Inspirado na cultura popular de Argoselo, o Teatro “Tio
Penhas”, nasceu, como uma pequena companhia de teatro amador do Bairro de
Baixo, que pretende dar relevância ao diálogo entre saberes.
Foi fundado com o propósito de recuperar a tradição do falar das
suas gentes. É uma história de resiliência e continuidade, onde a cultura
popular de gerações resiste nas mãos de uns artistas que pisam o palco de botas
altas com atacadores, de onde deriva o topónimo daquele lugar. É teatro feito
na aldeia, comunitário e associativo, que pretende manter viva a identidade
daquele lugar, enquanto espaço de criação, numa luta contra o desaparecimento
do mundo dos peliqueiros.
O grupo pretende “mostrar que é possível fazer teatro amador
de gargalhada fácil, que é um lado, muito mais apetecível” pelas pessoas que
gostam e vão querer mais.
Conta o actor “Tio Penhas “ que as pessoas genuínas do Bairro de
Baixo já desapareceram todas, e com elas toda a sabedoria e conhecimento. O
ator afirma que cultura é uma expressão da construção humana. A cultura é
construída através do diálogo entre as pessoas no dia a dia.
A nossa cultura está repleta de elementos e significados que
identificam este povo como pertencente a uma determinada comunidade,
diferenciando-a de outras comunidades.
Só conhecendo a nossa própria cultura, compreenderemos a
importância de mantê-la viva na memoria, protege-la e valoriza-la como forma de
preservar o que somos, as nossas características e a nossa
identidade. “proteger não significa defender o isolamento ou o fechar o diálogo
com outras culturas, mas sim encontrar meios de promover a sua própria
cultura”.
Este artigo tem como objetivo apresentar a importância de conhecer
e preservar na memória as raízes culturais de um povo, no sentido da afirmação
da identidade e pertinência a sua região, nesse sentido, é primordial ter
conhecimento e manter viva na memória as próprias origens
Com este tipo de cenários caricatos, o “Tio Penhas” procura que as
pessoas se encham “de gargalhadas do início ao fim” O público gosta desta
representação cómica para se abstrair das coisas más da vida e serem
felizes, mas também alertar para a consciência social e política.
Perante tanta riqueza, o grupo deste projeto é uma motivação
trabalhada no seio de expressões, onde decidiram conceber o “Tio Penhas”, e a
Tia Deolinda” por serem umas figuras identitárias e animadas do
Bairro de Baixo.
O resultado é muito além das expectativas, pelo impacto que tem no
seio da comunidade que se envolve no espírito da iniciativa! Vale também muito
pelos textos, porque não há aqui nenhuma ideologia política, há sim uma
ideologia cultural”,
Não sei quem é a atriz que interage com o “Tio Penhas”, só sei
dizer que faz fantasticamente o seu papel
Para o “Tio Penhas e Tia Deolinda” os meus agradecimentos e
parabéns pelas interpretações feitas com muita genuinidade…
Ilídio Bartolomeu