terça-feira, 22 de agosto de 2023

RESTAURANTE SÃO BARTOLOMEU EM ARGOSELO

 

Posta de vitela assada na brasa


já aqui estive neste Restaurante São Bartolomeu algumas vezes, para comer a boa posta assada na brasa à mirandesa, a excelente costeleta de vitela e a sensacional posta de bacalhau assada na brasa. 

Costeleta de Vitela 


Sempre que posso faço questão de repetir a visita. É aqui que se  come bem.

Bacalhau assado na brasa

Restaurante São Bartolomeu, fica nas bombas de gasolina, logo à entrada de Argoselo de quem vem de Bragança.

Bom apetite…

Blog Freixagosa






domingo, 20 de agosto de 2023

A VIDA É UMA APRENDIZAGEM!

 

Sei que as palavras não desapareceram, mas foram-se acumulando de tal forma em mim que não consigo liberta-las. Durante este tempo que não escrevi armazenei ideias, conversas, desejos e divagações que o tempo me impediu de desenhar. Mas não pensem que deixei morrer a tela que traduz este lugar, simplesmente tenho andado ocupado a recompor a minha coluna cervical.

E aqui estou eu novamente a pedir perdão aos que alimentam as minhas palavras e mergulham comigo nas intensas linhas da minha escrita. Não só é um órgão fundamental à minha existência, como a sua atividade regular me faz sentir cada vez mais capaz.


Reclamamos das rasteiras que a vida nos dá, ficamos  cheios de tristezas que insistem em bater na nossa porta, mas a verdade é que nos faça perceber que levantar é possível....

O tempo suaviza qualquer dor. Não digo que seja capaz de extinguir, pois algumas dores que carregamos pelo resto das nossas vidas, com certeza reduz as pontadas agudas. Mas qual seria a graça de uma vida sem nenhum obstáculo, sem qualquer sofrimento?

É claro que, quando algo de ruim nos acontece, ficamos arrasados e sem esperança de início. Não existe positivismo algum que seja capaz de fazer com que não nos abalemos com os tombos que a vida dá. Mesmo assim, o que determina o nosso reerguimento não é o que nos fere, mas a forma como cicatrizamos as nossas feridas.

Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a constante avaliação e mudança. Em junho de  1988, fiz a primeira cirurgia à coluna. Em 23 de dezembro de 2020, fiz a segunda cirurgia à coluna dorsal, esta muito complicada, fiquei numa cadeira de rodas. Recentemente, 24 de junho 2023, fiz a terceira operação à coluna cervical. Continuo numa cadeira de rodas.

Algumas pessoas encararam a doença como estado de desconforto físico. Porque a capacidade para trabalhar, ser produtivo e divertir-se está relacionado com a saúde física e mental da pessoa. É social, os meus problemas de doença têm afetado outras pessoas significativas, a família, amigos e colegas. O meu obrigado pelo apoio que me têm dado…

Tive momentos de raiva e revolta onde a mágoa e o rancor se faziam sentir com intensidade, mas não ganhei nada com isso. A fé faz-nos acreditar, mesmo que no momento não estejamos a ver o caminho ou soluções. Mas é a fé que nos dá alento nos momentos e fases de maior dificuldade!

É tempo de parar, relaxar e desligar um pouco. É tempo para recuperar dos anos desafiantes que tenho tido. Tempo de trabalho interior árduo, feito por impulso da dor e da vontade constante de ser mais, e de ser feliz todos os dias. Sim, feliz todos os dias, por estar vivo e poder transformar-me sempre na melhor versão de mim mesmo; feliz por cair e levantar-me, por viver a tentar, a errar e tentar de novo sem nunca desistir do meu caminho. Feliz no meu defeito e na imperfeição dos que me rodeiam. Porque isto de querer ver perfeição em tudo só nos leva à frustração e ao sofrimento.


