Com o objetivo de sensibilizar as
pessoas para a preservação e reconhecimento do património Histórico e Cultural
de Argoselo, realizou-se no dia 25 de agosto mais uma Festa da Amizade, iniciativa de há alguns anos das gentes do Bairro
de Baixo.
É importante valorizar a Cultura
de um Povo. Vou dar neste texto especial destaque ao Património Cultura de
Argoselo, passado e presente.
Património cultural, é um
instrumento inovador da maior importância, onde há três ou quatro anos pela
primeira vez se reconhece que o Património Cultural é uma realidade, envolvendo
tradições, cultura e costumes da Nossa
Terra, através das gentes do Bairro de Baixo, que não querem esquecer da
memória os Usos passados dos seus
familiares.
Segundo esta gente diz: é que as
diversidades culturais que lhes deixaram devem ser preservadas, respeitadas em harmonização
com todos os que se revem neles. E se falarmos de um património comum argoselense
como realidade a proteger, a verdade também é que estamos perante uma
construção inédita em Argoselo.
O Património Cultural é um
conjunto de bens, materiais e imateriais, que são considerados de interesse
público e coletivo, relevantes para a perpetuação no tempo. O património
faz-nos viajar pelo passado, recordando-o; constitui uma manifestação, um
testemunho, uma invocação, uma convocatória do passado. Tem, portanto, a função
de relembrar acontecimentos mais importantes da vida de Argoselo; daí a relação
com o conceito de memória social.
Por isso, a cultura ganha uma
nova importância na vida de Argoselo contemporâneo. O desenvolvimento humano
não é compreensível nem realizável sem o reconhecimento do papel da criação
cultural, em ligação estreita com a educação e a formação, com a investigação e
a ciência. O que distingue o desenvolvimento o atraso, é a cultura e a exigência;
numa palavra, a capacidade de não esquecer, mas sim de compreender. Deixou de
fazer sentido a oposição entre políticas em Argoselo centradas no Património Histórico,
por contraponto à criação atual. A complementaridade é óbvia e necessária.
Basta olharmos os grandes marcos da presença humana ao longo do tempo para
percebermos que em Agoselo praticamente não há uma simbiose de influências
entre o poder local e o povo, de diversas épocas, aliando Património material e
imaterial e herança.
Uma das preocupações passadas dos
argoselenses, deveriam ter procedido à preservação do seu Património Cultural e
memória social, com vista à construção da identidade do Povo. Compete-nos a
todos nós agora salvaguardar o património coletivo, sendo também agentes ativos
na construção do saber, registando as nossas tradições individuais e
familiares, em prol da geração vindoura. O que fazemos no nosso presente deve
ser efetivamente inscrito para mais tarde ser relembrado. Sabendo a nossa
cultura, compreenderemos a importância de mantê-la viva na memória, protegê-la
e valorizá-la, como forma de preservar o que somos, as nossas características,
a nossa identidade. A identidade implica um sentimento de pertença a um
determinado grupo étnico, cultural, religioso, de acordo com a perceção da
diferença e da semelhança entre o “eu” e o “outro”, “nós” e os “outros”.
Em defesa do Património
Histórico-Cultural de Argoselo, o Sr. Nuno Granjo, ofereceu uma casa antiga graciosamente
ao abrigo de um protocolo com a Câmara Municipal de Vimioso, que amavelmente se
dispôs ajudar a reconstrui-la, para que os associados tenham uma sede que é tão
necessária e desejada. Assim estes promotores do Património-Cultural, passam a
ter um espaço próprio para as reuniões dos seus corpos diretivos e para guardar
o seu próprio espólio, que tem ficado ano apôs ano, arrumado num espaço cedido
pelos Próprios.
Esta sede será “sobretudo um
espaço de trabalho”, explicando que servirá para reuniões, pequenos eventos e
palestras, ou ações de formação. Até agora os eventos têm sido organizados
pelos associados no Largo do Sagrado onde há capacidade para acolher a muita
gente que assiste ao espetáculo. Também como novidade, fica o facto dos
defensores do património argoselense estarem a preparar para formar uma
Associação para que legalmente possa fazer-se assinaturas de protocolos com a
Junta de Freguesia e a Câmara de Vimioso. É claro que tudo isto precisa de um
percurso!
“A ação destes associados sempre
tem sido muito centrada no Bairro de Baixo, onde não falta património para
estudar e defender, mas há muito trabalho para fazer em toda a freguesia, que tem
um passado que é preciso estudar, conhecer e pensar em recupera-lo, que por
ignorância ou por economicismo deixaram-no soterrar ”. Sei que Isto está no
vosso horizonte, desenvolver uma exigência para que este vasto património que
os vossos antepassados deixaram, seja possível pô-lo à vista de todos. Vocês
sabem muito bem do que estou a falar. Por isso, quando Associação, mais que
ninguém têm o dever de reclamar aquilo que vos dá direito. Os “Pelames são
Património Cultural de um bem, material e imaterial, considerado relevante e de
interesse público, podendo ser uma riqueza incalculável para a Vila de Argoselo”.
A verdade é que estas pessoas não se cansam em
relembrar as experiencias e ensinamentos dos seus Familiares, ao que estes
também os querem transmitir aos seus filhos como legado. O facto de não terem
tido até hoje sede, não tem sido impeditivo os associados de realizarem
atividades deversicadas: exposições, fotografias, vídeos e teatro em cada ano,
no dia da FESTA DA AMIZADE.
Certamente será uma referência
para todos aqueles que pretendem preservar a memória desta tradição, em nome
dos ideais e da identidade cultural. Agradecer é uma das coisas que acabam
ficando esquecidas no decorrer do dia-a-dia. Pode ser por um simples favor ou
por uma grande atitude, mas o agradecimento nunca deve ser esquecido. Assim,
endereço esta mensagem de agradecimento a todos vocês mas, deixem-me dar um
agradecimento especial ao meu grande amigo Nuno Granjo o convite que me
endereçou em nome de todos vós; fico muito grato, como devem saber a minha
mobilidade não me permitia estar presente. Esta minha mensagem pode ser uma
forma simples de vos dar algum alento para “criardes em Argoselo, por exemplo, formarem
a Associação Cultural do Peliqueiro ”.
A identidade de um povo está na
sua cultura. Podemos entender como tudo aquilo que é construído pelo ser
humano. Inclui os mitos, símbolos, ritos, todas as crenças, todo o conjunto de
conhecimentos e todo o comportamento etc. Portanto, conhecer e valorizar a
nossa cultura Argoselense, são autoafirmações do que somos!...
“A alma de um povo é a sua cultura que todos devemos manter”…
Os meus parabéns e o meu muito
obrigado e continuem, porque estão no bom caminho…
Ilídio Bartolomeu
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