sábado, 21 de agosto de 2021

ENCRUZILHADAS DA VIDA…

A estrada tem sido longa e caminhando por ela  já atravessei todas as estações do ano, desde desertos tempestuosos, quase mortais, às belíssimas primaveras, com cores tão vibrantes e fluorescentes, quase irreais. Nela dei tropeços nas pedras, havia nevoeiro, escuridão e medo, sol, sorrisos, tempos vivenciando o calor ardente, contrastavam com noites de insónias castigadas pelo frio das deceções e lembranças de outrora, que ainda causavam dor.

Confiante! Determinado! Acreditava que o percurso mais difícil dessa estrada era uma batalha já superada. Óh como estava enganado!

A vida às vezes coloca-nos numa encruzilhada. Á frente, a longa estrada é conhecida e de terra firme. Já caminho por ela há muitos anos. No jardim verde bem bonito plantei uma árvore, a árvore da vida. Ela deu um único fruto, lindo, perfeito e saudável. Plantei também flores admiráveis, brotaram e espalharam-se por toda parte, mas, como tudo o que é belo atrai a inveja, essas flores cresceram rodeadas de ervas selvagens e cheias de espinhos. Alguns pássaros fizeram ninho e borboletas sobrevoam livremente.

Olhando para trás, vejo um caminho que já trilhei, andei, caí, chorei, aprendi, evoluí,... ás vezes, quero muito regressar, reviver, refazer e consertar... reencontrar aqueles sonhos de menino que por circunstâncias da vida se perderam por lá. Mas nesses pensamentos conflituosos, reflito...Voltar não é mais opção, seguir faz parte do progresso.
Ao lado direito há um caminho reto e largo, consigo visualizar quase todo ele, se não fosse uma névoa de poeira existente. O silêncio é real, quebrado apenas por raros ventos fortes, quando fatores externos interferem. Por ele ninguém anda só, este caminho tem um protetor que se autodenomina espirito... Desse caminho sopra uma brisa com perfume de alecrim, enquanto ecoam cantos de pintassilgos, rolas e outros pássaros hipnotizantes.

Há um aviso de perigo nessa entrada, devido às curvas acentuadas, impossível visualizar o final dessa estrada. Quem por ela já foi, diz não se arrepender, mas que é preciso ter coragem e relatam tal sentimento e sensação que nunca vai esquecer.

 Se as encruzilhadas não existissem, a vida seria mais fácil. Vivemos incertezas, indecisões e toda ordem de conflitos, daí que a encruzilhada é um símbolo universal.

Viver é conviver com ajustamentos e erros, suportando as frustrações, pois somos todos humanos e, às vezes, perdemo-nos nas encruzilhadas…

 

Ilídio Bartolomeu


quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Nº35 FESTA DE SÃO BARTOLOMEU M DE SEMPRE


SANTUÁRIO DE SÃO BARTOLOMEU

A menos de 2 km da vila de Argozelo situa-se o Santuário de S. Bartolomeu. Aparte de todo o culto religioso, este Santuário está num local privilegiado, com uma vista sobre o vale do Rio Sabor, de beleza inigualável. Este local convida assim a uma visita obrigatória para desfrutar da paisagem em qualquer altura do ano e/ou aproveitar para fazer um piquenique no campo.

A grande romaria ao santuário acontece no dia 24 de Agosto (Dia de S. Bartolomeu)

domingo, 8 de agosto de 2021

RESTRIÇÕES E CONDICIONALISMOS IMPOSTOS

 

As festas e romarias populares continuam proibidas. Mais um ano sem procissões nas ruas, balões no ar, fogo de artifício no céu  e arraiais "Mais um ano desgraçado” Mas nem tudo estará perdido. As tradições não se vergam e a saudade poderá vencer o medo.

Naturalmente que há um grande impacto para os mordomos que organizam as festas, e para os comerciantes. O impacto que a pandemia está a causar no comércio local, atividades culturais, sabem que todos têm sido lesados, compreendem a posição do Governo.

