sábado, 31 de dezembro de 2022

A TODOS OS MEUS AMIGOS, PRÓXIMOS E DISTANTES!...


 

Dentro de alguns dias, um Ano Novo vai chegar a esta estação.
Se não puderem ser o maquinista, sejam o seu mais divertido passageiro. Procurem um lugar próximo à janela desfrutem cada uma das paisagens que o tempo vos oferece, com o prazer de quem realiza a primeira viagem.

Não se assustem com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.
Procurem curtir a viagem da vida, observando cada arbusto, cada riacho, beiras da estrada e tons mutantes da paisagem.
Desdobrem o mapa e planifiquem os roteiros.

Prestem atenção em cada ponto de parada, e fique atentos ao apito da partida.

E quando decidirem descer na estação onde a esperança lhes acenou não hesitem. Desembarquem nela os vossos sonhos…

Desejo que a vossa viagem pelos dias do próximo ano, sejam de Primeira Classe…

FELIZ ANO NOVO

 Ilídio Bartolomeu

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

ESTOU INDIGNADO


 

Estou indignado com o que está a acontecer ao meu país, estou indignado pela ausência de responsabilidade política dos diferentes governantes.

O governo deve ser responsabilizado pelos seus atos, tem a obrigação de explicar as suas decisões e as suas ações aos cidadãos. Deve ter como divisa a comprometimento, a honestidade, a integridade, a transparência. Deve guiar-se por normas de ética e códigos de conduta. Desta forma prova que se esforça por exercer corretamente as funções para que foi nomeado, que tudo faz para impedir a corrupção e assegurar que as autoridades públicas continuem conscientes e responsáveis das suas tarefas.
Governantes que deixaram o país à deriva, sem rumo à vista, políticos que têm exercido o poder de forma irresponsável e incongruente, devem ser responsabilizados pelas promessas que fazem e pelas decisões que tomam no exercício das suas atividades, no desempenho de cargos públicos.

Ilídio Bartolomeu

domingo, 25 de dezembro de 2022

Reflexão do Dia de Natal


 Hoje é o dia 25 de dezembro, o Dia do Natal. A maioria das pessoas está nos seus lares curtindo a Paz que a data induz, mas com certeza também sonhando com um mundo novo mais justo, sem guerras e sem desigualdades. Portanto julgo ser necessário lembrar um trecho da Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco:

“Sonhemos com uma única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que alberga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz, mas todos irmãos e irmãs”.

Um belo sonho.

Ilídio Bartolomeu

sábado, 24 de dezembro de 2022

O Tio Penhas Visita a Familia em França pelo Natal!!!


TIO PENHAS E TIA DEOLINDA

"As capacidades intelectuais como a espontaneidade, a imaginação, a observação, a perceção e o relacionamento social, inatas em todo ser humano, mas que necessitam desenvolver-se mais e mais, encontram nas atividades dramáticas o seu maior estímulo".

As habilidades físicas voz, olhar, gestos, movimento, equilíbrio, flexibilidade, expressão corporal e verbal desenvolvem-se através dos exercícios dramáticos.
Da união do corpo e da alma, tangidos pelo teatro, nasce a criação para tornar a vida mais rica e ativa.”

O Teatro é uma das mais antigas manifestações artísticas. É uma forma de representação, na qual um ou mais atores interpretam uma história para o público, com o objetivo de despertar sensações e sentimentos. Porém, o papel do ator vai muito além de aproximar outras pessoas. Atuar também é um exercício profundo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Parabéns, vocês são dois excelentes atores!

Ilídio Bartolomeu

 

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

NATAL E O COMERCIO...

O Presépio

 “ O Natal é quando o homem quiser”. Na verdade assim é. Fazer bem sem olhar a quem, qualquer altura é boa, bem vista, bem aceite e digna de realce. A humanidade aceita e agradece. O Natal, visto como época, efeméride, festa, aniversário ou algo mais que desconheço, é fruto de uma velha tradição católica, de há dois mil anos para cá. A sua forma e notoriedade têm sofrido algumas metamorfoses ao longo do tempo. Antes era visto, puramente, como época de índole religiosa; hoje de índole religiosa e comercial. Parece absurdo e blasfémico misturar as duas índoles.

