quinta-feira, 3 de junho de 2021

QUANDO UM DIA PARTIR PARA O OUTRO MUNDO!


Quando um dia partir, porque partirei um dia, como tu que estás a ler, de mim ficará muito pouco. Dinheiro quase nenhum e os bens materiais, todos juntos, caberão num lugar muito pequeno. Não ficarão livros publicados, que, de certo, ninguém quereria ler, nem tratados que alterem o rumo do mundo.

Ficarão, no entanto, neste blogue, alguns textos que alguma gente leu e que relatam algumas das coisas que vivi e me orgulho de ter escrito. Encontrarão, por aqui, também alguns dos filmes que filmei. Saberão também em que alguns dias que sorri. Saberão doutras em que fiquei triste e de outras ainda em que fiquei, apenas, pensativo. Ficarão, por aqui, alguns textos dedicados a amigos, com quem tive o privilégio de me cruzar. Ficarão, por aqui, algumas fotografias que tive a ousadia de fotografar. É por aqui que escrevo, sem imposição de ritmos nem de temas. Escrevo quando me apetece, como hoje, para dizer o que me apetece. E, ao ler alguns dos textos mais antigos, mesmo eu, redescubro quem sou ou apenas quem já fui e sei que vai também ficando, por aqui perdido.

Quando eu partir, gostaria de ser lembrado tal e qual fui por aqueles a quem fui querido um dia. E, que não deixem de falar de mim, porque aonde eu estiver ficarei feliz. Mas, não me bajulem, não me santifiquem, pois já errei bastante. Podem citar o meu nome nas brincadeiras como sempre fizeram, mesmo quando eu não estava por perto. Darei muitas risadas por naquele momento estar sendo lembrado como se eu estivesse ali. Só não chorem, pois, quando as vossas lágrimas girarem sentirei saudades de mim.

Que ninguém pense que a minha vida foi vazia, triste pelo contrário. Mas predestinado ao inabalável fim da existência terrena e da convivência tão boa meus amigos, seria egoísmo partir e levar comigo a alegria que lhes pertence e que precisam para sobreviver.

Se, por acaso, é um ou uma dos que algum dia passou por aqui, receba hoje um enorme abraço virtual, porque estamos em tempos de abraços virtuais apenas. E saiba que mesmo um blogue, por vezes, um texto cumpre a sua função quando acaba de ser escrito, mesmo que nunca ninguém o leia!

Enquanto eu viver, quero amizades sinceras e profundas;
Quero ser livre para pensar e para escrever. Quero profundamente ser feliz!

Sejam felizes também!

Ilídio Bartolomeu



 


3 comentários:

  1. Ilidio Bartolomeu o que escreveu são marcos indeléveis e de valor inestimável. Há relativamente pouco tempo que o conheço de forma virtual na Rede Atalaia, mas nem por isso deixa de ser menos importante. Serei um dos que, enquanto cá estiver, visitarei o seu blogue, como se o seu autor estivesse ao meu lado. Abraço solidário.

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    1. Manuel Lopes, mesmo que não tenhamos nada em comum, somente recordar as mesmas recordações as boas lembranças, são marcantes e o que é marcante, nunca se esquece! mesmo com o passar do tempo!

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