Os dias das festas dedicados a Nossa Senhora das Dores e de Santa Barbara, vão manter-se com as celebrações litúrgicas na Igreja Matriz dentro das normas perfeitamente identificadas pelas autoridades de saúde e de acordo com as orientações do Parco.

A Romaria do São Bartolomeu de Argoselo, vai festejar-se em formato virtual, devido à pandemia de Covid-19, sendo que apenas o dia 24 de agosto, dedicado ao Glorioso, será celebrado presencialmente, cumprindo as normas do Parco e dos poderes de saúde.

Argoselo é um povo de festa, mas não vai ser muito fácil voltar ao que era, vai sempre haver um bocado de medo dos ajuntamentos. Se calhar, no primeiro e no segundo ano  o regresso das festas seja feito aos poucos. Mas haverá certamente um regresso entusiástico, as pessoas estão com muitas saudades. Nada se perde, tudo se recupera. 

A preocupação da população de Argoselo, tem sido a de manter a essência das festas viva na vida das pessoas, sobretudo na questão religiosa. A população sente a tristeza, mais um ano sem festa, a maioria entende as circunstâncias e não tem havido reações negativas.

Temos de ser criativos e de encontrar formas de divulgar a tradição. Estamos certos de que os Argoselenses não deixarão de viver, intensamente, as festas, em casa, e de serem criativos na forma de as exteriorizar, através dos meios digitais, passando vídeos ou nas redes sociais, não deixando, cada pessoa, na sua casa, de poder viver as festas.

Estas restrições têm como objetivo a salvaguarda da saúde e segurança das populações, sendo aconselhadas a não concentração de pessoas na via pública.

Como será o regresso das festas? As pessoas estão ansiosas, no dia em que for dado o sinal de partida, recupera-se tudo rapidamente, nada se perde, este amor à causa está no nosso coração.

Ilídio Bartolomeu


sábado, 7 de agosto de 2021

Nº38 FESTAS N S DAS DORES E S BÀRBARA MEMÓRIAS DE SEMPRE


  As festas em honra de Santa Bárbara e Nossa Senhora das Dores, tinham o seu início no segundo domingo de setembro, mais propriamente no dia 15. A partir dos anos 70 tendo em conta os emigrantes para que assistissem às festividades, o povo achou por bem mudar os dias dos festejos, cedendo assim às pressões do clero que não via com bons olhos as festas antecipadas. A mudança deu origem a grandes protestos também por parte de algumas pessoas da freguesia. Mas, tudo se resolveu.

É sempre um momento inesquecível, ao ver em todo o percurso, algumas dezenas de colchas nas janelas, contrastando com o lançamento de pétalas de flores quando Nossa Senhora das Dores passa dando um cenário fascinante a todo o culto.


terça-feira, 3 de agosto de 2021

ALDEIA DA MINHA VIDA!


IGREJA MATRIZ

 Só quem ler pode saber…

Que posso dizer acerca da aldeia da minha vida?

Bom, para começar, hoje não é aldeia mas sim Vila,
e o facto de que quem vos escreve lá nasceu. O que já não é pouco.

Para vocências nada representará, evidentemente. Para mim, porém, é todo um mundo em que vi a abençoada luz do dia e onde cresci até aos dezasseis anos. 

«Aqui ouvimos a terra. Uma terra simples de gente pura e trabalhadora. Gente que sempre viveu em comunidade, que ri que chora. Gente que ama a sua terra! Que sabe ultrapassar dificuldades em conjunto e orar. Que sabe construir e dizer mal. Que partiu para o Mundo, mas nunca esqueceu as suas origens.».

«A nossa terra é a nossa vida, é tudo aquilo que construímos, são as pessoas com quem convivemos e amamos, mas é também tudo aquilo que nos envolve e cria memórias. São os cheiros da giesta, os caminhos estreitos do campo escorregadios, o gelo a quebrar na terra sob os pés, são os pores-do-sol.».

