Percorro as
minhas redes sociais e só encontro dois tipos de publicações. As daqueles que
acreditam em tudo e daqueles que já não acreditam em nada. Se, por um lado, os
primeiros podem ser perigosos, por outro, os segundos não são menos!
Vejo, no meu
mural, publicações de alguns dos meus contactos que as fazem sem questionar
minimamente a fonte de onde retiraram a informação. São aqueles que acreditam
em tudo e que ajudam a partilhar tudo como se de verdades se tratasse, mesmo
que cheirem a esturro ao longe! Por outro lado, vejo publicações daqueles que
parece que estão em negação com todos! Deixaram de acreditar seja no que for.
Acreditam apenas que vivemos no meio de uma conspiração gigantesca, que nos
querem controlar com vacinas, com aplicações, com o raio a quatro! A ciência
não funciona, quem me o disse foi um amigo do meu vizinho que tem num vídeo que
publicou!
A diferença não
é muita. Entre acreditar em tudo ou em nada a diferença não é quase nenhuma.
Simplesmente demitimo-nos direito do dever de pensar. Reproduzimos aquilo que
diz o que já pensamos, sem percebermos que só já nos mostram, só aquilo que
vemos.
Faltam-me, pelo
menos no meu mural, pessoas moderadas. Daquelas para quem nem tudo é preto, nem
tudo é branco. Daquelas que ainda acreditam, mas só às vezes. Gostava de
encontrar as pessoas que, como eu, ainda acreditam no cinzento. Sabem que há
corruptos, mas que ainda nem todos o são. Sabem que há charlatões, mas sabem
também que ainda nem todos o são. Sabem distinguir entre um corrupto charlatão
e um charlatão que diz querer acabar corruptos.
As discussões
assemelham-se, cada vez mais, às discussões (para mim) estéreis sobre futebol!
Para uns, o golo será sempre justo, enquanto que, para outros, será sempre um
roubo do árbitro para com a sua equipa.
Talvez não
esteja talhado para entender tudo isto. Talvez uma meia solução fosse o
aconselhável?
Pensava sobre
essa dicotomia, entre ser um ser entre outros seres e ser um ser sozinho,
teimosamente a lutar pelos seus ideais? Mas quais ideais? Os ideais são para,
dizem, os idiotas e mesmo assim, os ideais dos idiotas não servem a ninguém, a
não ser aos próprios.
Pessoas que se
acham melhores que as outras, que se fazem de coitadas, não valorizam o que
possuem (relacionado a tudo), pessoas que se ficam exibindo; que abusam da bondade dos outros;
falta de caráter pisando nas outras; perguntas e comentários maldosos; gente
com duas caras; duas posturas; mentirosas; duas vidas; duas convicções; duas
moradas; duas aparências; duas orientações e duas conversas... só mesmo vê-los
à distancia e ignorá-los!!
A vida é boa
demais para ficarmos preocupados com a má-língua e pessoas falsas!!
Ilídio
Bartolomeu