O ambiente envolvente criado pelo marketing é fascinante. Milhões de lâmpadas a piscar ou constantes em iluminações públicas ou privadas, com configuração de estrelas, árvores, presépios, renas, colunas ou arcos, é espetacular. A música nas ruas, avenidas, lojas e centros comerciais, alusiva á época, entra nos ouvidos com uma doçura, tão grande, que quebra qualquer coração, por mais duro que seja. Este marketing, consegue criar um ambiente de amor, de ternura e tolerância. Com amor e ternura, as pessoas aproximam-se. A troca de prendas é a prova disso.

 As mensagens de Natal, por qualquer via de comunicação, têm um sabor diferente do que se fossem recebidas fora desta época. As palavras ou frases podiam ser as mesmas, mas não entoariam da mesma forma. Não há dúvida, cada coisa na sua época. Ao contrário do que muita gente pensa, o marketing desenvolvido, á volta do Natal, não prejudica em nada o seu significado religioso.

 Antes, reforça-o. Há mais solidariedade com os pobres e sem abrigo, oferecendo-lhe uma refeição, decente, na noite de Natal. Os lares de idosos, hospitais, prisões e outras instituições de caridade, ou não, fazem a sua festa de Natal. Ninguém fica de fora. Ninguém é esquecido.

Se o Natal fosse só quando o homem quisesse, pode ser que fosse sempre, pouca vez, nunca ou se limitasse á consoada em família. Assim, há a garantia de que pelo menos uma vez por ano, há Natal para todos. Neste caso as índoles comercial e religiosa combinadas, resultam bem. O resultado desta combinação é o que de mais sublime se pode encontrar: Amor e solidariedade entre as pessoas. E, isto é NATAL 

BOAS FESTAS

Ilídio Bartolomeu


sábado, 17 de dezembro de 2022

OS SINOS DA MINHA ALDEIA!!!


Quando me mudei para a cidade em abril de 1965, a primeira coisa que estranhei foram os toques dos sinos da igreja a menos de cem metros de casa. Naquela altura tocavam as Trindades a chamar para a missa, anunciar mortes, batizados ou casamentos sem descortinar alguns desses toques a desoras, quando não eram chamadas para novenas ou outras práticas.

Os sinos das torres das igrejas foram, ao longo de muitos séculos, o principal meio de comunicação entre as populações, sobretudo as rurais.

A sua principal função era convocar os crentes à oração e participação nos atos variados litúrgicos. Por isso, eram inúmeros os toques: o sinal (variando conforme se tratasse da morte de homem ou mulher), à missa (se fosse dominical havia um toque: espaçado no tempo para que as pessoas pudessem gerir o tempo até à hora da missa), mesmo assim ainda muitas estavam de saída da tasca apressadamente rumo à porta da igreja, ao terço, a batizado, a casamento, a procissão, às Avé Marias, ás Trindades e outros que, certamente, não recordo. Na minha meninice era o Sebastião a que dominava superiormente todas estas melodias arrancadas dos dois sinos da torre. Hoje é são outros que, briosamente, tratam de nos anunciar quem morre e que  casamentos já não há.

Mas o sino também era utilizado para fins laicos: para reunir as pessoas para qualquer assunto de interesse público, para acorrer a uma aflição, nomeadamente quando havia um fogo que ocrriam mais nas casas que nos campos. Nesta circunstância toda a gente pegava em baldes e acorria a ajudar. Os sinos serviam, até, para quando o povo estava farto do padre, chamar o povo e pô-lo a andar. Por regra, os sinos da Vila, nos tempos que correm tocam aos domingos para a missa enquanto houver padre e alguém  conseguir subir os degraus da torre. 

Sábados e domingos há sons repetitivos e urgentes e esses, eu sabia, eram os do chamamento para a ancestral voz do povo que por eles sempre se regeu ao longo dos séculos para funções civis, religiosas ou até mágicas.

