domingo, 23 de fevereiro de 2020

TANTOS PORQUÊS…


Já te questionaste por que trabalhas e onde trabalhas, consomes o que consomes, estudas o que estudas, etc.? O que te faz desejar, por exemplo, ter um iPhone 10 se o teu 7 realiza praticamente as mesmas coisas? Por que decidiste pelo curso de história e não de engenharia, ou de direito ao invés de medicina? Quais os motivos reais que te levam a colocar as tuas fotos, viagens ou compras nas redes sociais?

 Muitas pessoas têm facilidade em explicar o que fazem da vida, no que trabalham, compram ou o que estudam na faculdade, mas não conseguem explicar como gastam o seu preciso tempo e por que fazem o que fazem. Estes dias, um colega de trabalho veio mostrar todo eufórico, uma foto antiga e outra atual do seu físico corporal. Não quis ser indelicado e apenas respondi: Epá, que “barriga musculada”, mas também pensei: Onde ele quer chegar com isso? Qual o propósito de se privar de alimentos a fim de poder ter uma "barriga musculada?"

 A verdade é que a maioria das pessoas não tem um porquê na vida. Não sabem responder o que as levam a levantar cedo para o trabalho, além é claro de ganhar dinheiro e sobreviver. Talvez seja este o motivo de tanta gente sem orientação e destino. Gente que até pode ter e ganhar dinheiro, mas não tem plena satisfação. Enfim, não adianta termos só metas e objetivos se não nos perguntarmos: por que caminhamos e chegamos? A menos que seja um anarca, os porquês devem ter muita relevância para a sua vida.

"Barco sem rumo não sabe quando o vento é favorável". Quando não se sabe para onde se quer ir,  quando não se sabe o que se quer, anda-se à deriva e não se sabe o vento que ajuda nem o que desajuda. Tanta gente perdida e enganada porque vai com a moda, ao sabor do vento! E bastava ter um bom objetivo!...

Quem é que, nas horas de silêncio e recolhimento, nunca interrogou a natureza e o seu próprio coração, perguntando-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do universo? Onde está aquele que jamais procurou conhecer o seu destino, levantar o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade? Não seria um ser humano, por mais descuidado que fosse, se não tivesse considerado, algumas vezes, esses tremendos problemas. A dificuldade de os resolver, a incoerência e a multiplicidade das teorias que têm feitas, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas já divulgados, todo esse conjunto confuso, cansando o espírito humano, os têm relegado à indiferença e ao ceticismo.

Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, que serve de base à explicação dos porquês das coisas.

As causas desses “porquês” são a força, que se deve procurar na sua fonte de origem, o primeiro elemento componente do universo, pois os efeitos são a matéria e nada mais. No universo só existem força e matéria, os mesmos componentes do homem e de tudo que tem vida. Nada reais há, além desses dois elementos, Força e Matéria. Tudo se engendra e desdobra dentro deles.

 Ilídio Bartolomeu


terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA…


Uma preocupação de todo ser vivo, certamente é como melhorar a qualidade de vida, mas falar sobre isso, é algo fora de propósito nos dias de hoje. Pois, de que pode adiantar tomarmos todos os cuidados necessários com a nossa saúde, se estamos sujeitos a ver um avião entrar pela janela da nossa casa, ou então uma bomba a explodir ao nosso lado, ou então ser descoberto por uma bala perdida, são muitos os “ou então” para atrapalhar a nossa vida.

Mas não vamos falar nesses detalhes secundários.  A vida é muito bela para ser vivida. E para que possamos desfrutá-la, é interessante cuidar da nossa saúde, pois dela dependemos para manter um bom ritmo de vida, e, principalmente, uma boa qualidade de vida.

Dizem que os jovens de hoje quando falam ou fazem algo de interessante, são só trambicadas.  Não concordo com isso, baseado no que vejo no got talento Portugal, meninas/os com sete e oito anos a cantar, dançar ballet ou fazer acrobacias (meninas/os de futuro esse) dizem o seguinte: são muito felizes, e querem ser artistas famosos.

