sábado, 26 de junho de 2021

QUERO PARTECIPAR NO NOSSO BLOG…

 

Quero escrever no “NOSSO BLOG”… É o que acontece com boa parte das pessoas que pensam em escrever um texto e publica-lo, mas essa vontade fica só no sonho.

Para escrever um texto, não precisa de muito. Ouvimos muitos mitos sobre escrever, como a ideia de que aquele que esbanja tempo livre para escrever, ou que o seu conhecimento gramatical vai definir a qualidade dos seus textos.

Essas ideias servem apenas para o desestimular. Qualquer pessoa pode escrever um texto, mesmo sem ter muito tempo livre, mesmo sem ter um diploma em letras, mesmo sem acreditar que tem talento para escrever, mesmo sem se sentir inspirado todos os dias.

Sabemos que, muitas vezes, começar um texto pode ser uma das partes mais difíceis do processo de produção. Até pode ser uma missão impossível. No momento que começa, deixe todas as outras preocupações envolvendo-se mais na escrita do seu texto. É hora de pensar apenas nas questões fundamentais para o processo de criação e escrita. Não dê um passo maior do que a perna.

Se apresentar um conteúdo de forma atrativa e com qualidade, ­o seu trabalho de levantamento de informações à evolução do conteúdo vai conseguir fazê-lo permanecer na página.

Por isso é fundamental, organize um processo criativo, encontrar ideias, historias e informações que deva divulgar de maneira que consiga vislumbrar o progresso do seu projeto.

E é por isso que o “NOSSO BLOG” existe. Hoje, vou explicar o que precisa saber antes de escrever e ser publicado o seu  texto:  tem de associar-se enviando o seu email do (gmail) para (argoselobartolomeu@gmail.com) e possa receber um convite, e assim se tornar autor do NOSSO BLOG.

SÓ NÃO É AUTOR DO BLOG, QUEM NÃO QUER...

Ilídio Bartolomeu


terça-feira, 22 de junho de 2021

A QUE TEMPOS CHEGAMOS…

Já pensei em escrever um diário sobre esta pandemia... descrever todas as mudanças por que passamos... contar tudinho o que sentimos... tudo o que está ficando diferente a cada dia... mas... como tenho muitas ideias para outros textos o “Diário da pandemia” tem ficado para trás.

Estamos diante de um inimigo invisível, que alguém um dia lhe chamou só, “de uma gripezinha”.

Desde o início da pandemia, mudou drasticamente a vida  de muita gente, com as medidas que foram impostas para tentar conter a propagação do coronavírus. Distanciamento social, fecho das escolas e comércios. Com tantas coisas que têm sucedido ao mesmo tempo, problemas psicológicos e físicos  aumentaram muito. Mas o que fazer para tentar conter a tensão neste momento?...

Especialistas afirmam, sair e apanhar ar livre, respeitando o distanciamento social mínimo de dois metros de espaço e usar máscara facial, o contágio pelo coronavírus é quase nulo… pois bem,  eu não posso sair mas, estabeleço metas e tento dividir o tempo que não só, sentado em frente ao computador. Não sabemos o que acontecerá nos próximos meses e com as novas variantes genéticas são motivo de incerteza, mas um ano depois a mensagem é a mesma: os avanços da ciência estimulam-nos a ser otimistas e a ver o copo meio cheio.

Muitas pessoas ficam stressadas ou até passam mal ao  assistir às notícias. Façam como eu; limito o tempo às informações. Além disso, passo a ser mais crítico em relação ao que ouço , filtrando o que é confiável e o que realmente me interessa. Vivemos bombardeados por novas restrições, uma vai anulando a outra e, quando a gente percebe, está praticamente anestesiado com tantas notícias da pandemia.

