quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

DESERTIFICAÇÃO DO CONCELHO DE VIMIOSO! UM MAL TERRÍVEL…


Muito se tem falado em desertificação do interior do País, mas eu vou falar e concentrar-me mais no meu Concelho, que é Vimioso.

Desertificação é um fenômeno em que uma determinada região é transformada em deserto, através da ação humana e do solo. Na última década vem ocorrendo um significativo aumento do processo de desertificação no Concelho de Vimioso.

O caso mais evidente desse processo está nas aldeias, o problema cresce de forma assustadora, as causas são (ações humanas). No concelho de Vimioso aconteceu e acontece atualmente o migrar de pessoas para outras áreas em decorrência deste problema ambiental.

Para impedir o avanço ou para modificar a situação de um problema tão grave que é a desertificação, são necessários, sobretudo, recursos financeiros, aplicação de tecnologias e vontade política, mas há um inconveniente, a Autarquia de Vimioso sofre alguns problemas financeiros, não consegue sequer dar às suas populações as suficientes políticas sociais e recreativas.

O constante crescimento do processo de desertificação, avança e vai contribuir para agravar ainda mais as mazelas sociais presentes das gentes das aldeias, como aumento do desemprego numa região que possui um dos (índice de desenvolvimento humano).

Com isso a economia desta região também é abalada, já que ocorre a diminuição de consumo e de produção, fatores que influenciam diretamente na arrecadação de impostos, fragilizando o município e tornando-o um concelho pobre. Em Portugal a pobreza concentra-se mais em áreas desertificadas ou suscetíveis a isso.

Desta forma, o processo tem afetado diretamente a população humana, já que com o processo migratório foi muito forte e deveu-se à falta de emprego, ocasionada, principalmente, pela baixa produção e diminuição do investimento de empresas no concelho.

Podemos destacar também a seca dos solos, intensificação do processo destruidor, redução da disponibilidade e da qualidade dos recursos hídricos, diminuição na fertilidade e produtividade do solo e redução das terras agricultáveis.

A consequência na economia local pode ser a falta de pessoas para trabalhar e também pode ser vista na desvalorização das terras que sofrem esse processo de desertificação, por se tornarem improdutivas, as pessoas não vêm utilidade nelas. Causando assim grandes prejuízos, por isso as pessoas não as desmatam para fazer uso delas.

Ao contrário do que se possa pensar, a desertificação não é apenas um problema do Concelho de Vimioso. Os seus efeitos transcendem largamente a outros Concelhos que estão a provocar uma crescente desertificação nessas zonas.

Reduzir as assimetrias locais, contrariar a desertificação e o despovoamento do território, são objetivos que, para serem atingidos, exigem uma política de desenvolvimento integrada que assente na defesa dos serviços públicos de proximidade (na saúde, educação e apoio social), na valorização da produção regional e no apoio aos sectores produtivos, que tenha em conta a valorização duma rede de transporte assegurado entre aldeias do Concelho capaz de garantir o direito à mobilidade das populações.

 Isto se o Executivo de Vimioso tiver poder reivindicativo perante o governo central, doutra maneira reconheço não terem possibilidade de concretizar.

Há cerca de um ano e meio, a Liga para à Proteção da Natureza lançava o alerta: Portugal, é um dos países mais suscetíveis à desertificação em resultado das condições climatéricas e geológicas em consequência dos fogos e do tipo de cobertura vegetal, mas também em resultado do modelo de ordenamento do território.

No entanto, foi opinião dos ambientalistas portugueses que esta Acão Nacional de Combate à Desertificação, que há uns anos disse, e que ainda hoje largamente permanece inoperacional, quer do ponto de vista da aplicação das medidas, quer da participação ativa das populações na sua implementação.

Todos nós munícipes lamentamos o despovoamento e a desertificação do nosso Concelho, mas o que temos de assumir é que o envelhecimento, o empobrecimento e o despovoamento das nossas aldeias do concelho de Vimioso têm várias causas. Mas também dizer: Não há maldição que não pese sobre a nossa região, que não tenha explicação as políticas contrárias ao desenvolvimento equilibrado e ao desinteresse das populações por pate dos nossos representantes, que têm governado a seu belo prazer o nosso Concelho.

Ilídio Bartolomeu


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

TOMEI UMA BOA DECISÃO!...

Com a ideia a pairar-me há muito na cabeça, resolvi deitar mãos à obra. Perdi umas noites a martelar o nome, algumas tentativas e finalmente cheguei lá. O resultado está aqui: um blogue de histórias relacionadas com a Argoselo. A matéria-prima, pelo menos a inicial, é composta sobretudo por material que gravei desde 1986. Comecei a publicar todo este trabalho no Youtube, até que surgiu, em abril de 2000 o projeto deste blogue exclusivamente catalogado “só” com Argoselo.