Atualmente a perspetiva de vida está muito mais duradoura do que alguns anos atrás, quando o homem, geralmente chegava até aos 60, quando muito aos 65, mas já velhinho.  Agora já existem condições melhores, desde que não aconteça nenhum dos “ou então…”

Foram descobertas diversas vitaminas à disposição, bem como alguns medicamentos que realmente dão meios de adiar por mais algum tempinho aquele bate-boca definitivo com o amiguinho. Tudo bem, só que além das vitaminas, medicamentos, etc., há que melhorar também a qualidade de vida. Já dizia um sábio filósofo que cada caso é um caso, mas existe uma regra geral a ser seguida para quem quiser ter uma vida mais longa e igualmente saudável, que não pode ser desprezada.

“O homem vive preocupado em viver muito, e não em viver bem, quando na realidade não depende dele o viver muito, mas sim o viver bem”

São palavras que merecem um estudo mais aprofundado, pois realmente a ciência tem vindo a estudar meios de prolongar a vida das pessoas, nem que seja artificialmente.

Sim, pois à medida que os anos vão passando, o nosso organismo começa a exigir uma alimentação mais saudável, isenta de gorduras, temperos picantes, etc. coisa já fartamente divulgada e que só não aprende quem não quer, dizendo que "não consegue" mudar certos hábitos alimentícios, mas que na verdade, não quer fazê-lo...

Outra coisa que atrapalha por demais a boa qualidade de vida na idade, é o tal do cigarro, que muita gente teimosa se recusa deixar de lado,  apesar dos seus danos serem também divulgados, só não acredita neles quem for muito teimoso, ou não se amar o suficiente. O fumador, é aquele que odeia o seu organismo.

Só vou acrescentar uma coisinha, pois outro dia alguém me disse que essa história de que o cigarro encurta a vida é balela, pois o seu avô fumava e morreu com 80 anos.  Bem, essa poderia ser uma exceção, mas na verdade acho que o avozinho dele se não fumasse, chegaria aos 100.

Sigam o raciocínio dos conceituados pneumologistas, que foram curtos e grossos nas suas palavras: "O cigarro não mata diretamente ninguém, só enfraquece o organismo.  Assim, em caso de qualquer problema de saúde, a possibilidade de recuperação de um fumador fica seriamente prejudicada. Isso, numa doença que exige um tratamento prolongado, pode ser fatal.

 Dito isto, ... Já vi tantos filmes de fumadores com final infeliz, que nem gosto de falar muito sobre isso.  Sempre haverá aqueles que vão dizer que são donos do seu corpo.  Claro, até concordo, pois é o tal do livre arbítrio, e todos temos o direito de viver, ou não, como quisermos. Com maior ou menor qualidade, com mais ou menos saúde. Em teoria, é isso mesmo. A vida é nossa. Respeito o espaço dos fumadores, desde que respeitem os outros.

Com força de vontade, trabalho e perseverança, sempre poderemos melhorar a nossa qualidade de vida…

O importante é sabermos fazer a nossa parte bem feita...

A todos, os fumadores ou não, espero que tenham um lindo dia, se possível, longe do cigarro.

Ilídio Bartolomeu



sábado, 15 de fevereiro de 2020

O HÁBITO NÃO FAZ O MONGE


Corrupção e maldade parecem fazer parte do nosso dia a dia. Ansiamos por um modelo social onde essa sinistra visão de podridão moral seja abolida. Mas não haverá mudança no comportamento ético e moral do nosso povo e consequentemente dos nossos empresários, políticos e governantes, se os modelos internos que informam o nosso comportamento também não forem modificados. Esses modelos são as nossas crenças, os nossos valores de comportamento.

Não é o mundo em que vivemos que é pobre e cheio de dificuldades. E não é nele que se encontra a verdadeira causa da pobreza, da infelicidade e das desgraças que atingem a vida das pessoas. A razão de termos de conviver com esses hóspedes indesejáveis está no modelo de mundo que nós construímos nos nossos pensamentos. As pessoas que parecem não encontrar nenhum caminho na vida fora do vício e do crime são aquelas que têm dificuldade de ver, ouvir, ou sentir as possibilidades de sucesso, agindo com ética e nobreza de caráter.

Os seus modelos de mundo são tão pobres em opções de resposta que tudo nos seus entendimentos conseguem formular como formas de ganhar a vida são maneiras de enganar, iludir, enriquecer sem custo nem esforço e usufruir do mundo sem dar a ele nada em troca. Um mundo melhor exige que aprendamos a construir os nossos modelos mentais de acordo com pressupostos onde a ecologia do sistema encareça de forma especial a questão ética e moral, de forma que tanto o ambiente interno do indivíduo as suas crenças e valores, o ambiente social, não sejam desequilibrados pela corrupção e pela filosofia do ganho fácil.