Um desconforto total por todos nós. Afinal, nunca tivemos acesso a uma quantidade tão grande de informações como agora. Nas redes sociais, jornais, programas de rádio e de televisão. Pergunto-me:   será que o excesso de informações é um mal dos tempos modernos? Ver e ouvir, é a primeira coisa que se deve fazer mas, é preciso estabelecer limites: pelo menos por um tempo.... Vejam coisas que lhe dão prazer, e que gostariam de fazer.... Um novo interesse pode ajudar a manter longe as preocupações desnecessárias. Pesquisas mostram que os hobbies fazem muito bem para a saúde... É o que eu faço e sinto-me muito bem. Desde que comecei a depositar as minhas preocupações, anseios e angústias na escrita, o meu conforto deu um salto.  Convido a experimentar.

 A escrita, para mim, tem muito poder. É no hábito de transformar o pensamento em palavras que a minha cabeça consegue descansar. No entanto, neste momento a situação começa a ser relativamente controlada graças aos esforços de vacinação. Tenho uma grande confiança na natureza humana. É claro, que tem os seus defeitos óbvios, mas com inteligência, com paciência e com respeito pelos outros, é sempre possível arranjar solução que não seja o destruir o outro. As soluções não podem consentir a destruição. Há por aí alguns vermes que  se alimentam de fake news. 

Uma palavra de conforto e admiração para todos aqueles que não podem “refugiar-se” em casa com os seus e que estão a cuidar de todos nós. Neste “filme” são eles os heróis.

No futuro, vamos ter de nos habituar a conviver com esta e outras doenças. De tempos a tempos vamos ter situações semelhantes à da covid-19 e vamos ter de estar preparados para isso. Nunca facilitar.

A abundância de informações que temos hoje é como uma vitrine repleta de doces apetitosos competindo para chamar a atenção do nosso cérebro.

Estamos realmente a viver num cenário de guerra, com comércios fechados, ruas vazias e notícias tristes que chegam a todo tempo... em excesso pode causar doenças físicas e emocionais.

Se vamos viver muito ou pouco, cabe a nós estruturar o nosso caminho e esforçar-nos por aquilo que aspiramos, porque nós temos o poder de optar por nos tornar nas pessoas que nos inspiramos, no futuro.

Todos vamos morrer. Não podemos escolher como ou quando. Mas podemos decidir como iremos viver apôs pandemia. Então, faça isso. Decida! Inspire. Expire. E decida…

 

Ilídio Bartolomeu

 

sábado, 19 de junho de 2021

Nº18 MUSEU DAS MINAS MEMÓRIAS DE SEMPRE


Os percursos pedestres são um excelente modo de conhecer o património natural e cultural da Vila de Argoselo.

Cada vez mais, o Museu de informação e o “Museu Aberto” reafirmam-se na contemporaneidade como Museus que atendem à função do homem como indivíduo e do homem como um ser social.

Percurso pedestre "Rota dos Mineiros de Argozelo". Tratando-se de um percurso em ambiente de montanha, poderá encontrar um piso variado e mais instável, principalmente no inverno.

Com início no Museu de informação, tem um percurso numa primeira fase ascendente, calcorreando até ao “Museu Aberto” com uma ligação fortíssima à comunidade local, é um passo enorme para a consolidação de Argoselo como destino turístico de eleição.

Ao passar pelo Planalto de São Bartolomeu, vai ver o recinto recentemente recuperado e um miradouro. Aqui, pode desfrutar de um ambiente aprazível, com um enquadramento paisagístico extraordinário e vistas a perder de vista. Tem um parque de merendas com árvores de médio porte, à sombra das quais pode fazer-se uma merenda, ler, ou descansar. 

 Extensa zona pedonal  em terra batida com vistas diferentes até à “Ponte dos Mineiros”, pode ver as vertiginosas ribanceiras que se elevam no Rio Sabor, com um enquadramento geográfico único.