Decidir é uma tarefa ingrata em momentos da vida, pois nem sempre me sinto preparado para apontar numa única direção. Porém, para que tenha sucesso e certezas, é essencial que tenha de escolher e optar. Se estou num momento em que preciso eleger, seleciono sobre o assunto e tomo a decisão. No entanto, independentemente do que finalmente escolher, esta será uma situação que me vai ajudar aprender, refletir e descobrir quais são os meus erros. 

A única coisa fechada é apenas o tema, como aliás se pode depreender do nome que escolhi para o blogue. Blogue São Bartolomeu Freixagosa A história dentro não se esgotará nos trabalhos já publicados, terá também textos escritos de raiz. Nem espero, se esgotará na minha participação, uma vez que gostaria de contar com a colaboração pontual de outras pessoas.

Não contem com uma produção muito intensiva e preparem-se para atualizações semanais, na melhor das hipóteses. Por uma razão: independentemente do formato, mais longo ou mais curto, dos textos, aqui não lhes será servido o “pequeno almoço”. Apenas boas histórias, à volta de acontecimentos passados e reais.

Quando comecei a escrever no blogue, há uns 17 anos, nunca pensei que fosse ter a visibilidade que tem. Sempre o fiz por gosto e nunca para ser reconhecido. Escrever histórias e ouvir o vosso comentário e saber que vos distraí por um momento. Nunca o fiz para ganhar dinheiro, até porque trabalhava na minha área de barman e era isso que me paga as contas. Sempre gostei de escrever, mas nunca me imaginei a fazê-lo.

 Por ser tímido, por não me reconhecer assim tanto talento para isso, e por tantos outros fatores. Receber agora, várias mensagens de pessoas que me dizem que os meus textos são interessantes e intuitivos, a mim enche-me de sentimentos difíceis de explicar. Um deles é sentir-me babado, o outro acho que é "só" satisfação por gostarem dos meus textos.

Quero agradecer, alguns comentários de quem, apesar de legitimamente não gostar. Mas também quero agradecer os muitos comentários de vários cantos do mundo, têm-me dado muitos elogios e parabéns.

Esqueçamos tudo isto: obrigado a todos vós, mais uma vez. Cá estarei para continuar a escrever, o vosso feedback, apoio e partilhas são essenciais para que consiga continuar a fazer coisas novas e com qualidade nesta bonita democracia que é a Internet.

Hoje em dia, a internet é usada para imensos fins, apenas depende de quem estiver à frente do computador e do que quiser fazer. Aqui os grupos sobejamente bem conhecidos dos internautas do facebock, têm valorizado o nome de Argoselo, por esse mundo fora, por isso merecem ser louvados. Mas também há que ser mais audazes de informações e assuntos sobre o que vai mal e do que vai bem na Vila de Argoselo, sempre com uma logica depreciativo. 

Agora ficarmos calados e abnegados como sempre, é, porém, dentro das nossas portas que há mais dificuldade em reconhecer o que somos, o que sabemos e o que temos para dizer. E o que temos, é sempre uma tendência para nos flagelarmos por tudo e por nada. Por isso é tão necessário, todos os dias relembrar os responsáveis, que Argoselo tem de progredir.

 Ilídio Bartolomeu



quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ONDE ESTÁ O ORGULHO DA SUA TERRA?


Existe um despertar saudosista em algumas pessoas de Argaselo que continuam a não valorizar as suas origens…

Estas pessoas, às vezes, são menos argoselenses do que aqueles por motivos vários, foram morar para outras partes do País.

 Há uma cultura de vira lata na personalidade dessas pessoas que se consideram patriotas e demagogos qualquer expressão de bairrismo. Tanto que, de um modo estúpido e sem qualquer explicação que me convença, o termo bairrista ganhou ar depreciativo. O bairrismo defende os interesses do bairro ou da sua terra tanto por atitudes de defesa exacerbada e das suas alegadas virtudes, ou por afinidade, da sua terra natal.

Aqui o bairrismo está vinculado a uma visão estreita do mundo que menospreza tudo aquilo que vem de fora. Raramente o bairrismo para estas pessoas é encarado como uma atitude positiva e orgulho pela sua terra. Alguns diriam que não há do que se orgulhar. O erro está justamente aí!!!

 Uma nova história não se escreve sem a defesa do conceito e orgulho de uma Terra.

