Argoselo Vila é o lema para este espaço. O Argoselo dos nossos pais, o nosso Argoselo, dos nossos filhos e dos nossos netos, das histórias em família, dos nossos anseios, dos nossos sonhos, das nossas realidades… As saudades aumentam ao passar do tempo e, o que não é partilhado morre só… Se achar útil este blog São Bartolomeu Freixagosa, siga-me… os comentários são bem-vindos mas, moderados...
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
domingo, 23 de fevereiro de 2020
TANTOS PORQUÊS…
Já te
questionaste por que trabalhas e onde trabalhas, consomes o que consomes,
estudas o que estudas, etc.? O que te faz desejar, por exemplo, ter um iPhone
10 se o teu 7 realiza praticamente as mesmas coisas? Por que decidiste pelo
curso de história e não de engenharia, ou de direito ao invés de medicina?
Quais os motivos reais que te levam a colocar as tuas fotos, viagens ou compras
nas redes sociais?
Muitas
pessoas têm facilidade em explicar o que fazem da vida, no que trabalham,
compram ou o que estudam na faculdade, mas não conseguem explicar como gastam o
seu preciso tempo e por que fazem o que fazem. Estes dias, um colega de
trabalho veio mostrar todo eufórico, uma foto antiga e outra atual do seu
físico corporal. Não quis ser indelicado e apenas respondi: Epá, que “barriga
musculada”, mas também pensei: Onde ele quer chegar com isso? Qual o propósito
de se privar de alimentos a fim de poder ter uma "barriga musculada?"
A verdade
é que a maioria das pessoas não tem um porquê na vida. Não sabem responder o
que as levam a levantar cedo para o trabalho, além é claro de ganhar dinheiro e
sobreviver. Talvez seja este o motivo de tanta gente sem orientação e destino.
Gente que até pode ter e ganhar dinheiro, mas não tem plena satisfação. Enfim,
não adianta termos só metas e objetivos se não nos perguntarmos: por que
caminhamos e chegamos? A menos que seja um anarca, os porquês devem ter muita
relevância para a sua vida.
"Barco sem
rumo não sabe quando o vento é favorável". Quando não se sabe para onde se
quer ir, quando não se sabe o que se quer, anda-se à deriva e não se
sabe o vento que ajuda nem o que desajuda. Tanta gente perdida e enganada
porque vai com a moda, ao sabor do vento! E bastava ter um bom objetivo!...
Quem é que, nas
horas de silêncio e recolhimento, nunca interrogou a natureza e o seu próprio
coração, perguntando-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de
ser do universo? Onde está aquele que jamais procurou conhecer o seu destino,
levantar o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade? Não seria
um ser humano, por mais descuidado que fosse, se não tivesse considerado,
algumas vezes, esses tremendos problemas. A dificuldade de os resolver, a
incoerência e a multiplicidade das teorias que têm feitas, as deploráveis
consequências que decorrem da maior parte dos sistemas já divulgados, todo esse
conjunto confuso, cansando o espírito humano, os têm relegado à indiferença e
ao ceticismo.
Todo efeito
inteligente tem uma causa inteligente, que serve de base à explicação dos
porquês das coisas.
As causas
desses “porquês” são a força, que se deve procurar na sua fonte de origem, o
primeiro elemento componente do universo, pois os efeitos são a matéria e nada
mais. No universo só existem força e matéria, os mesmos componentes do homem e
de tudo que tem vida. Nada reais há, além desses dois elementos, Força e
Matéria. Tudo se engendra e desdobra dentro deles.
Ilídio Bartolomeu
terça-feira, 18 de fevereiro de 2020
MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA…
Uma preocupação
de todo ser vivo, certamente é como melhorar a qualidade de vida, mas falar
sobre isso, é algo fora de propósito nos dias de hoje. Pois, de que pode
adiantar tomarmos todos os cuidados necessários com a nossa saúde, se estamos
sujeitos a ver um avião entrar pela janela da nossa casa, ou então uma bomba a
explodir ao nosso lado, ou então ser descoberto por uma bala perdida, são
muitos os “ou então” para atrapalhar a nossa vida.
Mas não vamos
falar nesses detalhes secundários. A vida é muito bela para ser vivida. E
para que possamos desfrutá-la, é interessante cuidar da nossa saúde, pois dela
dependemos para manter um bom ritmo de vida, e, principalmente, uma boa
qualidade de vida.
Dizem que os
jovens de hoje quando falam ou fazem algo de interessante, são só trambicadas.
Não concordo com isso, baseado no que vejo no got talento Portugal,
meninas/os com sete e oito anos a cantar, dançar ballet ou fazer acrobacias
(meninas/os de futuro esse) dizem o seguinte: são muito felizes, e querem ser
artistas famosos.