Ilidio Bartolomeu

terça-feira, 15 de junho de 2021

AS CEIFAS (SEGADAS)

As colheitas, como as segadas, eram na verdade uma festa, logo bem cedinho até à noite. (Hoje já não são bem assim)

A foice, como o próprio nome indica, destinava-se a ceifar, isto é a cortar. As dedeiras, por norma de cabedal revestiam apenas dois dedos, aqueles que teriam mais probabilidade de virem a ser atingidos pela foice (os dois mais pequenos da mão esquerda) num qualquer momento de descuido ou de cansaço.

Os cantos transmontanos constituem umas das mais profundas e originais expressões da música regional portuguesa. E para bem tratar os segadores, havia o “desjejum”, logo bem cedo, ao princípio do trabalho; aí pelas dez horas da manhã, depois de um trabalho de cerca de quatro horas bem rendosas, não faltava quem apresentasse uma merenda especial.

O amo da segada vai fazendo os seus cálculos, preocupado com o decorrer das horas e o número de terras para segar, porque não lhe agradava que o trabalho ficasse para dois ou mais dias. E a dona de casa tinha de olhar para as suas tarefas, consideradas como jornada longa e preocupante, porque os segadores eram respeitados nesta festa de ano, em que é bem patente a alegria de meter a fouce na seara, apertar carinhosamente os “molhos de espigas” e abraçá-los com dedicado amor ao fazer os “molhos” e apertá-los com as dedeiras.

Todo o santo dia se cantavam as “Cantigas da Segada”, escolhidas a dedo pelos ranchos, pela norma do tradicional, desde o amanhecer até à noitinha. O dia era longo, dos maiores do ano. Estes cantos entoados durante as segadas, duma forma arrastada e vigorosa, como é próprio destes homens e mulheres entoado alternadamente. A voz masculina inicia numa textura particularmente aguda, a voz feminina que, adotando um registo médio, própria para cantar no campo, incentivam todo o rancho a cantar.

Pela uma hora da tarde vinha à “faceira” a dona com os grandes cestos transportados pelo burro ou macho. Eram pelo menos duas ou três iguarias que se apresentavam com bons pedaços de fumeiro, vitela assada ao calor do lume da lareira, bem temperado e o respetivo  bacalhau frito.

Os trabalhadores, principalmente na minha infância mais recuada comiam todos do mesmo recipiente que era colocado no chão, em cima de uma toalha que por sua vez era colocada em cima de uma manta de trapos embora cada um com uma colher individual e o mesmo acontecia com o garfo. Por norma comia-se com o garfo ou a colher na mão direita e por norma na mão esquerda segurava-se e comia-se uma fatia de pão.

E como os dias de Junho – Julho são como anos, não faltava a merenda caprichada pela parte da dona de casa, para sustentar o dispêndio de energias de quem aguentava toda a sesta, sem descanso, alagado em suor.

Vinho não faltava, andava sempre na mão do amo  em cabaça ou bota espanhola para no começo de cada novo sulco matar a sede a todos os que precisassem; e para que as coisas corressem sempre pelo melhor.

Regra geral era no final ou começo de cada novo par de regos que os trabalhadores se hidratavam bebendo água ou menos frequentemente vinho. Na altura da ceifa o calor aperta e, água é melhor que vinho.

É de referir que o sistema usado na segada, para se compreender melhor o esforço de todos e de cada um: Cada segador levava três sulcos de pão. Às mulheres pertencia-lhes levar dois. Para não baterem com a fouce no vizinho da esquerda, a segada era orientada estrategicamente, pondo à esquerda do grupo de segadores os mais cuidadosos, para irem depois todos um pouquinho recuados em relação uns aos outros. Os mais valentes e desenvoltos davam ao grupo a velocidade do andamento, e todos deviam tentar acompanhá-los, naquela como que fila indiana.

Cada trabalhador protegia-se do sol com chapéus de palha seguros ao queixo por fitas ou elásticos e usavam, às vezes, lenços ao pescoço. Estes lenços destinavam-se a limpar o suor que, com o avançar do dia e o trabalho, ia surgindo por todo o lado sendo mais visível principalmente na cara e no pescoço.
Os homens recebiam mais dinheiro que as mulheres e por norma executavam tarefas mais pesadas, embora por vezes também ceifassem.

