sexta-feira, 28 de abril de 2017

ARGOSELO – ROTURAS DAS ÁGUAS E ESGOTOS… DE QUEM É A CULPA?

O nome desta antiga, importante e populosa aldeia, aparece com as seguintes gráficas: ULGOSELLO, ALGOSELLO E ARGOSELO­_ o que o topónimo nos dá a entender que seria um local onde as suas águas seriam em abundância.
Assim parece que era. Com as primeiras chuvas corria água com fartura brotando nas fontes, enchiam tanques e bebedouros para o gado, alagavam os “lameiros”, corriam pelos regatos, enchiam os poços, havia água (em abundância em Argoselo).
Nesses tempos ia-se buscar a água às fontes e poços carregava-se em Jarros e cântaros para casa, para lavar a louça, cozinhar, lavar o corpo, dar de beber aos animais e servia para quase tudo, já que a água é a fonte da Vida. Várias vezes ao dia as pessoas faziam este vai e vem de Cântaro transportando-o no braço ou encostado na anca.

Tempo que não havia a necessidade de fazer furos ou escavações para obter água necessária para regar as hortas, pois ela era tanta a brotar das nascentes, fontes e poços naturais, que chegava naturalmente.
Como é do conhecimento de todos, em Argoselo laborava umas ninas em profundidade, onde se previa com as extensas galerias, o termo iria perder água nas nascentes numa parte significativa do termo, ficando assim os proprietários das terras onde tinham as suas hortas, privados de água abundante para a rega. 
   
Mas lá diz o velho ditado: o que era bom acabou-se…

Quando os Argoselenses entendiam que nunca iria acabar a fartura de água, ninguém se lembrou que a tendência seria uma seca, e assim veio acontecer. As minas para escoar as águas das galerias para a Ribeira dos Inverniços, lembrou-se de abrir uma galeria atravessando o povoado, dando origem a que realmente, todas as fontes existentes, o povo ficasse sem resta de água sequer para beber, tanto para as pessoas como para os animais.
 Então deu-se o inevitável; a população não podia estar sem água, vem daí que a mina, fez tratamento das águas no próprio complexo, e canalizou água potável para a fonte da Espadana. Por alguns anos foi a fonte única que abasteceu a população.

Era claro que esta situação, não era sustentável para uma aldeia verdadeiramente tão populosa, havia que fazer algo para resolver esta lacuna da falta do mais precioso líquido para se sobreviver. De tanto reclamar o povo, eis que chegou a altura que havia a extrema necessidade de a Camara de Vimioso, de se decidir fazer saneamentos e canalizar a água do Rio Maçãs, para o povo de Argoselo e outras aldeias vizinhas, evitando o carregamento desta até casa, com todo o esforço e salubridade que isso acarretava. Onde logo a grande parte das casas da Aldeia meteu a água. Foi um pequeno passo, mas grande para a população de Argoselo.

Assim se manteve estas duas estruturas durante anos, mas ….

A modernidade trouxe novas exigências, e logo um maior consumo de água doméstica, conjugado com as ligações aos saneamentos, não estivessem sempre a rebentar ora num sítio ora noutro. Só facto de a tubagem dos saneamentos, ainda serem de amianto, a água toda barrenta ao ponto de não se poder beber, e ser prejudicial á saúde. Mas também se fosse disponível de tal maneira suficiente, para todos os usos, embora o planeamento fosse só para uso doméstico. Mas não. Enquanto uns se dão ao luxo de poder regar à vontade as suas hortas de cultivo e lavar os caros, há habitações que das suas torneiras não pingam água.
Esta situação tem-se prolongado alguns anos, recorrendo-se a restrições fechando-se torneiras durante um dois e três dias, especialmente no Verão, quando a população de Argoselo triplica ou mais. É um autêntico martírio viver sem água numa Terra que se denominava; Fartura de Água.

E o que se tem feito? nada, ou melhor, enquanto as fugas das canalizações não são reparadas corta-se temporariamente a água para alguns, para contrariar outros há quem a tenha em abundância. Não há equidade. Têm sido anos de espinhos, ou não há quem queira dar solução? Para que todos tenham água canalizada a qualquer hora, seja Inverno ou Verão ´há que o povo exigir solução, e vem aí a altura apropriada para resolverem esta situação.

Se me é permitido emitir opinião: é um trabalho de Interesse público para a população de Argoselo.
 Se houve soluções há anos para o abastecimento de água potável para todas as habitações e uma rede de esgotos a toda a aldeia capaz, será que não haverá uma outra nova solução para trocar as canalizações, e a água fundamental para que continuemos a tê-la?

 Estou convicto que haverá uma razoável maneira de fazer chegar a fonte da vida, água, a todos que dela precisem.


