e o vírus irá enfraquecer até desaparecer.

E quando será o fim da pandemia? Assim como a gripe espanhola ou gripe de 1918, a pandemia da Covid-19 deve durar por alguns anos. Vale ressaltar que todo o vírus tem um prazo de validade como ocorreu com a gripe espanhola, ou seja, tende a desaparecer naturalmente. O problema está na mutação do coronavírus, que se não for evitada pela vacina ou remédios, não se sabe quando acabará.

 O isolamento social, higienização das mãos e uso de máscaras são importantes para o isolamento e erradicação do coronavírus, mesmo se a pessoa tiver alguma comorbidade. Por fim, a máscara não vai proteger-nos a 100% contra o coronavírus, mas é um sinal de respeito à pandemia.

A educação é a higiene do espírito, assim como a higiene é uma verdadeira educação do corpo.

Ilídio Bartolomeu



terça-feira, 6 de abril de 2021

E DEPOIS DA PÁSCOA COMO É?

A Páscoa é muito mais do que comemorações, tradições, rituais, encenações. Ela tem um significado vivo, que deveria ser vivido todos os dias por cada um de nós mas infelizmente não é o que acontece.

Logo no final do domingo, (ou antes), a Páscoa já terá terminado para a maioria das pessoas. Sim, a Páscoa terá sido mais um feriado prolongado, mais uma participação numa encenação, mais um ritual feito, mais uma tradição mantida.

O que ficou da Páscoa na vida das pessoas? Será que não foi só mais uma “festa” carregada de tradição e religiosidade que, na verdade, se comemora porque está no calendário do país mais importante da religião? Ou realmente viveu ou viverá, nesse Domingo, a verdadeira Páscoa e pretende vivê-la nesta segunda, terça, quarta…?

Sou totalmente a favor da comemoração da Páscoa, mas não sou a favor de que na segunda-feira estejamos nas ruas, sem compromissos para as nossas vidas, com Cristo, sem qualquer mudança, sem qualquer indício de que a Páscoa nos marcou pelo resto dos nossos dias.

Mesmo sendo uma data muito popular, a Páscoa ainda deixa muitas pessoas em dúvida. Muitos ainda não compreendem de onde ela surgiu e o seu real significado. Com a forte apelação do comércio as pessoas confundem-se mais ainda. Não é raro vermos pessoas respondendo que a Páscoa são ovos de chocolate, folar, rosquilhas, festa, doces, mesa farta ou mais um feriado católico. Tudo isso têm o seu lugar, mas esse lugar não deve ser tomado pelo verdadeiro propósito da nossa comemoração! Porque esta comemoração deve ser lembrada todos os dias e não somente na Páscoa!

O sacrifício de Cristo foi perfeito e suficiente. Não transformemos essa bênção de Deus em maldição para as nossas vidas, vivendo-a de forma  mecânica, hipócrita e sem compromissos. Pelo contrário, que a vivamos de todo o coração, com toda a força, com todo entendimento, empenho e entusiasmo. Estas são as atitudes que Deus espera que a Sua Páscoa provoque em nós a transformação e a libertação dia após dia.

Feliz Páscoa! Para todas as famílias e desejo que esta época de paz traga muita felicidade e harmonia.

Ilídio Bartolomeu

 


sexta-feira, 2 de abril de 2021

Nº22- RESSUREIÇÃO DOMINGO P. E VISITA P. MEMÓRIAS DE SEMPRE


            

Estamos no Domingo de Páscoa, dia mais importante dos cristãos, em que se celebra a Ressurreição de Jesus Cristo, por isso se diz: «Cristo ressuscitou, Aleluia, aleluia!».

É um costume que está muito enraizado em Argoselo. Também é chamado de «Compasso» ou simplesmente «Cruz». Trata-se de um grupo de pessoas, normalmente presidido pelo Pároco ou outro por ele designado, que saem da Igreja paroquial levando a Cruz de Cristo. O acolito  vai tocando um sino pelo caminho para avisar sobre a aproximação do Senhor, percorrem as casas dos cristãos que assim o desejem, abençoam os lares e levam a alegria de Cristo Ressuscitado.

Normalmente, as famílias que abrem as suas portas de casa à Cruz,  encontram reunidas à volta da sala, esperando a sua vez para, num gesto simbólico (um beijo ou outro similar), manifestar a sua condição de seguidor de Cristo inserido numa comunidade cristã e expressar o Seu amor a Jesus. Depois deste rito, no centro da sala encontra-se uma mesa recheada com folares amêndoas e outro doces alusivos à época, se quiserem petiscar ou levarem.  

Esta é uma boa altura de visitar os amigos e familiares, e também, como não, de esquecer rancores, se os há, pois a palavra de ordem é «alegria».

Em Argoselo a Visita pascal decorre na segunda – feira de Páscoa, continuando  até ao Domingo  seguinte, chamado de «Domingo da Pascoela»

Ilídio Bartolomeu