terça-feira, 25 de abril de 2017

O ANTES E DEPOIS DO 25 DE ABRIL DE 1974?



Há quarenta e três anos, em vésperas do 25 de Abril, Portugal era um país antiquado. Para os jovens de hoje será talvez difícil imaginar o que era viver neste Portugal de há 50 anos, onde era rara a família que não tinha alguém a combater em África, o serviço militar durava quatro anos, a expressão pública de opiniões contra o regime e contra a guerra era severamente reprimida pelos aparelhos de censura e policial, os partidos e movimentos políticos encontravam-se proibidos, as prisões políticas cheias, os líderes oposicionistas exilados, os sindicatos fortemente controlados, as greves interditas, o despedimento facilitado e a vida cultural apertadamente vigiada.
Antes do dia 25 de Abril de 1974, o nosso país vivia mergulhado na tristeza e no medo. Durante mais de 40 anos, quem governou Portugal até esse dia foi Salazar e, logo a seguir, Marcelo Caetano. Foi a ditadura. Não havia democracia, não se realizavam eleições livres e ficavam sempre os mesmos a mandar. As pessoas não tinham liberdade para dizer o que pensavam sobre o governo. Havia a PIDE, uma polícia política que vigiava, prendia e torturava quem tivesse ideias contrárias às do governo.
Com o 25 de Abril, mudou muita coisa no nosso país: acabou a ditadura e começou a democracia. O povo português passou a ter liberdade porque aconteceu a Revolução dos Cravos. O povo saiu à rua para comemorar a festa da Democracia, com os soldados que nos libertaram da Ditadura. Toda a gente se abraçava. Os soldados colocaram cravos nos canos das suas espingardas, simbolizando uma mudança pacífica de regime. Muitos distribuíam cravos vermelhos. As pessoas gritavam «o povo unido jamais será vencido»
Hoje dia 25 de Abril comemora-se os 43 anos da Revolução dos Cravos que pôs fim ao período Salazarista com a derrubada de Marcello Caetano. Portugal, hoje membro da União Europeia, era um país atrasado em relação aos outros País.
Foi uma anestesia a que o povo português esteve sujeito a décadas a fio. Graças aos esforços e arrojados Capitães de Abril, veio a Liberdade e a democracia, o reconhecimento do direito dos povos colonizados à autodeterminação e à independência, a fixação do salário mínimo duplicando ou mesmo triplicando o rendimento de milhões de trabalhadores; e veio a generalização da segurança social, o desenvolvimento da escola pública, o poder local democrático e o Serviço Nacional de Saúde.
O País mudou! Por mais que isso custe aos saudosos do fascismo e a todos os defensores do empobrecimento como caminho da salvação (as troikas, os FMI's e os seus fiéis servidores), hoje somos um País melhor do que aquele que o fascismo nos deixou.

Ilídio Bartolomeu

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