Ilídio Bartolomeu

terça-feira, 25 de abril de 2017

O ANTES E DEPOIS DO 25 DE ABRIL DE 1974?



Há quarenta e três anos, em vésperas do 25 de Abril, Portugal era um país antiquado. Para os jovens de hoje será talvez difícil imaginar o que era viver neste Portugal de há 50 anos, onde era rara a família que não tinha alguém a combater em África, o serviço militar durava quatro anos, a expressão pública de opiniões contra o regime e contra a guerra era severamente reprimida pelos aparelhos de censura e policial, os partidos e movimentos políticos encontravam-se proibidos, as prisões políticas cheias, os líderes oposicionistas exilados, os sindicatos fortemente controlados, as greves interditas, o despedimento facilitado e a vida cultural apertadamente vigiada.
Antes do dia 25 de Abril de 1974, o nosso país vivia mergulhado na tristeza e no medo. Durante mais de 40 anos, quem governou Portugal até esse dia foi Salazar e, logo a seguir, Marcelo Caetano. Foi a ditadura. Não havia democracia, não se realizavam eleições livres e ficavam sempre os mesmos a mandar. As pessoas não tinham liberdade para dizer o que pensavam sobre o governo. Havia a PIDE, uma polícia política que vigiava, prendia e torturava quem tivesse ideias contrárias às do governo.
Com o 25 de Abril, mudou muita coisa no nosso país: acabou a ditadura e começou a democracia. O povo português passou a ter liberdade porque aconteceu a Revolução dos Cravos. O povo saiu à rua para comemorar a festa da Democracia, com os soldados que nos libertaram da Ditadura. Toda a gente se abraçava. Os soldados colocaram cravos nos canos das suas espingardas, simbolizando uma mudança pacífica de regime. Muitos distribuíam cravos vermelhos. As pessoas gritavam «o povo unido jamais será vencido»
Hoje dia 25 de Abril comemora-se os 43 anos da Revolução dos Cravos que pôs fim ao período Salazarista com a derrubada de Marcello Caetano. Portugal, hoje membro da União Europeia, era um país atrasado em relação aos outros País.
Foi uma anestesia a que o povo português esteve sujeito a décadas a fio. Graças aos esforços e arrojados Capitães de Abril, veio a Liberdade e a democracia, o reconhecimento do direito dos povos colonizados à autodeterminação e à independência, a fixação do salário mínimo duplicando ou mesmo triplicando o rendimento de milhões de trabalhadores; e veio a generalização da segurança social, o desenvolvimento da escola pública, o poder local democrático e o Serviço Nacional de Saúde.
O País mudou! Por mais que isso custe aos saudosos do fascismo e a todos os defensores do empobrecimento como caminho da salvação (as troikas, os FMI's e os seus fiéis servidores), hoje somos um País melhor do que aquele que o fascismo nos deixou.

Ilídio Bartolomeu

quarta-feira, 19 de abril de 2017

A VIDA DO REFORMADO ...


Toda mudança pode requerer novas formas de perceber e lidar com o dia a dia. No caso dos reformados pode haver mudanças de vários comportamentos da vida. O ambiente onde permanecem durante o dia todo será outro. As responsabilidades poderão ser menores. A quantidade de pessoas que dependem e contam com eles também pode ser maior. E por norma o modelo financeiro é naturalmente reduzido.
Tendo todas estas mudanças, é possível que se tornem depressivos, e até talvez se sintam menos importantes, menos produtivos, e relegados a ficarem confinados em casa.

Os reformados idosos de hoje, fecham-se mais em casa, vêm mais televisão e as diferenças de comportamento e ocupação de tempos livres são cada vez menores, entre quem vive na cidade ou no campo.
É muito representativo a população idosa reformada em Argoselo  que visa conhecer as atividades de lazer do reformado, e que não percebe as mudanças dos seus comportamentos de há uns anos a esta parte.
Quanto aos reformados, eu destaco uma conclusão, sobre a maneira como pensam nos dias de hoje: fecham-se mais em casa do que no passado, as atividades de lazer relacionais são menos diversificadas, e a televisão ganhou um protagonismo especial. Isto é o que a maioria dos reformados mais idosos declaram passar o tempo de lazer exclusivamente em casa.
 Realmente as atividades na Vila de Argoselo, diminui de forma significativa, como frequentar jardins públicos, sociedades recreativas, ir ao café, viajar, jogar às cartas, ouvir rádio ou ler livros.

