Depois das
eleições para os órgãos da Junta de Freguesia de Argoselo que tiveram lugar no
passado dia 1 de outubro, nas quais os Argoselenses, por maioria, disseram
que queriam ver mantida a liderança de José Miranda, por mais quatro
anos, coadjuvado por aqueles que sempre têm estado a seu lado, dita a Lei das
Autarquias Locais, José Miranda verificou a presença de todos os
elementos, cuja identidade e legitimidade foi verificada no ato da instalação.
A seguir,
saudou todos quantos se encontravam na sala, para em seguida agradecer aos
Argoselenses, a confiança reforçada que, segundo disse logo ali, o motiva
ainda mais em dar o seu melhor, sempre em prol da nossa freguesia. A prioridade
de hoje é a de sempre, responder aos anseios e reais necessidades de quem como
eu aqui vive e continuar a transformar todos os dias, Argoselo numa melhor
Freguesia para se viver. Obrigado pela confiança e apoio desde o primeiro dia.
Imaginando
eu que assim fosse por estas palavras. Oxalá que assim seja?!...
Quando olho
para trás, para a minha longa vida como Argoselense, o que emerge não são os
feitos passados, mas a preocupação com o futuro. Sempre me disseram que sou uma
pessoa preocupada. Assumo que sempre fui uma pessoa muito inquieto. Aliás, eu
próprio, apercebo-me disso, do nosso Argoselo.
O futuro de
Argoselo preocupa-me genuinamente. No meio de tanta desordem que se tem visto,
é mais do que nunca necessário reforçar todos os esforços, tornando-nos mais
fortes e mais eficaz na defesa e do interesse de Argoselo. Para isso, temos de
ter a coragem de prosseguir um caminho para reformas e melhoria de serviços de
interesse à população que muitos têm defendido em eleições, e depois nada…
Ou seja, é
preciso restaurar o orgulho de servir a Nossa Terra e contribuir para o bem do
Povo. Depois uma imperiosa necessidade de defender de forma intransigente a
separação de poderes, incluindo o segundo poder, (o da Câmara de Vimioso).
Defende-se
também exigência de rigor no financiamento para a Junta de Freguesia e o
exercício de boas praticas nos serviços, assim como a necessidade de uma
reflexão sobre os contornos da vida democrática.
Argoselo vai
ter cada vez menos pessoas em idade para trabalhar. Só reformados, algumas
crianças e outros inativos, hoje são poucos aqueles que trabalham e contribuem
para a economia local. Não é muito diferente do que acontece noutras freguesias
do País, mas o problema é que tem tendência aumentar nos próximos anos, com o
envelhecimento da nossa população se nada for feito para modificar o rumo que
Argoselo, tem vindo a levar. Por isso é que os nossos representantes têm que
ser mais exigentes.
Esta é uma
questão para a Junta de Freguesia procurar saber como é que Argoselo pode ser
sustentável com cada vez menos pessoas em idade para trabalhar? Por isto
mesmo há que insistir na reivindicação e persistência. Com o inevitável
envelhecimento demográfico em Argoselo nenhuma projeção avançará outro cenário,
e se nada se fizer tenderá a agravar-se. A população idosa de Argoselo,
superará em muito a jovem e a tradicional pirâmide de idades ficará empolada no
topo, nas idades mais avançadas, nas quais o número de mulheres ultrapassará em
muito o de homens.
No contexto
deste turbilhão, esta é uma das Freguesias do Concelho de Vimioso, a que
sofrerá um maior impacto precisamente por este motivo. Todavia, as atenções
tipicamente e predominantes dos nossos políticos com pormenores que se esgotam
no curto-prazo, não vão a lado nenhum. A nossa comunidade distraída é crescentemente
míope e esse facto impõe-nos uma perigosa vulnerabilidade. Refletir um pouco
agora poderá ser criticamente útil para o nosso futuro.
Esta Junta de
Freguesia, se pretender através destes processos e projetos aproximar cada vez
mais os eleitos e eleitores, promover a participação ativa do Povo nos
processos de planeamento e gestão, para que com todos, possa gerir os recursos
públicos de forma mais ajustada às necessidades da população para construir um
futuro melhor, seria uma boa ideia. Não se procura diminuir a responsabilidade
dos órgãos políticos eleitos democraticamente, mas permitir que todas as
pessoas se possam pronunciar sobre as prioridades para a sua Freguesia. A
Gestão Participada devia ser uma marca de Argoselo que se traduziria em vários
grupos, projetos e ações. Isto é que seria proteger o futuro para as novas
gerações.
O Poder Local
Democrático tem que ser respeitado. Os eleitos dão voz à população, às
instituições, às entidades e às associações. Devem pretender envolver todos. Escutarem
e refletirem. Aceitar os contributos e com eles complementarem o seu
conhecimento da realidade e das verdadeiras aspirações da população. Porém,
devem estar em condições de apontar, desde já, alguns pilares indispensáveis
para o desenvolvimento sustentável de Argoselo, como por exemplo: o económico,
o social, o cultural e o da participação.
Do ponto de
vista do desenvolvimento é essencial reposicionar Argoselo, valorizando a
importância do conhecimento dos seus direitos e da sua capacitação. As vantagens
da localização geográfica de Argoselo que outrora foram determinantes para a
sua expansão, os transportes são igualmente estratégicos.
No plano social
uma realidade é fundamental, para todos, a construção de uma sociedade mais
equitativa no acesso aos serviços públicos. No plano cultural é imprescindível
a sua valorização através da criatividade e do associativismo como dimensão
essencial para o modelo de desenvolvimento que queremos e defendemos.
Outro pilar é o
de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável à participação. A
participação cívica. A partilha de opiniões e a construção de decisões que
tenham em conta a reflexão feita com a população. Criar instrumentos que
coloquem ao dispor de todos e que sirvam de alavanca para a criação de um Argoselo
com intensa participação, com presença e intervenção efetiva na defesa do seu
desenvolvimento.
A Vila de Argoselo, tem muito para evoluir. Esta Junta de Freguesia e o Povo,
devem estar preparados para assumir os destinos da Freguesia. É importante
acabar com o marasmo a que Argoselo e suas gentes têm vindo a ser sujeitos.
Queremos terminar com o ciclo da gestão tecnocrática, feita a partir do
gabinete da Câmara de Vimioso, baseada em números e não nas pessoas.
Vamos todos
trabalhar para a construção de um futuro melhor. Queremos um futuro próspero e
feliz para a Vila de Argoselo. Estamos prontos para ajudar a construir um mundo
melhor, mais justo e mais fraterno.
Ilídio
Bartolomeu
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