Na verdade , a ceifa é trabalho algo árduo e duro. É preciso ter boa têmpera, estar habituado a suportar o calor de brasa que cai do céu de chumbo para aguentar esse trabalho, essa luta heroica do homem com a terra.

À noite, comia-se a ceia, já em casa e os trabalhadores iam dormir para descansar e recuperar forças para o dia seguinte. No caso de searas menores os ranchos eram formados em parceria que basicamente quer dizer: trabalho para ti e tu para mim a seguir.

No meu tempo de criança,  os campos que já estavam segados, ia-se ao rebusco da espiga e de vez enquanto observava a peregrinação diária dos segadores, e ia tomando conta de alguns desabafos que se ouvia dizer aos donos das searas: Um ano à espera entre inúmeros e contingentes perigos, ao desprender dos sentimentos de funda gratidão para com o Senhor Deus do céu e da terra que tudo nos dá, e que nunca nos falte o pão e o caldo.

Hoje em dia as coisas são muito diferentes e mais fáceis já que os meios mecânicos não só segam como malham e atam o cereal em sacos. Tempos modernos que trazem sempre um pouco de nostalgia para todos aqueles que se lembram perfeitamente do calor infernal que era uma segada.

Quem planta, colhe. E a colheita, é sempre maior que a plantação!

Ilídio Bartolomeu


sábado, 12 de junho de 2021

Nº3 SEGADA, MALHAS E CRIVA MEMÓRIAS DE SEMPRE





Estamos naquela altura do ano em que as segadas eram a atividade predominante no que as culturas se refere. 

As segadas eram o reinício de uma ano de trabalho, que seria continuado pelas "acarreijas" e "malhadas" para darem sustento e fartura de pão a uma família.

O mesmo reflete-se sobre as segadas desde o nascer ao por do sol. Mas para o compreenderem e desfrutarem será mesmo melhor ver, vai de certeza gostar.

Ilídio Bartolomeu


domingo, 6 de junho de 2021

DESABAFOS…


 Hoje resolvi falar um pouco de mim, à minha maneira... Nem sei ao certo se sou bem assim, admito que acho difícil fazer uma definição de mim mesmo... Não gosto de falar sobre qualidades e defeitos... prefiro que as pessoas me conheçam e tirem as suas próprias conclusões... Não aceito qualquer julgamento, até porque não julgo ninguém, não me permito fazer isso porque sou tão ser humano como qualquer outra pessoa. Procuro plantar e semear bons frutos sempre por onde vou, pois acredito fielmente na lei do regresso. 

Para começar: sou um ser humano normal, tenho defeitos, qualidades, desejos, sonhos, medos, vontades... Não sei para quantas pessoas sou realmente especial, nem sei da intensidade desses sentimentos de verdade, prefiro não saber, para mim a vida tem mais graça assim. Só posso falar por mim, só sei de mim, é à minha consciência que devo ou não alguma coisa. Às vezes posso parecer um espalha brasas, mas penso que não! Sei que é impossível agradar a todos, mas faço a minha parte, tento sempre ser uma pessoa agradável. Posso ser tímido no começo, mas se o assunto se der para falar, falo com toda a gente. 

Acredito na lei dos direitos e deveres, e dentro dos meus princípios vivo e respeito essa lei. Não preciso prejudicar ninguém, não desejo o mal a ninguém, e por mais que tenham feito algo que me atinja, prefiro passar por cima, deixar que o tempo traga as respostas. Sou contra qualquer tipo de violência, injustiça e vingança. O ser humano não precisa disso, é isso o que mais repudio. Todos nós temos direito á vida e somos livres para escolher como vivê-la. Não se pode fazer o mal assim, como se fosse algo normal da natureza humana. Se não posso fazer o bem, ou ajudar, com certeza não irei atrapalhar e muito menos fazer o mal. Às vezes as minhas escolhas podem não agradar às pessoas que amo, mas, preciso viver, porque é para mim, uma necessidade que todos nós temos, mas é preciso coragem para enfrentá-la. Há quem diga: falas muito, mas fazes pouco... não acho, mas se chamam, é porque sou mesmo.

