Ainda que se
torça o nariz para a política, convém lembrar que em tudo há política. Nem
tudo é política, mas a política está em tudo. Por exemplo: um casal em lua de
mel não é necessariamente uma questão política. Mas a qualidade do hotel onde
se hospedam tem a ver com política. As pessoas, podem não ter a menor
ideia de que a qualidade do café da manhã que tomam tem a ver com política. O
que é certo é que tem mesmo.
A política é
uma faca de “dois gumes”, como se diz em alguns lugares. Serve para oprimir ou
libertar. É como a religião, que também serve para oprimir ou
libertar. Foi um erro de certa tradição marxista achar que toda religião é
alienação, até que, de repente, se descobriu que religião também é fator de
libertação.
Podemos não
saber que a política está em tudo, mas está. Porque o ser humano não inventou,
acredito que nem inventará, outra maneira de organizar a sua convivência social
a não ser através da política. A pandemia que estamos enfrentando é, antes de
tudo, um problema político. E para compreendermos adequadamente este momento
histórico, devemos começar por aquilo que, de tão evidente que é, por vezes se
torna ignorado. Por isso lembro a relevância da utilização de máscara, manter o
afastamento social, e a lavagem frequente das mãos gestos simples, que ajudam
direta e indiretamente a atenuar o esforço sobre humano, a que os nossos
profissionais de saúde estão submetidos.
Hoje em dia, muitas pessoas, sobretudo jovens, têm nojo de política, porque acompanham noticiários que falam de corrupção, roubalheira, descaramento, favoritismo, etc. Lembro a eles: quem tem nojo de política é governado por quem não tem. E tudo que os maus políticos querem é que tenhamos bastante nojo, para eles ficarem à vontade a raspar o tacho!
Portanto, não
existe neutralidade política. Existe a falsa ideia de neutralidade. Mas, de
alguma maneira, cada pessoa interfere na política da sua Terra, para o bem ou
para o mal. Afinal, nenhuns políticos que ocupam os lugares públicos, não é por
que eles querem. Todos são eleitos através do voto dos eleitores. Então, a
questão também é analisarmos por que nós os eleitores votamos mal. Mais uma vez
por causa da política. Porque vivemos num mundo onde a política verdadeiramente
é controlada por uma minoria.
Lembrem-se
disso! Quando você ou os seus amigos disserem: não quero saber de política, não
vou mais votar, vou anular o voto, estão a fazer o jogo dos maus políticos.
Quem nunca
ouviu na escola a frase: “o homem é um animal político”? Pois bem, quando
Aristóteles pronunciou essa frase, ele quis dizer que todo homem precisa um do
outro, que é da natureza humana viver em sociedade e que através da busca pelo
bem comum, é que se tem a constituição da pólis, ou seja, a cidade, e todos os
lugares onde é partilhada a vida pública.
Bom, apesar da
existência de corrupção e de manipulação de ações para atender interesses
específicos no ato político, temos que entender que esse quadro negativo só
poderá mudar através da própria política. Isso porque a política é o
instrumento de ação de transformação da sociedade.
Ora vejam,
quando uns administradores populistas de um Facebook de todos bem conhecido, parece
querer monopolizar alguma nostalgia do passado ao retirar algumas publicações incomodas, isso é
o quê? Claro que é política! Porque se as retiram, é algo que não vai ao
encontro das suas ideologias.
Quando alguém
fala em problemas como:
Faltam lâmpadas na via publica, a água das torneiras sai turva,
rebentou um cano da água, o lixo está amontoado nos contentores ou a estrada
tem falta de paralelos, etc. Logo a censura
vem dizer que ali não há lugar à política, este é um espaço para lembrar o passado
e esperar pacientemente que o futuro nos deixe mais distantes da realidade dos
nossos vizinhos. Este é o estado da mentalidade destas pessoas!
O que é feito
do espirito de Argoselo? Foi para isto que nascemos? Para ver este espetáculo
de pó de arroz que esconde as misérias de dia e espera que a noite mantenha o
que realmente importa na escuridão?
Não precisamos esquecer
o passado completamente, basta que o consideremos para tirar boas lições e
continuar caminhando vivendo o hoje e, com o foco no futuro que desejamos
construir. Temos responsabilidade de olhar para a frente e deixar aos nossos
filhos um Argoselo melhor (se tal não for possível pelo menos igual).
Não podemos
aceitar viver num presente a falar dum passado que é melhor do que o futuro. O passado, assim como o presente, é parte da
nossa história. Cada experiência vivida transforma-nos de alguma maneira, e
todas são fragmentos de quem somos hoje. Entretanto, é importante ter cautela
para que as memórias não se tornem impedimentos para viver plenamente o
seu momento presente na essência.
Tenho lido, com
muita atenção os textos de três ou quatro pessoas em dois dos facebook, e foram eles que
me fizeram reportar a um período em que (afinal) ainda acredito em Argoselo. Não
é que tenha desistido a acreditar, mas que sou obrigado – pela história da
nossa Terra a acreditar.
Confesso-lhes
que é com alguma tristeza que tenho vivido há anos a esta parte em análise da
politica que influencia os destinos de Argoselo.
“Em Argozelo há alguns políticos que nem
conversar sabem e pensam que sabem de política.” não é uma citação minha, mas
eu não diria melhor. Lembro-lhes, se me permitem, que eu também faço o
exercício de exorcismo que os meus amigos/as fazem muito bem – escrever para
não esquecer.
Sinceramente
tantos grupos de Facebook em Argoselo, só para carregar likes uns para os
outros, desculpem meus amigos, não faz sentido algum e não é benéfico, só
servem para dividir e não para unir. A não ser essas três ou quatro pessoas que
de vez enquanto escrevem uns textos relacionados com Argoselo, não descortino
algo mais senão likes e mais likes. Mas gostam de quê? Opinem pelo menos para
se saber se é sincero esse like. De
todos os seis grupos que existem de facebook, só um faria verdadeiramente sentido,
onde todos poderiam expor tudo e mais alguma coisa e discutindo Argoselo.
(Amigos de
Argoselo) haverá um nome mais consensual?
Somente uma opinião… vão dizer-me: lá está ele a fazer política. É
política sim… todas as opiniões são políticas, basta não estar de acordo. Mas o
bem comum está acima de tudo!
Por exemplo:
que é feito das forças políticas da Concelhia e órgãos Locais, quando querem discutir
com as habitantes um plano para o Concelho,
desaparecem de combate. Pois a bazuca que aí vem da EU, poderiam dar aso a uma
candidatura de projetos para o desenvolvimento das localidades tanto precisam. Com
certeza estão invernados, é o que têm
feito há longos anos? Só falam na última quando já não há possibilidades de
nada. Acordem... também é politica! E sem ela não há nada!
Está tudo
doido! Há alguma política pelo facto de alguém
expor uma opinião e o outro dizer que neste sitio não há lugar para
política, isto é areia para os nossos olhos. Isto não é Argoselo! Não é
Concelho! Não é nada!...
Portanto não se
escandalizem… falem o que coração sente! imparcial é quem já se decidiu pelo
mais forte.
Tenham um bom
dia.
Ilídio
Bartolomeu
Sem comentários:
Enviar um comentário