RUA PRINCIPAL DA ALDEIA

Agora, na rua da minha aldeia, muitas casas estão vazias. As portas e janelas estão fechadas e algumas com os vidros partidos embrenhando mato e bicharada. Muitas pessoas já morreram e as casas foram morrendo também. Em algumas ficaram mesmo só as pedras e as lembranças de quem por ali morou. As ruas da minha aldeia agora, já não parecem com a rua da minha aldeia quando era gaiato mas, apesar disso, serão sempre as ruas da minha aldeia. São ruas nossas que não temos coragem de as deixar, ruas tão amplas que nos levam até onde os nossos sonhos permitirem e a realidade autorizar. São lembranças da vida em tempos difíceis, em que a coragem se refletia não só na aceitação do destino, mas também no seu repúdio pelos que as trocaram pelas aventuras num mundo em que a humanidade ainda é a mesma. Mas disfarçada pelo caminhar do tempo! Final de tarde, ao longe, o sino desperta a Natureza e irrompe pelas casas a dentro. Algumas mulheres da minha aldeia rezam ainda, quase sibilando. O silêncio nas ruas da minha aldeia é ensurdecedor e esconde-se juntamente com o sol, vagaroso, até desaparecer no horizonte.

Com esta monografia procuro fazer uma narrativa de alguns dos momentos mais pitorescos do sentir e do viver das “gentes da minha terra”, isto é, da população da aldeia instalada nos confins do mundo, para lhe prestar uma modesta homenagem.

A vida nesta aldeia transmontana, era pouco diferente da forma de viver da Idade Média; com os mesmos hábitos, costumes, usos, religiosidades, crendices e tantas e tantas outras coisas ligadas ao sentir e viver destas gentes. Viviam longe de tudo e de todos, quase que isolados do resto do mundo. Em muitos dos casos, as pessoas tinham apenas como companhia mais próxima os seus animais domésticos. Viviam do fruto do seu trabalho, fazendo toda a sua vida ligada aos campos, ao cultivo das suas terras e à criação de alguns animais domésticos, tal como sempre o tinham feito os seus antepassados.

O período que aqui relatado tem a ver com a situação de algumas aldeias do Nordeste Transmontano, que, a seguir à II Grande Guerra de 1945, ainda se encontram numa situação de grande atraso em relação ao resto do País; sem água canalizada, sem esgotos, sem luz elétrica, enfim, sem tantas e tantas outras coisas que na altura já abundavam no resto do País. Na verdade, algumas das aldeias do Norte do País, em especial as que se encontram mais afastadas dos centros de decisão, as tais “onde se ouve o canto dos galos” vivem numa situação muito próxima da Idade Média. As suas populações vivem da mesma forma como viveram os seus pais, os seus avós, bem como os seus antepassados, dando a ideia de que ali o tempo  está parado.

FONTE DAS NOGUEIRAS

Nesta tese relata-se a vida duma aldeia para “lá do sol posto”, num determinado período de tempo, por onde, uns anos antes, tinha passado um autêntico vendaval, provocado pela corrida desenfreada ao volfrâmio. De facto, “aquele insignificante metal”, que era cobiçado pelas potências militares em guerra, nomeadamente pela Alemanha e pela Inglaterra, existia com abundância e, em alguns casos, encontrava-se mesmo a céu aberto.

Daí que a população desta aldeia, envolvida por este súbito e apetecível negócio, deslumbradas com a ideia de enriquecer facilmente, se sentissem a viver numa espécie de “El´Dourado à portuguesa”, que acabou por alterar uma boa parte dos seus comportamentos.

