domingo, 31 de outubro de 2021

FOGUEIRAS NO DIA DE TODOS OS SANTOS EM ARGOSELO


 

Mais um ano, mais uma tradição, mais um largo que se vai animar e faz lembrar tempos passados.

Estou a falar dos tradicionais fiadeiros do dia de Todos os Santos e da animação que as "acompanha".

Quem passa pelos largos da Aldeia durante a tarde pode ver já, encostados a um canto, o monte de lenha a queimar durante a noite.

Como se vem tornando hábito também, não faltam as castanhas e uma boa aguardente  para ir dando algum alento ao estômago... pois que isto de saltar fogueiras tem muito que se lhe diga, se bem que os "aventureiros" são poucos e nem mesmo os mais jovens talvez não queiram dar um saltinho na fogueira.

Durante a noite há conversa, conversa essa que se vai alongando perdendo-se ao longo da noite.

Com a fogueira quase apagada, surgem então os "corajosos de última hora" que aproveitam para dar um salto. Enquanto isso, já há quem puxe pela garganta e comece a cantar as "modas de antigamente."Aqueles que se deixam entusiasmar pelos cantos seguem os cantadores que rapidamente é incluído numa roda. Antes mesmo de se irem embora, ainda podem ver no assador as ditas castanhas, impacientemente à espera para  quem as queira comer.

Ilídio Bartolomeu

terça-feira, 26 de outubro de 2021

É MELHOR TER PAZ OU RAZÃO?

Passamos muito tempo a fazer valer o nosso ponto de vista e é só entrar nas redes sociais e noutros órgãos informativos que logo iremos deparar-nos com comentários austeros, julgamentos precipitados, ataques gratuitos, tudo porque queremos sempre ter razão. O nosso ponto de vista é o correto, a nossa forma de agir, cuidar, pensar e comportar sempre é o mais adequado. Mas será mesmo?

Então chega um momento das nossas vidas que percebemos que mais importante do que ter razão em tudo, é ter paz. Isso mesmo, por que perdemos tanto tempo querendo provar para o outro que nós é que estamos certos? Qual o ganho real que colhemos ao querer fazer o outro engolir o que para nós faz sentido, muitas vezes entrando em confrontos desnecessários?

No ambiente familiar, nos relacionamentos amorosos e na vida profissional nos deparamos com a diferença de opiniões, de experiências de vida que, apesar de serem caminhos diferentes, levam ao mesmo lugar,  mostrando-nos que sempre há várias perspetivas a serem analisadas. Quando aprendemos essa equação de se respeitar os pontos de vista e diferenças dos outros, de dar espaço, de arriscar e seguir outros caminhos, de não tomar nada como verdade absoluta, ampliamos o nosso campo de perceção e interagimos com mais qualidade com as pessoas que convivemos.

Olhamos para trás e constatamos que perdemos oportunidades muito por pura intransigência. É uma pena que isso aconteça quando já nos desgastamos muito com discussões inúteis e  não chegamos a lugar nenhum.

Passamos noites e dias em claro, irritados, nervosos, a troco de quê? Então, agora é olhar para trás e ter que haver cedências de parte a parte e disporem-se abertos ao que é diferente do que uns e outros pensam, agem e façam, para se chegar a um acordo.

A partir do momento que conseguimos tornar-nos mais flexíveis, entramos em sintonia, experimentamos a paz interna e o relaxamento. Mas isso é uma escolha…

Ilídio Bartolomeu

 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

UM ANO E MEIO DE PANDEMIA, O QUE MUDOU?


 Penso que 2020 será lembrado como o ano em que o mundo parou… mas cada um à sua maneira. Uns sentiram um grande abalo na vida profissional; outros um grande desconforto na socialização. Porém, houve um fenômeno que tocou a todos: ninguém escapou à reflexão sobre o estado das coisas e, principalmente, sobre a sua própria vida

De repente, estamos a viver o nosso próprio filme-catástrofe. O vírus ainda continua  à solta no planeta,  uma boa parte do mundo continua fechada em casa. A pandemia chama-se covid-19 e, quer queiramos quer não, mudou o nosso modo de vida, e de que maneira.

 O simples ato de sair de casa inverteu quase uma questão de vida ou morte. Aulas suspensas, bares e restaurantes fechados. Festas, nem pensar. Quem diria que em 2020 a máscara de proteção seria acessório obrigatório.

Os efeitos do confinamento forçado, do distanciamento social e de outras medidas impostas durante a pandemia de Covid-19 foram evidentes em todos os lugares. Mas como esse cenário afetou a si, especificamente? Já parou para pensar se os seus valores e as suas prioridades permanecem os mesmos? Do que sente mais falta?

Um ano e meio de isolamento social e distanciamento físico. A “quarentena” que ainda teima não acabar trouxe profundas transformações que serão permanentes para toda a sociedade. As “sequelas” serão levadas para as próximas gerações como fruto das experiências vividas durante a pandemia.

Não é segredo para ninguém o quanto a Covid-19 trouxe um grande impacto nas vidas em nível global, chamando a atenção pelo alcance que teve e pela velocidade com a qual se disseminou.

Diante deste contexto, a pandemia terá impactos significativos e ainda não completamente dimensionados sobre a sociedade. Trata-se de um evento inédito na história, dado que, no passado, epidemias parecidas se desenvolveram num cenário de muito menor integração entre países e pessoas, divisão do trabalho e densidade populacional.

Por se tratar de uma doença e de uma situação nova, as lacunas de informação e conhecimento ainda são muito grandes: taxas de letalidade, potencial de transmissão, tratamento, existência de outros efeitos ou sequelas no organismo dos que foram infetados, todas essas informações ainda são preliminares.

Mas há esperança. Afinal, a vacina é a melhor aposta para controle da disseminação, a observação, análise dos dados seguem em franca pesquisa para posterior cruzamento de informações, no sentido de criar mecanismo que possam deter o futuro aparecimento de novas estirpes. Impedindo assim novas ondas de transmissão.

Passado ano e meio de isolamento social. Já é possível afirmar que houve uma mudança profunda no comportamento humano. A forma de se relacionar, de consumir (vender e comprar), na maneira de trabalhar e estudar. Tudo ganhou nova configuração. Os problemas domésticos e a falta de harmonia familiar veio à tona, tornando urgente a procura por uma reconciliação, muitos casais separam-se durante a pandemia e tantos outros se casaram. Muitos lares foram desfeitos!...

De tudo vivido durante este período, todos nós temos uma certeza de que essas mudanças ficarão para sempre: A verdade é as transformações promovidas pela contingência da vida, no cenário pandêmico foram de caráter estrutural e entraram de forma definitiva para a história humana. O que for bom permanecerá e o que se tornar obsoleto ou inadequado, sofrerá novas mudanças. Porque assim é a vida, dinâmica, urgente nas suas vicissitudes.

Ilídio Bartolomeu