Atualmente a
perspetiva de vida está muito mais duradoura do que alguns anos atrás, quando o
homem, geralmente chegava até aos 60, quando muito aos 65, mas já velhinho.
Agora já existem condições melhores, desde que não aconteça nenhum dos
“ou então…”
Foram
descobertas diversas vitaminas à disposição, bem como alguns medicamentos que
realmente dão meios de adiar por mais algum tempinho aquele bate-boca
definitivo com o amiguinho. Tudo bem, só que além das vitaminas, medicamentos,
etc., há que melhorar também a qualidade de vida. Já dizia um sábio filósofo
que cada caso é um caso, mas existe uma regra geral a ser seguida para quem
quiser ter uma vida mais longa e igualmente saudável, que não pode ser
desprezada.
“O homem vive
preocupado em viver muito, e não em viver bem, quando na realidade não depende
dele o viver muito, mas sim o viver bem”
São palavras
que merecem um estudo mais aprofundado, pois realmente a ciência tem vindo a
estudar meios de prolongar a vida das pessoas, nem que seja artificialmente.
Sim, pois à
medida que os anos vão passando, o nosso organismo começa a exigir uma
alimentação mais saudável, isenta de gorduras, temperos picantes, etc. coisa já
fartamente divulgada e que só não aprende quem não quer, dizendo que "não
consegue" mudar certos hábitos alimentícios, mas que na verdade, não quer
fazê-lo...
Outra coisa que
atrapalha por demais a boa qualidade de vida na idade, é o tal do cigarro, que
muita gente teimosa se recusa deixar de lado, apesar dos seus danos serem
também divulgados, só não acredita neles quem for muito teimoso, ou não se amar
o suficiente. O fumador, é aquele que odeia o seu organismo.
Só vou
acrescentar uma coisinha, pois outro dia alguém me disse que essa história de
que o cigarro encurta a vida é balela, pois o seu avô fumava e morreu com 80
anos. Bem, essa poderia ser uma exceção, mas na verdade acho que o
avozinho dele se não fumasse, chegaria aos 100.
Sigam o
raciocínio dos conceituados pneumologistas, que foram curtos e grossos nas suas
palavras: "O cigarro não mata diretamente ninguém, só enfraquece o
organismo. Assim, em caso de qualquer problema de saúde, a possibilidade
de recuperação de um fumador fica seriamente prejudicada. Isso, numa doença que
exige um tratamento prolongado, pode ser fatal.
Dito
isto, ... Já vi tantos filmes de fumadores com final infeliz, que nem gosto de
falar muito sobre isso. Sempre haverá aqueles que vão dizer que são donos
do seu corpo. Claro, até concordo, pois é o tal do livre arbítrio, e
todos temos o direito de viver, ou não, como quisermos. Com maior ou menor
qualidade, com mais ou menos saúde. Em teoria, é isso mesmo. A vida é nossa.
Respeito o espaço dos fumadores, desde que respeitem os outros.
Com força de
vontade, trabalho e perseverança, sempre poderemos melhorar a nossa qualidade
de vida…
O importante é
sabermos fazer a nossa parte bem feita...
A todos, os
fumadores ou não, espero que tenham um lindo dia, se possível, longe do
cigarro.
Ilídio
Bartolomeu
sábado, 15 de fevereiro de 2020
O HÁBITO NÃO FAZ O MONGE
Corrupção e
maldade parecem fazer parte do nosso dia a dia. Ansiamos por um modelo social
onde essa sinistra visão de podridão moral seja abolida. Mas não haverá mudança
no comportamento ético e moral do nosso povo e consequentemente dos nossos
empresários, políticos e governantes, se os modelos internos que informam o nosso
comportamento também não forem modificados. Esses modelos são as nossas
crenças, os nossos valores de comportamento.
Não é o mundo
em que vivemos que é pobre e cheio de dificuldades. E não é nele que se
encontra a verdadeira causa da pobreza, da infelicidade e das desgraças que
atingem a vida das pessoas. A razão de termos de conviver com esses hóspedes
indesejáveis está no modelo de mundo que nós construímos nos nossos
pensamentos. As pessoas que parecem não encontrar nenhum caminho na vida fora
do vício e do crime são aquelas que têm dificuldade de ver, ouvir, ou sentir as
possibilidades de sucesso, agindo com ética e nobreza de caráter.
Os seus modelos
de mundo são tão pobres em opções de resposta que tudo nos seus entendimentos
conseguem formular como formas de ganhar a vida são maneiras de enganar,
iludir, enriquecer sem custo nem esforço e usufruir do mundo sem dar a ele nada
em troca. Um mundo melhor exige que aprendamos a construir os nossos modelos
mentais de acordo com pressupostos onde a ecologia do sistema encareça de forma
especial a questão ética e moral, de forma que tanto o ambiente interno do
indivíduo as suas crenças e valores, o ambiente social, não sejam
desequilibrados pela corrupção e pela filosofia do ganho fácil.
