Portugal vai
muito além das duas principais cidades e suas respetivas regiões
metropolitanas. Morar no interior pode ser uma boa opção para quem pensa no
custo de vida até no ar que se respira.
Todos nós temos
um pouco para contar do local onde moramos, regra geral todos gostam das suas
origens, mas nem sempre moramos onde gostaríamos, ou por este ou por aquele
motivo...
Eu cá adoro a
aldeia, pois tenho a experiência de viver na cidade, e digo que não trocaria a
aldeia pela cidade se não fosse por razões óbvias. Tranquilidade e qualidade de
vida, ar puro; paisagens naturais; silêncio noturno; acordar com os
passarinhos; o calor da lareira no inverno; lugar para estacionar o carro sem
ter de o procurar, e no fim não ter de pagar parquímetro e dar uma moedinha
para o arrumador do costume; sem filas de trânsito sinónimo de ter mais tempo
disponível; ter oportunidade de cultivar algo e ter uma alimentação mais
saudável, casa própria ou alugada a um preço bem mais acessível.
É claro que há
algumas coisas contra…Toda a gente se conhece na aldeia por vezes pode ser bom,
mas por outras aquilo que queremos que seja pessoal torna-se público e em pouco
tempo toda a aldeia sabe que saímos à noite e chegámos de manhã ou seja as
pessoas metem-se na vida umas das outras quer seja para o bom, mau ou má
língua.
Ausência ou escassez de transportes públicos; cuidados de saúde exigem que a
pessoa tenha de se deslocar por vezes dezenas de km para ter uma simples
consulta ou fazer um simples exame; a distancia de um centro comercial por
vezes pode ser considerável; pouca oferta e diversidade de trabalho; em alguns
locais a falta de rede móvel pode deixarmos sem comunicações móveis ou internet.
Em alguns locais as acessibilidades são poucas ou difíceis..
Portanto
experiência não me falta! Se me perguntassem, se preferia viver na cidade ou na
aldeia, tendo de escolher apenas uma das duas, a resposta seria difícil. Viver
na aldeia ou na cidade tem os seus prós e contras, pelo que eu prefiro tirar
partido das vantagens de viver na cidade ou na aldeia, inevitavelmente tenho de
ultrapassar os contras, sendo que os maiores são a distância entre a aldeia e a
cidade, o ter de andar constantemente com a casa às costas e ter de sustentar
duas casas.
Hoje em dia,
quando recordo a minha infância e adolescência passada na aldeia dá-me uma
certa nostalgia, sobretudo porque a aldeia onde cresci, evoluiu e com essa
evolução muita coisa se foi perdendo. Quando na minha infância e adolescência
ouvia os mais velhos a recordarem as suas, de forma saudosa, diziam que no seu tempo faziam isto e aquilo
as pessoas ajudavam-se umas às outras, Mas que se tinham perdido aquelas
tradições e costumes percebo bem, agora, do que falavam.
Ilídio
Bartolomeu
São os vestígios da minha infância que regurgitam: os gritos e as correrias alegres e despreocupadas da minha meninice ecoam por entre os rochedos saudando-me, o cheiro a terra sulcada e campo caminha pelas ruas e becos repletos de rostos e animais, os aromas e fragrâncias das lidas domésticas, dos cozinhados à lareira e dos enchidos serpenteiam pelo ar, o repicar vigoroso dos sinos da igreja repousa momentaneamente perdido pelos “chões”, os rostos vincados pela caminhada da vida vagueiam cúmplices nas azáfamas e labutas diárias, autênticos regozijos para a alma desta(s) gente(s)…a minha gente… a minha identidade!
ResponderEliminar…é uma emoção única, voltar às origens, "sentir" a presença de nossos antepassados, enfim, voltar ao início da própria história
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