Os nossos atuais modelos de inteligência contemplam o velho pressuposto marxista segundo o qual a forma pela qual ganhamos a vida determina a forma pela qual pensamos e sentimos. Isso pressupõe que é a matéria que cria o espírito e não o contrário. Conclui-se que quanto mais podre o nosso ambiente externo estiver, mais deteriorado se apresentarão os indivíduos com caráter. É o hábito que faz o monge e não o monge dando qualidade ao hábito.

É preciso abandonar essa crença se quisermos sair desse círculo vicioso. Se não acreditarmos que podemos ser melhores do que somos, então estaremos de facto perdidos. E aí só nos restará pedir a Deus um novo dilúvio para acabar com o que existe hoje e tentar começar tudo de novo.
Tenho comigo que o velho Marx estava errado. Creio estar mais que provado que o espírito humano pode ser construído independentemente das condições a que a matéria que o acomoda é submetida. Ninguém é corrupto por natureza. Se todo vício é resultado de uma má virtude também pode ser aprendida com um bom programa de educação. Só acreditando nisso é que podemos ter esperança num futuro melhor para a humanidade.

Ilídio Bartolomeu


domingo, 2 de fevereiro de 2020

SOU UM SAUDOSISTA, MAS NÃO ENRAIZADO…


Sou um saudosista, mas não enraizado. Não sei viver sem evocar o passado. Mas não nego os preconceitos e tabus daquele tempo. Nunca vou negar que, além da violência usada pelo governo para sufocar qualquer tipo de oposição, outro absurdo era o machismo exagerado, radical e, não raro, violento.

À mulher só ficava com direito, o de dizer cala a boca menina e xô galinha. Sim, até ao começo dos anos 60 a mulher só tinha uma função: administrar a casa, cuidar dos filhos e ser submissa total ao marido.

 E não ficava só nisso, rara era a mulher casada que o marido permitia se submeter a um exame ginecológico. Lembro-me bem de ter ouvido várias vezes a seguinte frase absurda: Nenhum machão, pode ser o melhor medico do mundo e confiável, vai ter o direito de ver as partes da minha mulher. Até os partos eram feitos por parteiras. Muitas mulheres e bebés morreram por causa desse tabu, preconceito, ignorância, machismo irracional.

Vou contar um facto verídico que seria até cômico se não fosse trágico. Um doutor da cidade, era um médico muito respeitado, humanitário e de absoluta confiança do povo da Região. Pois bem, a esposa, de um dos seus melhores amigos, adoeceu e como não melhorou logo o marido consentiu que ela fosse novamente consultar o doutor. Mas desta vez, foi o marido e a esposa ao consultório. O doutor mandou deitar a mulher na maca, auscultou-a e tirou-lhe a tensão e, claro, começou a apalpar o seu abdómen, o marido desconfiado e aflito, quando doutor quis apalpar mais embaio, o homem disse meio rude:  Doutor, dai em diante eu não admito que apalpe a minha mulher. Este caso prova o absurdo do preconceito de uma época.

Vivemos numa sociedade considerada machista. Isso manifesta-se em diversos problemas como a desigualdade de direitos entre homens e mulheres, altos índices de violência, assédio e violação, objetificação da mulher, diferença salarial e muitos outros efeitos. Mas, afinal, sabem o que é machismo? O que caracteriza uma pessoa machista? Como esse conceito afeta mulheres e homens? Quais são os dados sobre o assunto? Confira a explicação a seguir!

O machismo é um preconceito, expresso por opiniões e atitudes, que se opõe à igualdade de direitos entre os gêneros, favorecendo o gênero masculino em detrimento ao feminino. Ou seja, é uma opressão, nas suas mais diversas formas, das mulheres feita pelos homens. Na prática, uma pessoa machista é aquela que acredita que homens e mulheres têm papéis distintos na sociedade, que a mulher não pode ou não deve se portar e ter os mesmo direitos de um homem ou que julga a mulher como inferior ao homem em aspetos físicos, intelectuais e sociais.

O machismo está tão enraizado na nossa sociedade que o discurso de homens e mulheres está repleto de frases que são mais machistas do que a gente pode imaginar.

Hoje a situação da mulher melhorou muito, mas ainda existe preconceito, não como antigamente, mas o machismo ainda persiste.

Ilídio Bartolomeu