Os nossos
atuais modelos de inteligência contemplam o velho pressuposto marxista segundo
o qual a forma pela qual ganhamos a vida determina a forma pela qual pensamos e
sentimos. Isso pressupõe que é a matéria que cria o espírito e não o contrário.
Conclui-se que quanto mais podre o nosso ambiente externo estiver, mais
deteriorado se apresentarão os indivíduos com caráter. É o hábito que faz o
monge e não o monge dando qualidade ao hábito.
É preciso
abandonar essa crença se quisermos sair desse círculo vicioso. Se não acreditarmos
que podemos ser melhores do que somos, então estaremos de facto perdidos. E aí
só nos restará pedir a Deus um novo dilúvio para acabar com o que existe
hoje e tentar começar tudo de novo.
Tenho comigo que o velho Marx estava errado. Creio estar mais que provado que o
espírito humano pode ser construído independentemente das condições a que a
matéria que o acomoda é submetida. Ninguém é corrupto por natureza. Se todo
vício é resultado de uma má virtude também pode ser aprendida com um bom
programa de educação. Só acreditando nisso é que podemos ter esperança num
futuro melhor para a humanidade.
Ilídio
Bartolomeu
domingo, 2 de fevereiro de 2020
SOU UM SAUDOSISTA, MAS NÃO ENRAIZADO…
Sou um
saudosista, mas não enraizado. Não sei viver sem evocar o passado. Mas não nego
os preconceitos e tabus daquele tempo. Nunca vou negar que, além da violência
usada pelo governo para sufocar qualquer tipo de oposição, outro absurdo era o
machismo exagerado, radical e, não raro, violento.
À mulher só
ficava com direito, o de dizer cala a boca menina e xô galinha. Sim, até ao
começo dos anos 60 a mulher só tinha uma função: administrar a casa, cuidar dos
filhos e ser submissa total ao marido.
E não
ficava só nisso, rara era a mulher casada que o marido permitia se submeter a
um exame ginecológico. Lembro-me bem de ter ouvido várias vezes a seguinte
frase absurda: Nenhum machão, pode ser o melhor medico do mundo e confiável,
vai ter o direito de ver as partes da minha mulher. Até os partos eram feitos
por parteiras. Muitas mulheres e bebés morreram por causa desse tabu,
preconceito, ignorância, machismo irracional.
Vou contar um
facto verídico que seria até cômico se não fosse trágico. Um doutor da cidade,
era um médico muito respeitado, humanitário e de absoluta confiança do povo da
Região. Pois bem, a esposa, de um dos seus melhores amigos, adoeceu e como não
melhorou logo o marido consentiu que ela fosse novamente consultar o doutor.
Mas desta vez, foi o marido e a esposa ao consultório. O doutor mandou deitar a
mulher na maca, auscultou-a e tirou-lhe a tensão e, claro, começou a apalpar o
seu abdómen, o marido desconfiado e aflito, quando doutor quis apalpar mais
embaio, o homem disse meio rude: Doutor, dai em diante eu não admito que
apalpe a minha mulher. Este caso prova o absurdo do preconceito de uma época.
Vivemos numa
sociedade considerada machista. Isso manifesta-se em diversos problemas como a
desigualdade de direitos entre homens e mulheres, altos índices de violência,
assédio e violação, objetificação da mulher, diferença salarial e muitos
outros efeitos. Mas, afinal, sabem o que é machismo? O que caracteriza uma
pessoa machista? Como esse conceito afeta mulheres e homens? Quais são os dados
sobre o assunto? Confira a explicação a seguir!
O machismo é
um preconceito, expresso por opiniões e atitudes, que se opõe
à igualdade de direitos entre os gêneros, favorecendo o gênero
masculino em detrimento ao feminino. Ou seja, é uma opressão, nas
suas mais diversas formas, das mulheres feita pelos homens. Na prática, uma
pessoa machista é aquela que acredita que homens e mulheres têm
papéis distintos na sociedade, que a mulher não pode ou não deve se portar
e ter os mesmo direitos de um homem ou que julga a mulher como inferior ao
homem em aspetos físicos, intelectuais e sociais.
O machismo está
tão enraizado na nossa sociedade que o discurso de homens e mulheres
está repleto de frases que são mais machistas do que a gente pode
imaginar.
Hoje a situação
da mulher melhorou muito, mas ainda existe preconceito, não como antigamente,
mas o machismo ainda persiste.
Ilídio
Bartolomeu