quinta-feira, 8 de julho de 2021

ESQUEÇA PORTO E LISBOA!


Portugal vai muito além das duas principais cidades e suas respetivas regiões metropolitanas. Morar no interior pode ser uma boa opção para quem pensa no custo de vida até no ar que se respira.

Todos nós temos um pouco para contar do local onde moramos, regra geral todos gostam das suas origens, mas nem sempre moramos onde gostaríamos, ou por este ou por aquele motivo...

Eu cá adoro a aldeia, pois tenho a experiência de viver na cidade, e digo que não trocaria a aldeia pela cidade se não fosse por razões óbvias. Tranquilidade e qualidade de vida, ar puro; paisagens naturais; silêncio noturno; acordar com os passarinhos; o calor da lareira no inverno; lugar para estacionar o carro sem ter de o procurar, e no fim não ter de pagar parquímetro e dar uma moedinha para o arrumador do costume; sem filas de trânsito sinónimo de ter mais tempo disponível; ter oportunidade de cultivar algo e ter uma alimentação mais saudável, casa própria ou alugada a um preço bem mais acessível.

É claro que há algumas coisas contra…Toda a gente se conhece na aldeia por vezes pode ser bom, mas por outras aquilo que queremos que seja pessoal torna-se público e em pouco tempo toda a aldeia sabe que saímos à noite e chegámos de manhã ou seja as pessoas metem-se na vida umas das outras quer seja para o bom, mau ou má língua.
Ausência ou escassez de transportes públicos; cuidados de saúde exigem que a pessoa tenha de se deslocar por vezes dezenas de km para ter uma simples consulta ou fazer um simples exame; a distancia de um centro comercial por vezes pode ser considerável; pouca oferta e diversidade de trabalho; em alguns locais a falta de rede móvel pode deixarmos sem comunicações móveis ou internet. Em alguns locais as acessibilidades são poucas ou difíceis..

Portanto experiência não me falta! Se me perguntassem, se preferia viver na cidade ou na aldeia, tendo de escolher apenas uma das duas, a resposta seria difícil. Viver na aldeia ou na cidade tem os seus prós e contras, pelo que eu prefiro tirar partido das vantagens de viver na cidade ou na aldeia, inevitavelmente tenho de ultrapassar os contras, sendo que os maiores são a distância entre a aldeia e a cidade, o ter de andar constantemente com a casa às costas e ter de sustentar duas casas.

Hoje em dia, quando recordo a minha infância e adolescência passada na aldeia dá-me uma certa nostalgia, sobretudo porque a aldeia onde cresci, evoluiu e com essa evolução muita coisa se foi perdendo. Quando na minha infância e adolescência ouvia os mais velhos a recordarem as suas, de forma saudosa,  diziam que no seu tempo faziam isto e aquilo as pessoas ajudavam-se umas às outras, Mas que se tinham perdido aquelas tradições e costumes percebo bem, agora, do que falavam.

Ilídio Bartolomeu






2 comentários:

  1. São os vestígios da minha infância que regurgitam: os gritos e as correrias alegres e despreocupadas da minha meninice ecoam por entre os rochedos saudando-me, o cheiro a terra sulcada e campo caminha pelas ruas e becos repletos de rostos e animais, os aromas e fragrâncias das lidas domésticas, dos cozinhados à lareira e dos enchidos serpenteiam pelo ar, o repicar vigoroso dos sinos da igreja repousa momentaneamente perdido pelos “chões”, os rostos vincados pela caminhada da vida vagueiam cúmplices nas azáfamas e labutas diárias, autênticos regozijos para a alma desta(s) gente(s)…a minha gente… a minha identidade!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. …é uma emoção única, voltar às origens, "sentir" a presença de nossos antepassados, enfim, voltar ao início da própria história

      Eliminar