Os que primeiro começaram a desaparecer foram os toques de rebate em caso de incêndio ou outra calamidade. também já não se usa o toque para a escola e perdura sobremodo o toque das horas, a evocar os tempos em que as pessoas não tinham relógio e se guiavam pelo sol e pelas estrelas, os sinos eram parte integrante da vida das pessoas e foram celebrados como no poema “Ó Sino da minha aldeia” de Fernando Pessoa

Na cidade não há lugar para sinos nem seus toques, a cidade não tem tempo para essas ancestralidades arcaicas. Gente de modernices sem sentimentos pelas tradições, a que chamam poluição sonora.

E de lembrar-me, dá-me saudade

Ilídio Bartolomeu


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

QUEM AINDA SE LEMBRA DAS JANELAS E DAS PORTAS...


O primeiro era o pai, pela manhã, que,  bacia na mão, lançava a água  da lavagem matinal, sem dizer água vai. Depois a mãe, a seguir o filho mais velho. Abre e fecha, abre e fecha que foi para isso que foi feita. Tinha uma cor de madeira muito velha, com veios como se de impressões digitais se tratasse. E tinha um pincho gasto pelo uso da mão e do polegar que de cada vez fazia um ruído metálico leve. Dava diretamente para a rua onde começava o mundo todo e que nessa altura era o largo e as histórias sempre iguais que nele se contavam.

Durante muitos anos, eu não entendia porque a propósito de amuos da minha mãe o meu pai a acusava de estar com o cu para a porta, como não entendia a sua esperança desesperada dizendo que quando Deus fecha uma janela abre  uma porta outra ou ainda quando as coisas lhe corriam bem dizia que nem sempre o diabo está atrás da porta. Não sabia o que é que as velhas portas ou janelas de carvalho tinham a ver com tudo isto porque haveria mais portas e janelas mas eu só conhecia aquelas.

Não sei se era por não entender estas coisas que o meu pai aborrecido me dizia: és mesmo burro como uma porta, ficando sem saber se o insultos era para mim ou para a porta. Ainda não sabia o que era Braga e já, na persistência de não fechar a porta, me perguntavam: - Mas tu és de Braga?

Era no tempo que as portas e janelas serviam e cumpriam, silenciosamente ou com um doce ranger, a função para que foram feitas: abrir e fechar separando a vida pública da vida privada. Volveram anos e ninguém mais abriu as portas e janelas até uma rajada de vento a escancararam e ficaram incomodamente assim sem ninguém se importar do dentro e do fora.

Ilídio Bartolomeu


ENTÃO, ESTÃO A VER DE QUEM É O BURRO!!!

Afinal o que o burro tinha mesmo era sede. E pelo que dizem ao animal não serve uma água qualquer. Tem de ser cristalina e calma e mesmo assim é conveniente incitá-lo com uma forma de assobio própria. Daí que quando uma pessoa bebia água, por vezes atrombando em rio ou presa, e se lhe queria eufemisticamente chamar burro se lhe assobiava a dita melodia ao que o visado respondia: Nunca a água me amargou quando o diabo me assobiou. E o outro retorquia-lhe: Não fosses tu marrano da pia que já ninguém to dizia.


Era assim mesmo: Para andar: arre e para parar: xó.. O exemplar que vemos na imagem terá acabado a sua jornada. Cabisbaixo tem um ar cansado. Talvez tenha passado a manhã a tocar a roda, dado trazer a melena. Também pode acontecer que olhe o chão em que se vai espojar. Quem poderá entender a vida profunda de um burro?


terça-feira, 13 de dezembro de 2022

VILA DE ARGOSELO CULTURAL― BRINCAR É PRECISO

Primeiro Parque Infantil da Vila de Argoselo     

Este é o mais antigo escorrega da Vila, nas Eiras das Figueiras, concluído no século vinte. O barroco já ali tinha nascido há milhões de anos, uma oferta da natureza. Na minha geração e todas as gerações anteriores  nunca experimentaram o prazer de escorregar.

Eis que séculos   depois, tivemos o primeiro e único parque infantil constituído por um escorrega, por um baloiço e pela roda que vemos na fotografia. Difícil de imaginar o quão importante foi para as crianças que vivem ou visitam a Vila. Lá está, uma pequena obra muito importante.