Os patriotas, consiste em saber que os erros ou falta de atitude do passado não deve comprometer os anseios do futuro. A história reescreve-se diariamente, tornando estúpido aquele que aponta as exibições de paixão pela sua terra como babanquice.

Infelizmente estes demagogos estão próximos das definições de patriotismo em Argoselo. Estas pessoas, veem um Argoselo em que a paixão pelas cores existe, como uma matriz de definição de quatro em quatro anos. Atitudes de exibição de amor pela sua terra, não existem porque esses sujeitos têm vergonha, e elas têm vergonha porque são acusados de hipócritas.

A vida é um misto de admiração e, ao mesmo tempo de indignação. A sensação é de que há uma significativa distância entre a mente e o coração. O pensamento mostra com nitidez, o coração nem sempre assimila. É algo que faz pensar; a mente e o coração não estão em sincronia.

O coração do manipulador, no entanto parece indomável, autônomo, inquieto. Nem sempre o emocional atende aos sinais e indicativos da racionalidade. É possível imaginar que o coração necessite de mais tempo, para compreender o que parece ser óbvio.

A verdade é que a demagogia leva sempre a tentar mais uma vez, fazendo acreditar mais e mais o povo, dando outra chance. E assim os de mente fraca têm mais facilidade para aceitar. O coração do demagogo é quase sempre desobediente. O equilíbrio entre razão e emoção advém da maturidade. Nem mesmo a idade é capaz por si só, de proporcionar a verdadeira compreensão dos fatos. As ações destes indivíduos são vacilantes, uma vez que por momentos ficam sem opções e provocam até algumas deceções. Dar tempo ao coração para que ele assimile o que a mente já deduziu é uma atitude louvável. A dificuldade, nessa velocidade que envolve a todos, é firmar o passo no compasso, espantando a necessidade, acalmar o coração.

Estes demagogos conseguem pronunciar tantas vezes o amor que têm pela sua terra em 5 dias, de quatro em quatro anos, do que o resto da população em 1455 dias. Ora, como toda a gente sabe “é de pequenino que se torce o pepino.” Como quem diz: é logo apôs a uma legislatura que tem de se preparar a seguinte, e o que é que fazem os convencidos, deixam andar os 1.455 dias, fazendo o quê?!... Nada!!!! de nada!!!! Enquanto que aos demagogos, 5 dias chegam para convencerem tudo e todos sem se preocuparem minimamente com o orgulho e amor à sua terra que o apregoam em tão pouco tempo...

O homem que ama a sua terra respeita a sua história. Nascemos e nos transformamos naquilo que o nosso passado escreveu. De qualquer maneira cabe a nós respeitar isso. Caso não haja identificação, então fazer algo de novo e gerar uma razão para que o futuro proporcione motivos para não relembrar os anos que se foram.

E isso só ocorre, queiram eles ou não, amando e respeitando o seu território. Não se trata de tolerar uma história, mas molda-la de acordo com seu caráter. E, se necessário, agir para produzir novas linhas, novos fatos e novos heróis.

O homem precisa de amar e cuidar da sua terra.

Não se pode esperar um motivo para ter orgulho. Façam por se orgulhar.

 Ilídio Bartolomeu


domingo, 7 de janeiro de 2018

ARGOSELO ASSIM NA MESMA! NÃO PODE CONTINUAR!…

Gosto de Argoselo. terra dos meus pais e onde eu nasci. Terra de boa gente, gente simples, humilde, honesta e trabalhadora. Foi em Argoselo que passei parte da minha infância e férias de verão na companhia dos meus pais. Lembro-me do reboliço do mês de agosto, juntos com amigos e os demais.  Tenho saudades desses tempos, mas tenho ainda mais saudades dos meus queridos pais.

Nesta terra linda, onde o tempo passava devagar, fascinava-me ver as portas sempre abertas, francas como as suas gentes, onde ainda vive um dos meus irmãos, amigos e primos que não se deixaram seduzir pelo encanto das cidades.

Ontem ao ler um artigo dum amigo vieram-me à memória estas recordações. Boas recordações…

Mas este mesmo artigo transportou-me para um outro mundo que nos parece tão distante no tempo, mas que continua a ser uma realidade passados 50 anos. É verdade. “Algumas coisas continuam iguais”.

Os argoselenses estão fartos de apresentar reclamações. Fizeram-no várias vezes, sempre sem sucesso, junto das mais diversas entidades e instituições,

Todos ouvimos apelos à necessidade de investimento no interior do País de modo a que diminuam as assimetrias entre o litoral e o interior, em nome de uma coesão territorial.