O melhor ingrediente para tornar a vida com mais fundamento, é o bom humor, isso é fundamental. prefiro rir, falar baboseiras, brincar, imitar, fazer graça, do que ficar a falar da vida alheia. Queixar-me? Enervar-me? Para que? Isso não leva ninguém a lugar nenhum.

 Sou Argoselense não gosto de me armar em Estorilista. Gosto de ser provinciano, o que tocar danço. Não gosto de dançar, mas não tenho nada contra quem gosta. Amo a minha mulher, ela é a minha razão de estar aqui vivo! Sou loucamente apaixonado por ela, é o meu ar, o meu sol. É tudo! Vivo e tento viver, é uma boa norma para ser feliz. Não sou uma pessoa vazia, nem solitária, mas também tenho medo da solidão. Odeio que me venham com declarações do tipo: metade da maçã, alma gêmea e coisas assim! Não sou metade, sou inteiro. Até porque estamos carecas de saber que absolutamente nada é para sempre.

 Por isso insisto que a vida é feita de momentos, alguns arrependimentos, mas nada que mate ou que impeça de continuar vivendo, tudo que passamos durante a vida, contribui para nos tornarmos pessoas melhores, ter a certeza de que vale muito a pena viver, vale a pena amar, vale apena sem nos permitir repressões.

 Quando a gente se ama e se respeita, acaba-se entendendo que não se deve fazer aos outros o que não queremos que façam connosco. E isso é tão simples. Que mania teimosa que o ser humano tem de complicar e dificultar tudo, sem contar a malícia e a maldade que colocam em tudo. Mais genuinidade, mais espontaneidade, isso não significa ser ingênuo ou idiota. Dizem que sou cabeça dura, coração de pedra, mas não é isso, só não sou para ser romântico. Posso até falar, escrever, ler e assistir coisas românticas, mas não curto coisas doces o tempo todo, é muita falsidade para mim, não se diz “eu amo-te” por tudo e por nada”

Na minha essência, os meus pais ensinaram-me a zelar do meu nome, da minha moral, a ser honesto, é assim que  quero ser, com o meu pai percebi que a vida é muito mais que sentimento, que é preciso fazer as coisas sem esperar nada em troca, é fazer graça, aprendi a conquistar as pessoas assim. Com os meus irmãos, sempre percebi que depois de tantos anos, entre nós existe o perdão, a desculpa, que a aprendemos a praticar cada qual a seguir a sua vida, e saber perdoar é uma virtude. Os meus amigos, fundamentais, são básicos no meu viver, tornam a minha vida mais feliz, provam-me o quanto preciso deles, o quanto é bom ser útil.

A vida é um passeio, uma volta, onde cada um é responsável pelos seus atos. Passamos uns pelas vidas dos outros, sempre levando algo de alguém e deixando algo de nós. A nossa fé, é o nosso tempo é a vida. É preciso acreditar em sensações, numa energia transcendente, que transborda o amor da criação, que está nos mínimos detalhes, nas coisas mais simples. É preciso acreditar e cuidar, porque a fé é o melhor caminho. Adoro crianças, bebês, queria ser pai um dia, sem preferências de raparigas ou rapazes. Quero envelhecer e conversar com os jovens, assim como converso com velhinhos com respeito e admiração.

Não queria estender-me tanto, mas para mim é mais fácil escrever, embora ainda falte tanta coisa para descrever, mas vou ficar por aqui.