Há sítios muito interessantes para a sua instalação – Eiras das Éguas― Prado e outros a sugeridos

 Obras de baixo custo com alta importância

Ilídio Bartolomeu


domingo, 11 de dezembro de 2022

CULTURA E TRADIÇÕES DE ARGOSELO PARA REFLETIR:

Olá! Hoje vamos refletir (pensar) um pouco sobre os costumes e tradições de Argoselo e perceber que os nossos costumes e tradições têm muito a ver com a comunidade da qual fazemos parte. O propósito é de fomentar uma reflexão sobre a importância das raízes culturais do nosso povo, no sentido da afirmação da sua identidade.

Nesse sentido, é primordial ter conhecimento e manter viva na memória as próprias origens. Quem não vive as próprias raízes não tem sentido de vida. O futuro nasce do passado, que não deve ser adorado como mera recordação e sim ser usado para o crescimento no presente, em direção ao futuro. Nós não precisamos ser conservadores, nem devemos estar presos ao passado. Mas precisamos ser legítimos e só as raízes nos dão legitimidade.

Era  gratificante ver os jovens preocuparem-se com o futuro da nossa cultura, termos orgulho das nossas raízes, cores, sabores, crenças... mostrando-nos que o único e tenaz caminho é assumir, espalhar e manter cada vez mais as nossas origens, para que só assim outros povos nos relacionem com respeito e admiração"

A partir dessas considerações, acredita-se, que é um tema relevante que pode levantar reflexões e discussões que possam vir a contribuir com o despertar da consciência coletiva sobre a importância das nossas raízes culturais. A cultura e as tradições são elementos constituintes de uma identidade local. Fazem parte daquilo que somos e daquilo que nos caracteriza, mostrando o passado, caracterizando o presente e perspetivando o futuro com alegria e fé.

Pensei então em criar o "Blog Freixagosa" e servir como uma ferramenta para divulgar as notícias, a história, as tradições e as curiosidades. Aqui o leitor vai encontrar vários textos para ler, resenhas e opiniões escritos por mim sobre Argoselo. Vamos pois todos juntos discutir as nossas expectativas, impressões e também  as deceções da nossa Terra.

 Encaro esta iniciativa como uma missão de serviço à nossa comunidade, quer informando, quer construindo um arquivo histórico para o futuro. Se tiverem fotos antigas, documentos, notícias e que queiram partilhar podem enviar para o email: argoselobartolomeu gmail.com é o blog que revela o verdadeiro espirito argoseleiro.

Argoselo Vila, não é particularmente rico em monumentos históricos tal como têm outras Vilas deste nosso País, mas tem alguns pontos particulares de elevado interesse para quem quer conhecer a civilização de um povo.

Impera de facto uma decisão dos nossos Executivos Local que valorize e promova os nossos pequenos mas, marcantes patrimónios. Louve-se a ação da Associação da Amizade, criada em volta desta antiguidade “Peliqueiro”, que teima em não deixar morrer este dever de memorias, que é de elementar justiça.

Anteriormente temos os vestígios da Sala Assombrada, Poço do Fumo e o Castro da Terronha, que merece ser lembrado. O que não percebo é a falta de interação que não existe entre os Executivos Local e os respetivos munícipes, para a promoção da imagem e cultura da Vila de Argoselo. De que nos vale querer ser um local turístico, se depois nós próprios não cuidamos daquilo que melhor temos para mostrar?! Não há turismo sem património, ou sem promoção e demonstração de cultura. Porque não fazer exposições de objetos banais  da  nossa Cultura e Tradições,   que os nossos antepassados utilizaram, “ São Pequenos Tesouros,” influenciando as pessoas que os tenham  para que se disponibilizem a oferece-los.

 O Património, pretende mostrar realidades que existiram. As exposições são excelentes meios de comunicação, construção de novos conhecimentos, a estruturação de novas representações e o desenvolvimento de valores e atitudes ao mesmo tempo que se apresentam como locais de lazer capazes de criar momentos de escape para os seus visitantes. O novo edifício-sede da Junta de Freguesia, é um bom espaço onde podem ser criados, promovidos e/ou apoiados diversos projetos.