O que me leva a crer que talvez pode ligar-se ao aumento do desinteresse dos idosos. Ou então cada vez mais, a diferença é a posição socioeconómica, em especial a instrução das pessoas. É aqui que as diferenças se podem jogar em termos de opções. Mas também o isolamento e a solidão são sinónimos muitos significativos. Por isso é necessário lidar com estes conceitos de forma diferente com que lidávamos em anos passados.
Hoje os reformados estão mais próximos das novas tecnologias. As pessoas podem estar isoladas, mas não estar sós. Através da televisão, da internet ou do telemóvel, pode estar em contacto com os outros e chegar a mundos que outrora não conseguiam chegar
O que mais importa, e o que vai fazendo cada vez mais a diferença, é a maneira como se tem acesso à informação e ao conhecimento. São estes dois pilares que vão estruturar as grandes opções no futuro, são os convívios por parte dos reformados e todas as pessoas que sofrem para combater a solidão e a exclusão.

Agora existem coisas muito importantes que ainda fazem falta a muitos reformados, é verdade, mas o mais importante de tudo, é estarem vivinhos da silva, e a mudança que se impõe a um reformado que trabalhou toda a vida é esta:
Alguns fatores podem definir o quanto um reformado encara a sua nova rotina como positiva ou negativa.
Uma pessoa que tenha planeado de forma mais consciente como usar seu tempo depois de reformado pode encarar de forma mais positiva.
Uma pessoa que tenha absorvido crenças internas de que reformado é uma pessoa desocupada pode encarar de forma negativa.
Para que um reformado desfrute desta nova situação é necessário que perceba este momento como uma fase na qual tu literalmente antecipaste, pagaste os teus impostos, fundo de pensão, fizeste poupanças, adquiriste imóveis e planeas-te alguma coisa para esta etapa da vida. Se perceberes que a reforma foi como uma conquista do teu trabalho dos teus anos de descontos, para alcançares este momento, poderás agora desfrutar fazendo outras coisas de passatempo. Porque se tens condições de saúde ou se estás debilitante, o ideal é consciencializar-te mais ainda se programares outras natividades que possam ser realizadas.

Tudo que traga benefícios pode ser observado como possível hábito a ser desenvolvido. Um excelente habito que eu considero útil, é o de permitir que a nossa cabeça pense por si mesma. Acredito que quanto mais avaliarmos cada opção que tomamos na vida, oferece referenciais mais refinadas. Ao ponderar sobre ao que se pode beneficiar da aprendizagem da vida, podemos passar a sentir a vida mais intensamente.
Por tudo isto, o saber não ocupa lugar. Faz, portanto, a mudança que te falta para as novas tecnologias do reformado, mexendo nas teclas, e viaja pelo mundo fora, junta-te a tantos outros como eu por exemplo…

Ilídio Bartolomeu

quinta-feira, 13 de abril de 2017

CLUBE DE FUTEBOL DE ARGOSELO PRESTES A FAZER O SEU 42 ANOS DE VIDA…

Clube Futebol Argoselo
No próximo dia, 14 de maio 2017, o Centro Cultural Desportivo Minas de Argoselo faz 42 anos de aniversário. Este vai ser o ano e a melhor forma de não passar despercebido e incógnita, a sua fundação oficial, uma das mais populares e prestigiosas coletividades desportivas. Embora reze a história que em maio de 1975 tenha sido fundado o Clube de Futebol de Argoselo, por sugestão dum grupo de pessoas, que trabalhavam nas minas, como Sr. Augusto Manco, com a minha divídua homenagem, o Sr. João Manuel Martins e outros que eu não me lembro dos nomes, para o qual peço mil desculpas.

 O primeiro Presidente do C.C.D.M.A. foi justamente o Sr. João Manuel Martins, sucedendo-lhe depois outros, como por exemplo, o Sr. Domingos Ventura, e aqui fica também a minha homenagem, e por ignorância minha continuo a pedir as mais sinceras desculpas por não saber os nomes dos outros, e então para não estar para aqui inventar nomes, o melhor é ficar assim.
Dirão também; porque não foste saber? Direi eu: quem de Argoselo é capaz de me informar? Sinceramente eu não sei, mas se alguém de hoje para o futuro, estiver disponível para tal função, seja para que assunto for, que me dê o seu contacto, agradecia para um melhor esclarecimento do que se vai passando na nossa Vila. Não é a primeira vez que faço este apelo!...

