Penso, falo e
escrevo sem receio de retaliações ou interpretações quaisquer (positivas ou
negativas). Eu nunca fui comum nem sequer quis ser igual a ninguém. Sou leal,
pontual, transparente, atrevido, polêmico, sincero, real e verdadeiro, mas para
muitos sou o que quiserem. Tanto faz. Este pequeno texto é uma análise ou
retrato de mim mesmo feito com o meu mais sincero pensamento racional.
Ainda hoje ouço clara e nitidamente as palavras da minha mãe quando dizia, sem
articular as palavras, parecendo que a valorosa lição da sua mente brilhante,
mas sem conhecimento escolar. Em outras palavras ela dizia sem desviar os olhos
azuis dos meus:
“Nunca esqueças
que tu és a pessoa mais importante da tua vida e que não há amor maior do que o
amor próprio. Ama os outros na medida certa e sem medida ama-te
incondicionalmente! Não há nada mais poderoso que a autoestima, pois ela nos
mostra o nosso verdadeiro valor! O amor próprio apresenta-nos o
esplendoroso brilho que temos, mas não o vislumbramos simplesmente pela
ausência de uma justa e necessária valorização pessoal.”
Sou seríssimo, não rio de tudo, mas choro em silêncio com as bizarras histórias
de maus tratos contra animais, crianças, mulheres, idosos em geral. Canto sob o
chuveiro, leio na cama; penso macacadas e escrevo tolices. Não acredito no
“Todos são iguais perante a lei”.
“Há um artigo; todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
portugueses e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Entendo, salvo outro juízo, que essa é a
primeira e mais forte hipocrisia constitucional. Se essa difundida igualdade
perante a lei fosse verdadeira, não haveria o juízo privilegiado. Não há como
negar que o foro privilegiado é uma quebra do princípio de que todos são iguais
perante a lei e que, portanto, estão submetidos a ela da mesma forma. Jovial
engano!
E por falar em
maus tratos, há muita incoerência em quem defende os animais (Bois, cavalos, cães,
gatos, baleias, golfinhos e outros) por exemplo: as “touradas” acham que é um
"desporto" selvagem. Da mesma
forma que os “rodeios”, nesses eventos os animais são submetidos a dores
incalculáveis, sempre em nome da diversão das pessoas ingénuas, grosseiras e
deveras selváticas.
Os defensores
dessa selvageria apoiam-se em artigos da Constituição que garantem o respeito
às manifestações populares, bem como a difusão da cultura popular. Em
contrapartida, a Constituição também incube o poder público de defender a fauna
e a flora, impedindo práticas que submetam os animais a crueldade.
Não sou
ninguém, sou espoliado. Bebo vinho caro ou barato sem me preocupar com status
social ou situação financeira. Falo pouco... Muito pouco. Sou concentrado e, às
vezes, a minha tristeza é tanta que não são os olhos que choram, mas o coração
que sofrido sangra. O meu lado feroz é manso, pacífico e conservador.
Todas as
críticas aos meus, às vezes, insólitos, rebuscados e insulsos escritos são
bem-vindas, mas quero avisar: Sou um misto de Anjo e Demônio sob a ótica dos
que entendem que me podem julgar! Não costumo fazer juízo de valores.
Quase sempre fico mal quando aconselho, por palavras ou escritos, pessoas obstinadas,
inconsequentes, ignorantes. Tenho um forte sentimento de antipatia, aversão,
implicância com esses energúmenos. Com eles uso o sentimento mágico ou a
palavra forte chamada indiferença.
A verdade é uma
só: Se não posso combater ou amenizar o mal afasto-me desse mal (danosa
convivência). Mas gosto sim de abraços, mimos, cortesias e respeitos sinceros.
No entanto, insulto, falo alto ou baixo e até grito a depender de quem queira
ou goste.
Falando dos
meus pais, eles nunca me disseram como eu deveria ser ou me proibiam de fazer
as coisas que eu quis fazer. Mas sempre que podiam eles diziam-me: repetindo um
adágio antigo: " O prazer de fazer o bem, é maior do que recebê-lo”
Nem sempre
escutei a minha saudosa mãe! Infelizmente de pequeno fui rude para com ela, talvez
por ignorância de criancice, cria resguardá-la
das pessoas que passavam na rua
ouvindo-a, começavam logo a dizer: lá está a “Maria Tiro coitada”. Como eu
não gostava, disparatava com ela para
que se cala-se. Guardo muita mágoa.
A infância e
adolescência passaram. Esse passado não volta mais porque o tempo é
irreversível! Hoje sou um homem que admira, apoiado na esperança, fé e caridade,
imoderadamente, a família, a saúde, a cultura e a
paz.
No momento sou
a antítese do bem, da luz, do prazer e da esperança. Sou uma luz difusa
que se autorregenera pela força no que acredito ser possível alcançar. Creio
viver em eterna provação aceitável apenas porque, às vezes, entendo ter e ser
essa força divina da natureza em transformação.
Igual a este texto, algumas das minhas escritas são consideradas difusas,
talvez por ter só a quarta classe ou por fazer emergir das entrelinhas
ensinamentos fugazes e ousar mergulhar na corrente dos pensamentos
indecifráveis a representação do ser em deslumbramento.
Por usurpar de
mim mesmo ideias complexas, pontos nevrálgicos, metas intransponíveis e a
deixar cúmplice o leitor a inquieta ideia de perseguir essa aventura orgástica,
impudica, talvez egoísta ou pervertida, revelada de forma simbólica,
subliminal, mas satisfatória e lírica, pelo menos para mim, sou diferente e
extremamente indiferente.
Não sou igual a
ninguém…
Ilídio
Bartolomeu
17-10-2020