Efetivamente, com a entrada de dinheiro fácil, algum de proveniência ilícita, ou, pelo menos, de proveniência bastante duvidosa, foi-se desenvolvendo a ideia duma vida de facilidades, bem diferente da vida rude e difícil que havia até então. E, de tal forma assim foi, que, alguns dos mais afoitos, se acharam enriquecidos dum dia para o outro.
Porém, se o dinheiro aparecia duma forma assim tão fácil, a verdade é que também era gasto muito facilmente, dizendo-se naquela altura: “o dinheiro entrou pela porta, foi-se pela janela e nem chegou a aquecer a casa por onde tinha passado.” A euforia deste negócio tão lucrativo era de tal forma deslumbrante que um comerciante da aldeia, numa noite, quando estava a comer, terá dito à sua mulher o seguinte: “olha, mulher, se a guerra continuar por mais uns anitos, ainda vamos mandar fazer pratos de ouro”.

RUA DO BAIRRO DE BAIXO

Aconteceu que, logo que a guerra se aproximou do seu fim, e a vitória dos aliados já se fazia sentir, os alemães, grandes compradores do volfrâmio, a pouco e pouco foram-se afastando até desapareceram completamente. E os ingleses, que ainda se foram mantendo por mais algum tempo, também eles se escapuliram daqui para fora.

No final de toda esta ilusão, a aldeia ficou tão pobre como dantes: os ricos continuaram a ser ricos ou mais ricos ainda, e os pobres não deixaram de ser pobres. E daí que, a vida na aldeia do fim do mundo continuasse a ser vivida tal como tinha sido feita antes da febre do volfrâmio. Acabando a fase da ilusão, voltou tudo ao mesmo de sempre. Vivendo-se na mesma maneira como sempre ali se viveu: com os mesmos hábitos, usos e costumes. Usufruindo-se dos mesmos baldios, dos mesmos lameiros, do mesmo forno etc. E também os trabalhos rurais, que eram feitos pela força braçal dos homens e pela força dos animais domésticos, continuaram a ser feitos da mesma forma de sempre.

Nesta obra, descreve-se, pois, a forma de viver das gentes da aldeia, metida nas fraldas das serras transmontanas, num tempo bastante conturbado do nosso País, onde se vivia do fruto do amanho dos campos, duma lavoura ancestral, e da criação do gado, a meias com o fruto de algum contrabando que se ia fazendo com a vizinha Espanha. A partir de certa altura, porém, também a minha aldeia veio a sofrer os efeitos das guerras nas colónias, que, durante uma boa dúzia de anos, lhe arrebatou muitos dos seus jovens. E, para agravar ainda mais a falta de mão de obra jovem, que se ia fazendo sentir, muitos outros jovens, nas vésperas de serem incorporados nas fileiras, para não irem combater na guerra das colónias, davam o salto, fugindo para a França. 

                                    RUAS DO BAIRRO DE BAIXO

Procurou-se, assim, com esta modesta monografia, narrar a vida da população duma aldeia, situada longe dos grandes centros urbanos, e onde se faziam sentir bem fortemente as tradições, assentes em meras crendices, feitiçarias, e certos hábitos religiosos misturados com algumas práticas de origem pagã. Os usos e os costumes desta população rural encontravam-se ainda ligada a alguns dos comportamentos sociais e humanos próprios dum antigo regime senhorial de fidalgotes.

Contudo, nesta aldeia ainda era frequente resolverem-se os conflitos locais através de decisões de árbitros, louvados, conselheiros, juízes de paz, ou quaisquer outros homens bons da aldeia. E ainda era frequente, também, fazerem-se contratos verbais, firmados apenas com um aperto de mãos. E, alguns arranjos, tratos, trocas e promessas de compras e de vendas eram feitas só por decisões verbais, aceites na palavra dada pelos contratantes. Tais comportamentos mostravam bem que ali ainda se faziam sentir uns restos dum comunitarismo rural, em que muitas das regras e das normas do direito local se baseavam em antigos usos e costumes das comunidades locais. E, duma certa maneira, foi por causa do grande isolamento que se foi crescendo a ideia duma auto-governação, bem ilustrada na frase seguinte: “para cá do Marão mandam os que cá estão.”