A maioria dos Argoselenses, com toda a certeza não conhecem alguns destes patrimónios que aqui enumerei. E acredito que não é por falta de vontade, mas sim por falta de conhecimento da sua existência. A criação de um roteiro em volta do património edificado seria uma solução. Porém, tudo isto só é possível, se houver antes de tudo vontade e iniciativa forte em querer de facto promover e valorizar o que é nosso.

Muito do nosso património parece quase irrecuperável e vontade de intervenção urgente, realmente é pouca ou nula. São patrimónios únicos que deveriam ser preservados e conservados para as gerações vindouras. Temos esta obrigação em lhes deixar história e saber. Mas de facto a preocupação dos Executivos Local, não tem passado por aqui. O que tem interessado na realidade, é o chamativo aos votos o mais visível aos olhos do eleitorado Argoselense.

“Lutar para que as tradições não morram” poderia ser a máxima dos jovens e das Associações Recreativas e Culturais de Argoselo. Além disso, Argoselo é um lugar que tende a reviver o passado e honrar os personagens da história.

A minha opinião é que o meu tempo já passou, já contribuí com o meu dever cívico, mas não fecho a porta na totalidade, deixo-a só um bocadinho aberta. Acho que depois de mim não há pessoas muito interessadas em continuar este trabalho.

O seu comentário é muito importante!

Ilídio Bartolomeu

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

NATAL É TEMPO DE MEMÓRIAS E GRATIDÃO


O “Nosso Blog”, de Argoselo vem lembrar hoje todos os que aqui nasceram, todos os que aqui se batizaram, todos os que, de fora, a adotaram, todos os que aqui com suor e com trabalho ganharam sustento, aos jornaleiros de enxada, aos lavradores que com seus arados revolveram as terras, aos pastores dos animais a quem tratavam pelo nome, aos que, por ofício, tratavam dos outros por cuidarem de si: Alfaiates e sapateiros, tratavam das roupas e do calçado, dos albardeiros que faziam as mulidas, as albardas e outros apetrechos  para as mulas e cavalos. E os ferreiros que com a forja amoldavam o ferro, sem o qual a aldeia seria uma impossibilidade: nem martelos, nem foices, nem facas, nem sovelas, nem gadanhas e nem ferraduras.

E os latoeiros, do tempo que não havia plástico, que tornavam a vida funcional com o vasilhame ― (latos) baldes, regadores, caldeiras, cântaros, copos, jarras, funis, candeias, lanternas, enchedeiras e enxofradeiras etc.

E os barbeiros que trataram das nossas cabeças! E todos os ofícios aqui não nomeados. E todos os professores e professoras, (regentes também) os de boa e má memória que a bem ou a mal ensinaram os que podiam ir à escola. Lembro-me com extrema saudade da minha primeira professora: Dona Maria Cepeda. Mulher maravilhosa, transbordante de amor e de dedicação na condução dos ensinamentos que ela pacientemente transmitia á nós, seus pequenos alunos. O meu preito de gratidão e de saudade, e aos párocos a quem incumbia  dar sentido à vida de todos.

A todos os que no século passado tiveram de emigrar, e foi a maior parte. E aos poucos que cá ficaram e preservaram a continuidade.

Desde que iniciei este texto, que insistentemente, estão a bater à porta da memória:  E as mulheres? De propósito, deixei para o fim o mais importante. Ninguém está presente como elas: Guardam-nos nove meses em seu ventre, dão-nos ao mundo mas continuam junto de nós, cuidam de nós, alimentam- nos e protegem- nos. São elas que tecem a vida e a cultura. Acendem o lume, fazem o caldo, amassam, esticam e cozem o pão, lavam a roupa que cosem e remendam; e tratam do linho que maçam, espadelam, fiam e tecem; e espalham riso, lágrimas e ternura e contam as mesmas histórias de sempre.

A todos, aos ausentes, também. Mas, de um modo especial, àqueles que vivem em permanência na Vila, porque sem eles o que seria a Vila?

BOAS FESTAS E UM ANO NOVO PROSPERO

Ilídio Bartolomeu


sábado, 3 de dezembro de 2022

ALEGRIA EVITA MIL MALES E PROLONGA A VIDA....


