quarta-feira, 8 de novembro de 2017

QUE FUTURO VAMOS TER PARA ARGOSELO?!...


Depois das eleições para os órgãos da Junta de Freguesia de Argoselo que tiveram lugar no passado dia 1 de outubro, nas quais os Argoselenses, por maioria, disseram que queriam ver mantida a liderança de José Miranda, por mais quatro anos, coadjuvado por aqueles que sempre têm estado a seu lado, dita a Lei das Autarquias Locais, José Miranda verificou a presença de todos os elementos, cuja identidade e legitimidade foi verificada no ato da instalação.

 A seguir, saudou todos quantos se encontravam na sala, para em seguida agradecer aos Argoselenses, a confiança reforçada que, segundo disse logo ali, o motiva ainda mais em dar o seu melhor, sempre em prol da nossa freguesia. A prioridade de hoje é a de sempre, responder aos anseios e reais necessidades de quem como eu aqui vive e continuar a transformar todos os dias, Argoselo numa melhor Freguesia para se viver. Obrigado pela confiança e apoio desde o primeiro dia.

 Imaginando eu que assim fosse por estas palavras. Oxalá que  assim seja?!...

Quando olho para trás, para a minha longa vida como Argoselense, o que emerge não são os feitos passados, mas a preocupação com o futuro. Sempre me disseram que sou uma pessoa preocupada. Assumo que sempre fui uma pessoa muito inquieto. Aliás, eu próprio, apercebo-me disso, do nosso Argoselo.

O futuro de Argoselo preocupa-me genuinamente. No meio de tanta desordem que se tem visto, é mais do que nunca necessário reforçar todos os esforços, tornando-nos mais fortes e mais eficaz na defesa e do interesse de Argoselo. Para isso, temos de ter a coragem de prosseguir um caminho para reformas e melhoria de serviços de interesse à população que muitos têm defendido em eleições, e depois nada…

Ou seja, é preciso restaurar o orgulho de servir a Nossa Terra e contribuir para o bem do Povo. Depois uma imperiosa necessidade de defender de forma intransigente a separação de poderes, incluindo o segundo poder, (o da Câmara de Vimioso).

Defende-se também exigência de rigor no financiamento para a Junta de Freguesia e o exercício de boas praticas nos serviços, assim como a necessidade de uma reflexão sobre os contornos da vida democrática.

Argoselo vai ter cada vez menos pessoas em idade para trabalhar. Só reformados, algumas crianças e outros inativos, hoje são poucos aqueles que trabalham e contribuem para a economia local. Não é muito diferente do que acontece noutras freguesias do País, mas o problema é que tem tendência aumentar nos próximos anos, com o envelhecimento da nossa população se nada for feito para modificar o rumo que Argoselo, tem vindo a levar. Por isso é que os nossos representantes têm que ser mais exigentes.

Esta é uma questão para a Junta de Freguesia procurar saber como é que Argoselo pode ser sustentável com cada vez menos pessoas em idade para trabalhar?  Por isto mesmo há que insistir na reivindicação e persistência.  Com o inevitável envelhecimento demográfico em Argoselo nenhuma projeção avançará outro cenário, e se nada se fizer tenderá a agravar-se. A população idosa de Argoselo, superará em muito a jovem e a tradicional pirâmide de idades ficará empolada no topo, nas idades mais avançadas, nas quais o número de mulheres ultrapassará em muito o de homens.

No contexto deste turbilhão, esta é uma das Freguesias do Concelho de Vimioso, a que sofrerá um maior impacto precisamente por este motivo. Todavia, as atenções tipicamente e predominantes dos nossos políticos com pormenores que se esgotam no curto-prazo, não vão a lado nenhum. A nossa comunidade distraída é crescentemente míope e esse facto impõe-nos uma perigosa vulnerabilidade. Refletir um pouco agora poderá ser criticamente útil para o nosso futuro.

Esta Junta de Freguesia, se pretender através destes processos e projetos aproximar cada vez mais os eleitos e eleitores, promover a participação ativa do Povo nos processos de planeamento e gestão, para que com todos, possa gerir os recursos públicos de forma mais ajustada às necessidades da população para construir um futuro melhor, seria uma boa ideia. Não se procura diminuir a responsabilidade dos órgãos políticos eleitos democraticamente, mas permitir que todas as pessoas se possam pronunciar sobre as prioridades para a sua Freguesia. A Gestão Participada devia ser uma marca de Argoselo que se traduziria em vários grupos, projetos e ações. Isto é que seria proteger o futuro para as novas gerações.

O Poder Local Democrático tem que ser respeitado. Os eleitos dão voz à população, às instituições, às entidades e às associações. Devem pretender envolver todos. Escutarem e refletirem. Aceitar os contributos e com eles complementarem o seu conhecimento da realidade e das verdadeiras aspirações da população. Porém, devem estar em condições de apontar, desde já, alguns pilares indispensáveis para o desenvolvimento sustentável de Argoselo, como por exemplo: o económico, o social, o cultural e o da participação.

Do ponto de vista do desenvolvimento é essencial reposicionar Argoselo, valorizando a importância do conhecimento dos seus direitos e da sua capacitação. As vantagens da localização geográfica de Argoselo que outrora foram determinantes para a sua expansão, os transportes são igualmente estratégicos.

No plano social uma realidade é fundamental, para todos, a construção de uma sociedade mais equitativa no acesso aos serviços públicos. No plano cultural é imprescindível a sua valorização através da criatividade e do associativismo como dimensão essencial para o modelo de desenvolvimento que queremos e defendemos.

Outro pilar é o de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável à participação. A participação cívica. A partilha de opiniões e a construção de decisões que tenham em conta a reflexão feita com a população. Criar instrumentos que coloquem ao dispor de todos e que sirvam de alavanca para a criação de um Argoselo com intensa participação, com presença e intervenção efetiva na defesa do seu desenvolvimento.
A Vila de Argoselo, tem muito para evoluir. Esta Junta de Freguesia e o Povo, devem estar preparados para assumir os destinos da Freguesia. É importante acabar com o marasmo a que Argoselo e suas gentes têm vindo a ser sujeitos. Queremos terminar com o ciclo da gestão tecnocrática, feita a partir do gabinete da Câmara de Vimioso, baseada em números e não nas pessoas.

Vamos todos trabalhar para a construção de um futuro melhor. Queremos um futuro próspero e feliz para a Vila de Argoselo. Estamos prontos para ajudar a construir um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.

Ilídio Bartolomeu

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