No largo da praça, no centro da Vila de Argoselo, quatro homens lembram os 50 anos de ditadura e os tempos em que não se podia dizer que se ganhava pouco ou que se tinha fome. Quem dissesse isso, se chegasse aos ouvidos das autoridades, que nessa altura eram os Regedores ou a Guarda Republicana, ia logo preso para interrogatório, explicavam para surpresa de três jovens que contestavam a situação da sua vida. A gente aqui não tem emprego. Isto está muito mau, diziam os rapazes com os seus 20 anos de idade que passam os dias na rua à espera de um emprego que tarda em aparecer. O desemprego é uma das maiores preocupações da freguesia que continua a ser difícil encontrar, a criação de um polo de desenvolvimento industrial com pequenas oficinas, era uma necessidade imediata para travar as famílias, mas não a única.

 O presidente da junta, o “Tio Carilhas” na altura e os que lhe sucederam até aos anos 50, sublinhavam a renovação das acessibilidades municipais uma ponte do Rio Maças e a continuação da estrada Carção Vimioso, eram fundamentais, porque para ir de carro nesse tempo a Vimioso tinha-se que ir por Outeiro Pinelo, dava-se uma grande volta 55 quilómetros para tratar de algum documento.

Precisávamos de vias, referiam os presidentes de junta de freguesia, dessa altura, mas nada podiam fazer, pelas circunstâncias e outros fatores designadamente autoritárias. Argoselo era a maior freguesia do que a própria Sede de Concelho Vimioso, e a do distrito de Bragança.

Hoje, o que verdadeiramente seria muito importante para Argoselo era a continuação do troço Outeiro Vimioso, que como se sabe certas pessoas absolutistas se opuseram em que hoje estivesse feita. Populares e juntas de freguesia, depois do 25 de Abril, têm reconhecido que quem decide tem sido bastante prejudicial à freguesia, mas então não deixaram de ser até à data a mesmíssima coisa, um desinteresse total pela sua Terra...

Durante muitos anos as famílias da maioria dos mil e quinhentos habitantes, várias gerações trabalharam nos campos em culturas de sequeiro e outros. As Minas também deram trabalho e alimentavam algumas famílias, porque o desespero morava na freguesia, outros dedicaram-se aos negócios das peles e tudo que lhes aparecia, porque “ninguém era feliz sem trabalho”.

Hoje a população a maior parte está envelhecida e, por isso, o Lar, foi bem-vindo. É acolhedor, mas já não é suficiente. Os mais jovens reclamam ocupações e a descentralização de iniciativas por parte da autarquia. Espaços de lazer como a tão prometida em leitarães pelo Francisco Lopes, ficou só na promessa. Uma das maiores riquezas de Argoselo, é a sua gente trabalhadora, honesta e hospitaleira. Duas associações dão vida à freguesia com atividades desportivas e culturais.

Os casais mais jovens que têm resistido à desertificação saem de manhã e regressam à noite, trabalham em Vimioso e Bragança.

Para mudar este cenário, é preciso ocupar a mente com outras atividades que tragam boas energias e o bem comum, além de se apoiarem em pessoas de confiança que poderão mostrar outras visões sobre o que fazer por Argoselo.  Ficar sozinhos nunca é uma boa opção, ainda mais neste período onde o clima com a mesma concordância tem prevalecido.

De certa forma não posso acreditar que hajam tantas barreiras que não possam ser intensificadas pelas pessoas que sabem os segredos de como tornar os sonhos realidade. Esses segredos podem ser resumidos em quatro questões: curiosidade, confiança, coragem e perseverança. O maior de todos eles é a Confiança. Quando acharem que acreditam que uma nova mudança pode ser possível experimentem-na…

A chegada de um novo ano pode-nos trazer uma grande diversidade de sentimentos. Aos que tiveram um bom ano, o otimismo pode ganhar mais força, com a expectativa de que o próximo continue no mesmo caminho. Já os que atravessaram muitas dificuldades, recebem uma nova chance de deixar os problemas no passado e renovar a esperança para um futuro mais agradável.

Passar por um ano difícil não é exclusividade de poucas famílias. Seja qual for o motivo, as adversidades acompanham a vida de muita gente, e não é uma tarefa muito fácil abraçar a positividade quando estamos passando por tantas adversidades.

Mas talvez se pensarmos como é bom viver livre de problemas, nossas forças aumentem e o otimismo faça parte de uma porção maior do nosso tempo, vamos todos os argoselenses entrar no ano novo com a esperança renovada, com espaço livre para a felicidade, afastando-nos cada vez mais de tudo que trouxer tristeza ou atrapalhar as nossas prosperidades!

A continuação de um Bom Ano Novo para todos os Argoselenses

 Ilídio Bartolomeu