Depois de ligeiras alterações estatutárias, foi definitivamente inscrito em 1987 na AF Bragança e respetivamente na F.P. F.  com o mesmo nome, usando o seu equipamento Verde e Branco, o emblema, uma bagona desenhada em traços verdes, com uma bola verde e branca rodeada com as inicias do Clube
Como disse, a sua primeira Direção foi presidida por João Manuel Martins, e outros que por razões que citei acima, não sei os nomes. Finalmente a atual Direção é presidida pelo Sr. Presidente Sr.Tiago Daniel Gonçalves Machado, tendo como treinador o espetacular o Sr António Forneiro.
Não cabe de perto ou longe neste apontamento, o que foi e o que tem sido a vivencia deste glorioso Clube de Futebol em 42 anos de vida.
O Emblema do Clube




O Argoselo detentor de 4 títulos, já muito que solidificou a sua posição no futebol distrital, da AF Bragança Divisão de Honra. Nestes últimos seis
se com o técnico Fernando Teixeira, treinador que comandava a equipa nesta altura 2009/2010, pena foi que na final da Taça Distrital, o Argoselo perdesse, 0-2, com o Mirandês para que tivesse sido uma época em cheio, ou seja a dobradinha.

É claro que apesar da conquista do título, o clube não quis assumir a subida, pela razão de não terem verbas financeiras sustentáveis.

Depois seguiram-se mais três títulos e uma Taça, esta em – 2013/2014 sob o comando de um grande técnico de seu nome António Forneiro, troféus conquistados em –2011/2012, 2014/2015, neste último, como já não podia fugir da disputa do Campeonato de Portugal Prio, lá se arranjou financiamento através da colaboração da Camara de Vimioso, para que a equipa pela primeira vez disputasse o Nacional.

A verdade é que no final da época não houve como fugir à despromoção, “Glória e Queda”, mas ficou com a experiência, e ganhou capacidade para uma nova organização de ensaio para próximas competições Nacionais e Distritais.
Não demorou muito para que novamente ganhasse a divisão de Honra, para tornar mais uma vez competir o Campeonato Nacional de Portugal Prio - 2016/2017, só que desta vez o técnico António Forneiro e todo o Staff, querem ir mais longe; ganhar a Taça da AF de Bragança, que se disputa entre Argoselo e Sendim em maio, e fazer pela primeira vez a tal dobradinha que lhes tem escapado alguns anos.
Com esta pequena e muito limitada resenha sobre a vida do quadragésimo segundo aniversário da popular coletividade, numa altura em que o desporto em especial o futebol, anda por outro parâmetro de valores, fica o registo, talvez único, de alguém que por alma e coração, se sentem ligados ao Clube de Futebol e se possível desejar-lhes longa vida.
Se no mundo do desporto o Clube de futebol Argoselo, foi sempre grande entre os maiores dos Distritais, que até faz inveja a muitos clubes, no aspeto cultural, as comédias realizadas pelos nossos atores de Argoselo, também têm sido palco de grandes palmarés.
A todos, sem exceção, apesar de me renegarem o direito de ser o sócio número 42, os meus parabéns. Posso explicar se eventualmente o Sr. Presidente do Clube de Futebol atual, assim o bem entender e estiver interessado do que se trata.
Bons sucessos desportivos…


Ilídio Bartolomeu

quinta-feira, 6 de abril de 2017

A Xll EDIÇÃO DA “REVOLTA DA ROSQUILHA” FOI UM ESPETACULAR SUCESSO, EM ARGOSELO.


Nos dias 1 e 2 de abril, realizou-se em Argoselo a Xll feira denominada “A Revolta da Rosquilha”, que tem funcionado como montra de produtos locais e como alerta contra a desertificação da Vila.
A organização parte da Junta de Freguesia de Argozelo, pretendendo assim divulgar as tradições locais e realizar um conjunto alargado de atividades.
Atendendo a este simbolismo, a autarquia quer aproveitar a iniciativa para tomar posição contra qualquer tentativa de retirada de mais serviços públicos da Freguesia.

A Revolta da Rosquilha é um grito contra a desertificação e também por mais atenção à segunda maior freguesia do concelho, por parte do Executivo de Vimioso, como deu a entender o ex-presidente da JFA Luís Rodrigues, na primeira edição deste evento.

O certame conta também com exposição de artesanato que permitirá às pessoas com mais idade mostrarem aquilo que sabem fazer melhor, explicou o autarca atual.

Até à data do evento inscreveram-se setenta participantes, que comercializarão, folar, fumeiro, rosquilhas, azeite, mel, frutícolas, cutelaria, artesanato e outros produtos e sabores de Argoselo e concelho, em expositores montados no largo de São Sebastião; neste local recentemente requalificado, e com boas condições, para as várias práticas do programa, não faltou animação, música tradicional, folclore e banda de música, acrescentou o presidente JFA, sr. Miranda.

Esta feira que já está no coração das gentes de Argoselo teve a adesão e participação de centenas de pessoas, quer nacionais quer dos nossos amigos e vizinhos de Espanha, que com a sua presença e seus negócios contribuíram para o desenvolvimento da nossa terra.
São iniciativas destas que engrandecem a nossa Vila de Argoselo.


Ilídio Bartolome