 

Para viver bem a vida, devemos ter sempre em mente que a melhor maneira de consegui-lo, será tratarmos as demais pessoas, como gostaríamos de ser tratados... Com certeza, uma vez dado este primeiro passo, os demais serão mera consequência... Ósculos e amplexos … o ideal é poder viver agradavelmente…

Não há nada melhor do que conseguir viver de uma maneira amena, agradável, sem muitos problemas, sem dívidas, com a saúde perfeita, muitas e boas amizades e mais algumas coisinhas que não me ocorrem agora. Só que nem sempre, e porque não dizer, dificilmente conseguimos chegar a essa fase de plenitude total.

Possivelmente pela nossa maneira de encarar a vida, nunca estaremos totalmente satisfeitos com a nossa situação atual, por melhor que ela esteja. Estamos sempre à espera que venha uma ajuda de Alguém acima de nós, para que tudo nos venha às mãos, conforme os nossos desejos... Contudo, poderemos facilitar um pouco a tarefa Desse Amigo. Basta um pouco de boa vontade da nossa parte, observando algumas atitudes que poderemos tomar e que poderão aplanar o nosso caminho, pois acontece que por vezes temos problemas de comunicação e reclamamos de não ser bem compreendidos, mas na verdade, ocorre que precisamos saber falar com as pessoas, devemos saber expor claramente as nossas ideias e ideais, procurando, se for o caso, adapta-las à situação de momento, para que sejam possíveis. Se não conseguirmos comunicar com clareza, tudo ficará mais difícil. Assim sendo, é importante expressarmo-nos claramente.

Muitas vezes, a procura do sucesso na vida, impede-nos de vive-la adequadamente, pois na ânsia de conseguir atingir determinado status, abrimos mão de alguns prazeres, apenas dedicando-nos ao trabalho. Sem dúvida que é importante chegar-se ao topo, mas de uma maneira racional, sem que sejamos obrigados a privar-nos de muitos gozos, ou pior ainda, atropelando quem estiver à nossa frente, derrubando por vezes quem merece a nossa consideração, naquela ideia egoísta de que os fins justificam os meios. Nada pior do que esse tipo de pensamento. É importante entender que devemos usar a nossa energia interior de uma maneira mais adequada.

Na realidade, é muito mais importante fazer as coisas que nos possam dar prazer, pois nada tem graça se não for bom para o corpo, que não seja leve para o espírito e agradável para nosso coração e assim, devemos saber usar a nossa energia para fazer algo que realmente queremos e desejamos fazer, que nos faça felizes e que nos possa ajudar a fazer outras pessoas felizes.

Não podemos ter muita pressa para conseguir as coisas, mas devemos tentar, mesmo sem esperar que o sucesso venha logo da primeira vez. O que sempre deveremos manter é disposição para tentar novamente e para tanto, deveremos cuidar da saúde, para que não nos falte força para continuar tentando, com paciência e determinação. Devemos ter versatilidade para mudar o nosso alvo se as coisas se complicarem, não desanimando com eventuais erros ou fracassos. Temos que aproveita-los para aprender e não mais cometer os mesmos erros, conservando sempre a ideia de que o simples facto de estarmos vivos já é uma vitória, devemos ter sempre como meta a nossa vida procurando vive-la da melhor maneira possível, aproveitando a oportunidade que temos de ainda ter forças para tentar sempre algo a mais. E isso só será conseguido, se, pelo menos no nosso interior conservarmos a alegria de viver. Por pior que esteja a situação, por maiores que sejam os nossos problemas, somente poderemos resolve-los se não deixarmos que se apague a nossa luz interior.

Nunca deveremos iludir-nos, pensando que conseguiremos fazer tudo num dia só ou quando tivermos todos os recursos para tenta-lo. Devemos habituar-nos a conseguir as coisas paulatinamente. Cada dia tem apenas 24 horas. Vivamos um dia de cada vez, e para manter a nossa motivação, devemos sempre ter algum sonho para realizar. Algo em que pensar. Uma meta para ser atingida. E uma dessas metas, com toda a certeza, é viver um dia de cada vez, que deverão ser bem aproveitados para que possamos repeti-los na nossa vida.

 

Ilídio Bartolomeu