A vida "obrigou-me" a aprender a gostar de estar comigo acima de tudo. “Tirou-me quase tudo”. Foi difícil, mesmo com ajuda fundamental de quem me quer bem, mas o resultado tem sido simplesmente extraordinário, apesar de nem tudo ser como eu gostaria que fosse.

Foi isto que a vida me mostrou, com tanta sabedoria e paciência, sem nunca desistir de me ver vencer e de me ver mais feliz! Sorrir para às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam, calar-me para ouvir e aprender com os meus erros. Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar. E não temer o futuro, a lutar contra as injustiças. Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.


É triste e preocupante constatar como tantos homens têm perdido o gosto pela existência, o sentido e o prazer de viver. Muitos deles, em momentos de desespero, acabam tirando a própria vida por simplesmente não suportarem o peso dos sofrimentos intensos que estão passando. Infelizmente, não conseguiram caminhar mais um pouquinho para conseguir vislumbrar aquela Luz que sempre brilha no fim do caminho, mesmo que estejamos no mais escuro e tenebroso túnel.

Enquanto para alguns homens o ato de viver é uma grande festa que deve ser celebrada com entusiasmo e gratidão, para outros, entretanto, o ato de viver tem sido um fardo pesadíssimo devido aos problemas, às tribulações e deceções geradas por pessoas ou acontecimentos inerentes à dinâmica da vida, ao ato de viver.

Aprendi através da experiência controlar a minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. A nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo.

 

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domingo, 13 de agosto de 2023

HOMENAGEM A UM ILUSTRE AMIGO...

 

Foi com enorme pesar, a notícia que recebi do falecimento de um Argoselense ilustre com uma carreira brilhante, que manteve sempre uma relação de grande afetividade com Argoselo sua Aldeia Natal.



Homem de sabedoria popular e intelectual. Esse eterno homem (José Fernandes Oliveira, também conhecido como “Tio  Conde), era uma figura distinta e política da nossa Vila, um homem consequente nas posições assumidas em vida. Tinha visão no pensar e no agir. Em termos práticos, procurou desenvolver socialmente a sua freguesia. Carpinteiro de profissão, também nunca esqueceu a sua afetuosa e frequentemente a religiosidade…

Era um homem pragmático, inspirador e fácil de analisar tempos passados do seu Povo e de modo como narrava, tinha a ver com a sua personalidade. Uma figura carismática sem duvida de Argoselo. Às vezes um sonhador utópico, que pretendia esclarecer à sua maneira, mas que se entendia perfeitamente.

A vida trouxe-lhe  complicações de saúde e sofrimento que limitaram  o seu gosto pelo trabalho, a sua natural alegria e boa disposição que nunca deixou de espreitar do fundo do seu olhar. Merece de todos nós louvor e reconhecimento pela forma como desempenhou, com gosto e competência a função de ensaiador e ator de comédias. Uma das melhores facetas era o humor da forma como se expressava.


Nesta homenagem prestada a um filho ilustre da terra, José F. Oliveira, foi um exemplo de dedicação à vida, à família e à sua comunidade. Era pessoa brilhante, jovial, alegre e um bom homem. Um Argoselense convicto  e uma pessoa simples, mas com uma capacidade e atitude enorme. Devem existir mais homenagens à vida. Hoje em dia valoriza-se muito pouco o percurso de vida das pessoas porque vivemos na tirania do efémero.




"Há homens que se fazem grandes levando os outros a sentirem-se pequenos. José F. Oliveira, foi um grande homem que pelo seu exemplo inspirava os outros a tornarem-se grandes."

Neste momento de dor, endereço um enorme abraço solidário aos familiares e amigos de José Oliveira, e presto a minha homenagem perante a dimensão deste grande homem da História e do saber de Argoselo.

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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

MEMÓRIAS DE VERÃO!!!


