domingo, 19 de setembro de 2021

HÁ POLÍTICOS E POLITIQUEIROS…

A falta de compreensão desta diferença é que tem definido a postura da maioria do povo, uma postura confusa e de escolhas equivocadas e maléficas no contexto político Argoselense. Os eleitores tendenciosos e os candidatos interesseiros que são eleitos é que formam a politicagem que presenciamos nesta crise pela qual passa a Vila de Argoselo. Examino a grande diferença entre a política e a politicagem.

A palavra política vem da língua grega e significa “o governo do povo”. Ela tem a ver com “boas maneiras, urbanidade, cavalheirismo, polidez, gentileza, civilidade, benevolência, humildade, acolhimento. É o compromisso com a governabilidade e gestão eficiente, eficaz e zeloso do povo.

O político autêntico, por vocação e não por jeito, é uma pessoa comprometida com a excelência em governar com justiça. O politiqueiro é alguém que está contratado sabe lá bem para quê, só visa perpetuar-se no poder pelo poder. O político autentico é um servo do povo e para o povo. O seu poder emana do povo para servir o povo com equidade, compromisso, empatia, simpatia, respeito e competência. Ele não tem interesses próprios, mas trabalha fielmente para os interesses dos seus eleitores sempre obedecendo a Constituição. Tudo que é possível fazer para facilitar a vida dos cidadãos é do âmbito do político vocacionado para o cargo eletivo ou indicado para um cargo público com base na meritocracia. O político não procura cargos, mas cargas. É uma pessoa comprometida com o trabalho de melhorar a qualidade de vida da população. O político vocacionado é uma pessoa aplicada, disciplinada e determinada nas suas atribuições definidas. Ele veste a camisa do serviço abnegado para beneficiar o cidadão que paga os impostos. Tem consciência da envergadura da missão que recebeu dos eleitores.

A palavra politicagem é uma deformação da política e quer dizer: “corporativismo, rabos de palha; filosofia partidária, mercantilismo, comprometimento, politiquice, venalidade, favoritismo, parcialidade, suspeição, artimanha, desvario, facciosismo, má fé, fanatismo, corrupção, suborno e tráfico de influência”. Estes significados traduzem muito bem a grande maioria que está em cargos eletivos. Poderia dizer-se o contrário, mas não seria real ou verdadeiro. A politicagem anda solta como um vírus. As instituições estão cheias de gente politiqueira. Essa gente está preocupada em levar os cargos sem esforço. O politiqueiro, o que pratica a politicagem, está interessado em favorecer a si, e os seus apadrinhados. Ele não está preocupado com a meritocracia, mas com os seus interesses meramente pessoais. Geralmente o politiqueiro é reacionário. Ele não tem princípios, mas principado. Não tem personalidade, pois o partido é que manda. O politiqueiro não tem coerência. É muito triste sustentar um politiqueiro. Ele custa muito caro aos cidadãos que pagam pesados impostos. Ganha muito para nada fazer. É muito triste e pesado lidar com politiqueiro. Ele só aparece de quatro em quatro anos. Muitos politiqueiros elegem-se pela compra de votos.

Os que praticam a politicagem gostam de fazer mediana. Parecem amigos, mas não são. Os politiqueiros utilizam todos os meios para impressionarem os descuidados. Poucas pessoas são massa crítica. Infelizmente, a maioria não sabe votar, não sabe exercer a cidadania responsável. Os politiqueiros elegem-se por causa dos cidadãos irresponsáveis e imaturos, que não pensam e que não têm discernimento. No ambiente da politicagem muitos se candidatam para elegerem os mais conhecidos e, assim, conseguirem uma palavrinha  com os que foram eleitos. É a politicagem do apadrinhamento da troca. Na verdade, causa asco, nojo. Podemos perceber claramente que na politicagem a pessoa candidata-se a um emprego e não a uma vocação, a uma missão ou a um compromisso inadiável e inalienável com o povo. Os salários e os benefícios são atraentes. Na politicagem, se possível, emprega-se todos agregados e amigos.

Nesse tempo tão tumultuado, quando passamos por uma crise profunda, precisamos dizer não, definitivamente não, à politicagem. Precisamos de políticos de caráter. É necessário dizer sim à política séria, comprometida com a verdade, com a integridade, com a governabilidade e com o bem-estar do povo. A política está ao serviço da justiça social, saúde de qualidade, segurança eficaz e eficiente, educação de excelência e uma consciência profunda de igualdade e fraternidade.

A nossa Vila de Argoselo  não avançará enquanto houver politicagem, isto é, preferência, corrupção e os outros desmandos. Precisamos eliminar no voto os maus políticos, os que praticam a politicagem. Certos partidos são cabides de emprego e não formadores de cidadania e progresso sustentável.

A uma semana das eleições para a autarquia, que Deus nos livre dos politiqueiros e nos dê políticos mas, acima de tudo, pessoas de bem.

Ilídio Bartolomeu


1 comentário:

  1. Parabéns Ilídio Bartolomeu pela oportunidade do comentário. No sexto dia da campanha autárquica que os candidatos saiam do alcatrão, que prestem mais atenção à degradação dos caminhos rurais, à necessidade de preservação do património edificado, à poluição das águas e, em especial, às dificuldades de ligação à Internet.
    Estas nossas observações são o resultado in loco, duma recente Ronda da Atalaia realizada no passado dia 12 de setembro, ligando todas as localidades do Concelho num percurso de 146,35 Km, com passagem obrigatória na Ponte gótica, entre Argozelo e Pinelo.
    Obrigado Ilídio Bartolomeu.

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