Na verdade, a Vila encontra-se um pouco abandonada à sua sorte, entregue a si própria, longe de tudo e de todos, o que terá levado muitos dos seus habitantes a dizerem “que vivem para ali esquecidos de Deus e dos homens, e que só se lembram deles quando chegam os pagamentos das décimas, as côngruas, as indulgências e outras coisas mais.”

E, assim sendo, resta-me dedicar esta modesta monografia dos costumes da minha aldeia do Nordeste do País aos seus habitantes, que vivem lá longe, atrás das fragas, longe de tudo e de todos. Penso, assim, ter prestado uma singela homenagem aos habitantes da terra dos seixos, das urzes, dos tojos, das estevas, do alecrim … De vez em quando muitos dos que aqui nasceram regressam para reatar os laços quebrados e assim dar continuidade à vida e pacificarem a sua consciência.

Todos nós temos no coração aquela aldeia querida que, por razões diversas e em determinados momentos das nossas vidas, nos deixou simplesmente nas nuvens! …Tudo à volta desta aldeia que nos marcou no passado e nos tornou no que somos hoje. Aquela aldeia que nos viu nascer, crescer, aprender, trabalhar, enfim viver! Até ao dia em que a vida nos obrigou a fazer escolhas duras, mas necessárias, para seguir aqueles sonhos de criança. Pesando na balança o que será mais duro, a busca por uma vida melhor, pareceu a decisão mais acertada. Voar alto, bem longe para outro lugar, onde moram promessas, acabou por ser uma ida, sem volta. 



Aquela aldeia que guardamos no coração deixa de ser a mesma, no dia em que decidimos partir, para não voltar. Nesse dia, ela ficou certamente mais pobre. Quanto mais o tempo passa, cresce a saudade e a vontade de voltar atrás reviver outra vez, aqueles momentos simples, inocentes, mágicos. Da aldeia nada resta, senão memórias de um tempo que não volta mais.

Depois de tudo o que foi vivido aqui na Aldeia, também este cantinho mudou. Todos vocês deram conta disso e por isso devo-vos uma explicação:

Quero partilhar convosco o que vai na alma… A emoção é a alma deste blogue. Chorámos, rimos, cantámos, rimámos, saboreámos, enfim há uma profunda partilha de vivências, memórias, pensamentos, frustrações, alegrias e tristezas. Para quem quiser ler e reler os magníficos textos que estão arquivados neste livro virtual.

Os residentes que restam ainda reina a esperança que um dia surja um D. Sebastião do interior da floresta, ou um Adamastor vindo das costas de Espanha e corte as amarras deste barco que parou no tempo e no espaço, para que o mundo acorde e avance. Ainda há aldeias por descobrir ou ignoradas neste país, mas que pagam os seus impostos em Portugal.

Mas deixem-me viver neste paraíso envolto numa névoa de sonho e fantasia, no meio desta explosão de verde, enredado em histórias e visões do passado. Apesar de tudo temos paz, a tranquilidade, o silencio, o ar puro, a liberdade e Solidariedade dos familiares, vizinhos e amigos.

Hoje, Argoselo e os Argoselenses esperam ansiosamente por melhores dias. Esta vila merece voltar a ter a mesma relevância que teve no séc. XX. Por isso, vamos unir forças, criar ideias e iniciativas para que Argoselo, assim como, todas as aldeias e vilas portuguesas não sejam esquecidas.

Estou sempre disponível sempre que quiserem. Podem também contactar-me via email:

argoselobartolomeu@gmail.com

Ilidio Bartolomeu









domingo, 1 de agosto de 2021

PAISAGENS DE ARGOSELO
















PALCO ANTIGO DAS FESTAS NO PRADO







ESCOLA VELHA ONDE BRINQUEI E FIZ AMIGOS













ANTIGA FONTE DAS NOGUEIRAS NO BAIRRO DE BAIXO