Cansado de falar sobre os absurdos que são praticados
constantemente em alturas de eleições, envergonhado com os vexames praticados
pelas sucessivas Juntas de Freguesia associados com os PSD,S e toda a qualidade
de fisiológicos de ontem e de hoje, resolvi dar uma palavrinha nas minhas
opiniões e transcrever um texto: Política
e Politicalha…
A política fina o espirito humano, educa os povos no conhecimento
de si mesmo, desenvolve nos indivíduos a atividade , a coragem, a
nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.
Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, a que
entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traduz ainda todo o
desprezo do objeto significado. Não há dúvida que rima com criadagem e
parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que
os seus consoantes. Quem lhe dará o batismo adequado? Politiquice?
Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último. Sim, o sufixo
pejorativo é como um estigma, e desperta ao ouvido uma consonância
elucidativa.
Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se
relacionam uma com a outra. Antes negam-se, excluem-se, repulsam-se mutuamente.
A política é de gerir a Vila, segundo princípios definidos,
regras morais, leis escritas e tradições responsáveis. A politicalha é a
indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política
uma função, ou conjunto de funções do organismo local. É o exercício normal das
forças de uma Freguesia consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário,
é o envenenamento crônico do povo negligentes e viciosos pela contaminação de
parasitas inflexíveis. A política é a higiene dos povos saudáveis. A
politicalha, é a malária dos povos de
imoralidade que não faz falta a ninguém.
Ilídio Bartolomeu
Que os políticos gostam de falar (e realmente precisam falar), e como nós dizemos falam, falam e não dizem nada, todos sabem. O que poucos têm noção é que, na maioria das vezes, as palavras que são ditas nos discursos políticos não são ditas a sorte, mas, ao contrário, exaustivamente pensadas, estudadas e ensaiadas. A essa "arte-técnica" da oratória dá-se o nome de retórica. E, diferentemente do que se imagina, a retórica não é um recurso criado pelo marketing eleitoral
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