 Pelo que vêm, gosto de conversar, adoro cavaqueiras longas e construtivas, não vão pensar que sou um chato que fala demais, nem que sou certinho ou algum santinho. É verdade que não tenho dom de palavra. Só tentei descrever o que não consigo dizer  linguisticamente. Mas isto não é nada, quem me conhece de verdade, sabe bem que não me limitei nesta “breve” definição, escrever tudo o que teria para narrar…

Ilídio Bartolomeu

sábado, 5 de junho de 2021

Nº25 EVOLUÇÃO DE ARGOSELO MEMÓRIAS DE SEMPRE

                         VILA DE ARGOSELO

Não podia deixar de aqui partilhar este belo filme, o qual retrata algumas das artes e ofícios que se vão perdendo na voragem do tempo. Imagens do ferreiro, do funileiro do alfaiate, do sapateiro e de muitos outros, intercalando com retratos e pequenos apontamentos da vivência do nosso mundo rural. É todo um modo de vida que dentro de alguns anos, não muitos, fará parte somente das nossas memórias, pois os seus acores já terão desaparecido e os cenários, as nossas aldeias e o nosso campo, denotarão ainda mais abandono e desolação.

Filmado em Argoselo,  podia-o ter sido em muitos outros locais do nosso país, nomeadamente no seu interior mais esquecido e desvalorizado por quem de direito.


quinta-feira, 3 de junho de 2021

QUANDO UM DIA PARTIR PARA O OUTRO MUNDO!


Quando um dia partir, porque partirei um dia, como tu que estás a ler, de mim ficará muito pouco. Dinheiro quase nenhum e os bens materiais, todos juntos, caberão num lugar muito pequeno. Não ficarão livros publicados, que, de certo, ninguém quereria ler, nem tratados que alterem o rumo do mundo.

Ficarão, no entanto, neste blogue, alguns textos que alguma gente leu e que relatam algumas das coisas que vivi e me orgulho de ter escrito. Encontrarão, por aqui, também alguns dos filmes que filmei. Saberão também em que alguns dias que sorri. Saberão doutras em que fiquei triste e de outras ainda em que fiquei, apenas, pensativo. Ficarão, por aqui, alguns textos dedicados a amigos, com quem tive o privilégio de me cruzar. Ficarão, por aqui, algumas fotografias que tive a ousadia de fotografar. É por aqui que escrevo, sem imposição de ritmos nem de temas. Escrevo quando me apetece, como hoje, para dizer o que me apetece. E, ao ler alguns dos textos mais antigos, mesmo eu, redescubro quem sou ou apenas quem já fui e sei que vai também ficando, por aqui perdido.

Quando eu partir, gostaria de ser lembrado tal e qual fui por aqueles a quem fui querido um dia. E, que não deixem de falar de mim, porque aonde eu estiver ficarei feliz. Mas, não me bajulem, não me santifiquem, pois já errei bastante. Podem citar o meu nome nas brincadeiras como sempre fizeram, mesmo quando eu não estava por perto. Darei muitas risadas por naquele momento estar sendo lembrado como se eu estivesse ali. Só não chorem, pois, quando as vossas lágrimas girarem sentirei saudades de mim.

Que ninguém pense que a minha vida foi vazia, triste pelo contrário. Mas predestinado ao inabalável fim da existência terrena e da convivência tão boa meus amigos, seria egoísmo partir e levar comigo a alegria que lhes pertence e que precisam para sobreviver.

Se, por acaso, é um ou uma dos que algum dia passou por aqui, receba hoje um enorme abraço virtual, porque estamos em tempos de abraços virtuais apenas. E saiba que mesmo um blogue, por vezes, um texto cumpre a sua função quando acaba de ser escrito, mesmo que nunca ninguém o leia!

Enquanto eu viver, quero amizades sinceras e profundas;
Quero ser livre para pensar e para escrever. Quero profundamente ser feliz!

Sejam felizes também!

Ilídio Bartolomeu