terça-feira, 12 de outubro de 2021

UM ANO E MEIO DE PANDEMIA, O QUE MUDOU?


 Penso que 2020 será lembrado como o ano em que o mundo parou… mas cada um à sua maneira. Uns sentiram um grande abalo na vida profissional; outros um grande desconforto na socialização. Porém, houve um fenômeno que tocou a todos: ninguém escapou à reflexão sobre o estado das coisas e, principalmente, sobre a sua própria vida

De repente, estamos a viver o nosso próprio filme-catástrofe. O vírus ainda continua  à solta no planeta,  uma boa parte do mundo continua fechada em casa. A pandemia chama-se covid-19 e, quer queiramos quer não, mudou o nosso modo de vida, e de que maneira.

 O simples ato de sair de casa inverteu quase uma questão de vida ou morte. Aulas suspensas, bares e restaurantes fechados. Festas, nem pensar. Quem diria que em 2020 a máscara de proteção seria acessório obrigatório.

Os efeitos do confinamento forçado, do distanciamento social e de outras medidas impostas durante a pandemia de Covid-19 foram evidentes em todos os lugares. Mas como esse cenário afetou a si, especificamente? Já parou para pensar se os seus valores e as suas prioridades permanecem os mesmos? Do que sente mais falta?

Um ano e meio de isolamento social e distanciamento físico. A “quarentena” que ainda teima não acabar trouxe profundas transformações que serão permanentes para toda a sociedade. As “sequelas” serão levadas para as próximas gerações como fruto das experiências vividas durante a pandemia.

Não é segredo para ninguém o quanto a Covid-19 trouxe um grande impacto nas vidas em nível global, chamando a atenção pelo alcance que teve e pela velocidade com a qual se disseminou.

Diante deste contexto, a pandemia terá impactos significativos e ainda não completamente dimensionados sobre a sociedade. Trata-se de um evento inédito na história, dado que, no passado, epidemias parecidas se desenvolveram num cenário de muito menor integração entre países e pessoas, divisão do trabalho e densidade populacional.

Por se tratar de uma doença e de uma situação nova, as lacunas de informação e conhecimento ainda são muito grandes: taxas de letalidade, potencial de transmissão, tratamento, existência de outros efeitos ou sequelas no organismo dos que foram infetados, todas essas informações ainda são preliminares.

Mas há esperança. Afinal, a vacina é a melhor aposta para controle da disseminação, a observação, análise dos dados seguem em franca pesquisa para posterior cruzamento de informações, no sentido de criar mecanismo que possam deter o futuro aparecimento de novas estirpes. Impedindo assim novas ondas de transmissão.

Passado ano e meio de isolamento social. Já é possível afirmar que houve uma mudança profunda no comportamento humano. A forma de se relacionar, de consumir (vender e comprar), na maneira de trabalhar e estudar. Tudo ganhou nova configuração. Os problemas domésticos e a falta de harmonia familiar veio à tona, tornando urgente a procura por uma reconciliação, muitos casais separam-se durante a pandemia e tantos outros se casaram. Muitos lares foram desfeitos!...

De tudo vivido durante este período, todos nós temos uma certeza de que essas mudanças ficarão para sempre: A verdade é as transformações promovidas pela contingência da vida, no cenário pandêmico foram de caráter estrutural e entraram de forma definitiva para a história humana. O que for bom permanecerá e o que se tornar obsoleto ou inadequado, sofrerá novas mudanças. Porque assim é a vida, dinâmica, urgente nas suas vicissitudes.

Ilídio Bartolomeu



3 comentários:

  1. Há quem diga que tudo voltará a ser como antes quando a vacina disponível seja mais eficaz. Outros acreditam que tudo mudará para sempre e que o pós-COVID representará outra dinâmica global e estilo de vida.

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  2. Última fase de desconfinamento, tempo de mudança

    Longo foi o caminho percorrido desde que em 15 de março de 2020, com 14 059 de adesões, publicámos em destaque o nosso 1º Ponto de situação semanal na Rede Atalaia ligado ao aparecimento da Covid-19.
    No nosso Movimento Cívico compreendemos a gravidade da situação, colocando a nossa capacidade de comunicação ao serviço dos nossos aderentes e das autoridades autárquicas.
    Foi tempo de mobilização de sinergias vindas, de dentro e fora do Concelho, onde quer que os milhares de aderentes do Movimento Cívico se encontrassem.
    Preenchemos um espaço vazio de comunicação, colmatando carências visíveis agravadas pela ameaça do coronavírus e favorecendo, assim, a criação de pontes informais em sociedade, e nas ligações ao poder autárquico e governamental.
    A nível de Saúde destacamos as inestimáveis ajudas da Dra Marisa Martins, em Lisboa e da Enfermeira Ana Pimentel, em Bragança.
    Tentámos fortalecer o espírito resiliente, apelando a manifestações de criatividade (Pintura, poesia, artesanato, …) atentos à Saúde mental das pessoas, com o inestimável contributo de alguns dos nossos aderentes especializados nessas áreas.
    Como se de uma guerra se tratasse, identificámos desde logo o “Inimigo invisível” e algumas das formas de lhe dar luta através da mobilização de recursos, da “Unidade na acção”, do reforço da cidadania e do civismo.
    Com mais de um ano e meio de pandemia e demonstrações visíveis de melhoria da situação sanitária com o avanço da vacinação, é tempo de adequar as nossas capacidades e pensar no futuro.
    Agora que entrámos na última fase do desconfinamento, já com a Atalaia sem máscara, com 17.095 adesões ao nosso Movimento Cívico (Mais 3.036 que no início da pandemia), renovamos o apelo à “Tolerância e Solidariedade”, à “Liberdade Responsável”, encerrando este tempo cívico em que foi colocada na agenda das prioridades da Rede Atalaia, a luta contra a pandemia no Concelho de Vimioso.

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  3. Sempre no seu auge!! Este escritor, tem-nos vindo a surpreender dia após dia, revelando agora, com este pequeno texto!!
    Força amigo

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