Quem vê o charme sofisticado e displicente de Argoselo moderno, talvez não concorde que ela seja uma aldeia, mas ela é! Argoselo é uma aldeia inicialmente de Judeus que se transformou com o passar dos anos, mas sem perder o seu encanto de vilarejo. Mas essa é a minha aldeia, a que conheço, a que amei, e a que por bons motivos jamais esquecerei

Regressar a uma aldeia onde fomos felizes, em crianças, é como tentar coser uma manta de pequenos retalhos de memória. Vale tudo para recuperar histórias e sensações antigas. Um cheiro, uma porta familiar. Ou uma conversa informal, empoleirado num balcão de uma taberna.



O verão dá-nos um sentimento único de liberdade e aventura; esta coragem sazonal faz-nos sair da zona de conforto, muitas vezes desbravando sentimentos que se encolhem com o frio.

Fotografias de 1986

Ah, o verão! Aquela época do ano esperada por muitos, especialmente as crianças, e sinônimo de dias ensolarados, férias e diversão.

Seja uma bebida ao pôr do sol, um passeio ao entardecer, um piquenique à beira rio ou uma viagem de sonho. O verão é tempo de férias, é tempo de descansar com sabor a praia e a campo, a alegria e descontração.

O verão da minha infância cheira a aldeia, a terra e a fruta. Era quando as férias duravam 3 meses e chegava mesmo a ter saudades da escola. Era o tempo das cigarras, das tardes e noites quentes, em que me deitada no chão e observava o céu estrelado e imaginava-me a viajar pelo espaço infinito à procura de uma princesa encantada montada no seu cavalo alado da cor do arco íris ou ser aconchegado e embalado nos braços da estrela mais brilhante, a Estrela Polar.


Nasci e vivi a minha infância numa pacata, mas linda aldeia entre dois rios. Para trabalhar tive que ir para o Estoril e somente regressava à aldeia e à casa paterna no período das férias. Mas sem dúvida que as minhas férias preferidas eram as do verão. Era o tempo de rever os amigos, era o tempo dos bailaricos e das paixonetas, era o tempo dos fins de tarde abafados, já depois do banho tomado num balde grande de lata.

São Bartolomeu na Procissão em Argoselo 1986

Era irmos espreitar, o pôr do sol, na praça. Era jogarmos à bola. pião ou à bilharda, brincarmos às escondidas ou às apanhadas, era irmos até à ribeira tomar banho e chapinharmos com a água ou então apanhar as amoras, rapinar as malapas e as peras das árvores que por lá havia. No final do verão assaltávamos, também, os vinhedos à procura da uva moscatel, da uva maria e dos bastardos que eram os mais apreciados, em suma, saudades de quase tudo o que só o Verão proporciona.

As festas eram o momento alto! Recordo-me que, na década de 60, alguns dias antes, as ruas eram engalanadas com arcos bem  coloridos. Durante, todo o mês de agosto decorriam festividades religiosas, culturais e desportivas. A abertura dos grandes dias, logo pela manhã, eram feitas por lançamento de foguetes estrondosos enquanto a  banda de musica percorria as ruas da Vila. Lembro-me de acordar sobressaltado, mas logo me ocorria que era o início da Festa. 

As Festas são um grande acontecimento para a população local e também para os muitos forasteiros que aqui ocorrem. Durante o ano não há distrações e as expetativas focam-se entre o religioso e o profano, nas festas e romarias, há convívio e diversão, compra-se toda a gama de artefactos, ou simplesmente, cumpre-se a tradição de ver e rever a família, amigos e conhecidos.

As majestosas procissões saiam da Igreja  Paroquial em volta da população. As pessoas exprimiam aos santos toda a sua devoção e pediam um futuro melhor, num apelo de bênção e graças para momentos difíceis, que, os afagam de paz,  alegria e profunda inquietação, angústia e dor. 


É uma época onde muitas histórias marcantes acontecem de  amizade, de aventuras inesquecíveis... é a estação do sol, do calor, dos dias mais longos e descontraídos…histórias que se eternizam na memória das pessoas.

Verão é a estação do “sim”, do “bora lá” e do “agora”! Aproveite todas as oportunidades desta estação mágica. Não deixe para o próximo verão o que você pode curtir agora.

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