A falta de compreensão desta diferença é que tem definido a postura
da maioria do povo, uma postura confusa e de escolhas equivocadas e maléficas
no contexto político Argoselense. Os eleitores tendenciosos e os candidatos
interesseiros que são eleitos é que formam a politicagem que presenciamos nesta
crise pela qual passa a Vila de Argoselo. Examino a grande diferença entre a
política e a politicagem.
A palavra política vem da língua grega e significa “o governo do
povo”. Ela tem a ver com “boas maneiras, urbanidade, cavalheirismo, polidez,
gentileza, civilidade, benevolência, humildade, acolhimento. É o compromisso
com a governabilidade e gestão eficiente, eficaz e zeloso do povo.
O político autêntico, por vocação e não por jeito, é uma pessoa
comprometida com a excelência em governar com justiça. O politiqueiro é alguém
que está contratado sabe lá bem para quê, só visa perpetuar-se no poder pelo
poder. O político autentico é um servo do povo e para o povo. O seu poder emana
do povo para servir o povo com equidade, compromisso, empatia, simpatia,
respeito e competência. Ele não tem interesses próprios, mas trabalha fielmente
para os interesses dos seus eleitores sempre obedecendo a Constituição. Tudo
que é possível fazer para facilitar a vida dos cidadãos é do âmbito do político
vocacionado para o cargo eletivo ou indicado para um cargo público com base na
meritocracia. O político não procura cargos, mas cargas. É uma pessoa
comprometida com o trabalho de melhorar a qualidade de vida da população. O
político vocacionado é uma pessoa aplicada, disciplinada e determinada nas suas
atribuições definidas. Ele veste a camisa do serviço abnegado para beneficiar o
cidadão que paga os impostos. Tem consciência da envergadura da missão que recebeu
dos eleitores.
A palavra politicagem é uma deformação da política e quer dizer:
“corporativismo, rabos de palha; filosofia partidária, mercantilismo,
comprometimento, politiquice, venalidade, favoritismo, parcialidade, suspeição,
artimanha, desvario, facciosismo, má fé, fanatismo, corrupção, suborno e
tráfico de influência”. Estes significados traduzem muito bem a grande maioria
que está em cargos eletivos. Poderia dizer-se o contrário, mas não seria real
ou verdadeiro. A politicagem anda solta como um vírus. As instituições estão
cheias de gente politiqueira. Essa gente está preocupada em levar os cargos sem
esforço. O politiqueiro, o que pratica a politicagem, está interessado em
favorecer a si, e os seus apadrinhados. Ele não está preocupado com a
meritocracia, mas com os seus interesses meramente pessoais. Geralmente o
politiqueiro é reacionário. Ele não tem princípios, mas principado. Não tem
personalidade, pois o partido é que manda. O politiqueiro não tem coerência. É
muito triste sustentar um politiqueiro. Ele custa muito caro aos cidadãos que
pagam pesados impostos. Ganha muito para nada fazer. É muito triste e pesado
lidar com politiqueiro. Ele só aparece de quatro em quatro anos. Muitos politiqueiros
elegem-se pela compra de votos.
Os que praticam a politicagem gostam de fazer mediana. Parecem
amigos, mas não são. Os politiqueiros utilizam todos os meios para
impressionarem os descuidados. Poucas pessoas são massa crítica. Infelizmente,
a maioria não sabe votar, não sabe exercer a cidadania responsável. Os
politiqueiros elegem-se por causa dos cidadãos irresponsáveis e imaturos, que
não pensam e que não têm discernimento. No ambiente da politicagem muitos se
candidatam para elegerem os mais conhecidos e, assim, conseguirem uma palavrinha
com os que foram eleitos. É a
politicagem do apadrinhamento da troca. Na verdade, causa asco, nojo. Podemos
perceber claramente que na politicagem a pessoa candidata-se a um emprego e não
a uma vocação, a uma missão ou a um compromisso inadiável e inalienável com o
povo. Os salários e os benefícios são atraentes. Na politicagem, se possível,
emprega-se todos agregados e amigos.
Nesse tempo tão tumultuado, quando passamos por uma crise profunda,
precisamos dizer não, definitivamente não, à politicagem. Precisamos de
políticos de caráter. É necessário dizer sim à política séria, comprometida com
a verdade, com a integridade, com a governabilidade e com o bem-estar do povo.
A política está ao serviço da justiça social, saúde de qualidade, segurança
eficaz e eficiente, educação de excelência e uma consciência profunda de
igualdade e fraternidade.
A nossa Vila de Argoselo não
avançará enquanto houver politicagem, isto é, preferência, corrupção e os
outros desmandos. Precisamos eliminar no voto os maus políticos, os que
praticam a politicagem. Certos partidos são cabides de emprego e não formadores
de cidadania e progresso sustentável.
A uma semana das eleições para a autarquia, que Deus nos livre dos
politiqueiros e nos dê políticos mas, acima de tudo, pessoas de bem.
Ilídio Bartolomeu
Parabéns Ilídio Bartolomeu pela oportunidade do comentário. No sexto dia da campanha autárquica que os candidatos saiam do alcatrão, que prestem mais atenção à degradação dos caminhos rurais, à necessidade de preservação do património edificado, à poluição das águas e, em especial, às dificuldades de ligação à Internet.
ResponderEliminarEstas nossas observações são o resultado in loco, duma recente Ronda da Atalaia realizada no passado dia 12 de setembro, ligando todas as localidades do Concelho num percurso de 146,35 Km, com passagem obrigatória na Ponte gótica, entre Argozelo e Pinelo.
Obrigado Ilídio Bartolomeu.