![]() |
Olhar para
frente e imaginar o desconhecido é algo que provoca diversas e diferentes
reações nas pessoas. Umas olham com grandes expectativas, pois os sonhos também
são grandes e os projetos de vidas são construídos num curto espaço de tempo
entre o presente e o futuro. Outras olham amedrontadas, pois, apesar de também
terem projetos de vidas construídos, não sabem ao certo o que o futuro lhes
reserva. Dizem que o futuro a Deus pertence, mas temos certeza do que vos
espera um dia. Apesar disso são angustiantes as incertezas e as surpresas que
Ele vos reserva. Dá até um arrepio na barriga. Mas é esse medo que tanto vos
incomoda.
A vida é uma
luta. É uma luta pela sobrevivência. Neste nosso mundo descompassado, viver é
uma arte e como tal, imprimimos os personagens que farão parte da nossa obra e
pode ser que em vários momentos da vida tenhamos que trocar de personagem para
uma nova realidade. Viver é um jogo. Um jogo, que o resultado tem e deve ser a
vitória, não há outra maneira, pois de contrário não sobreviveremos.
Durante todo o
tempo em que vivemos, factos e acontecimentos sucedem no tempo, fazendo com que
mudanças na vida ocorram, tanto para melhor, quanto para pior. O medo do futuro
é aceitar, que não sabemos o que nos espera. Esse não saber é o terror que
assombra e nos perturba. O medo do futuro é aceitar, que a nossa área de
conforto está sempre a um passo de ser destruída, já que viver é lutar. Crescer
é tornar-se independente e, por assim ser, naturalmente cada qual constrói para
si um projeto para o futuro e isso muda completamente a nossa vida. Essa
mudança também é medo do futuro.
Não temos como
fugir dele, porque um dia ele nos alcançará. O melhor que se tem a fazer é
viver o presente, como se fosse o melhor dos futuros, para que lá de longe
possamos olhar para traz e ao invés, de reviver o medo, possamos viver uma
deliciosa nostalgia de ter bem vivido a vida com, as pessoas que um dia
partirão antes de nós. O medo do futuro é não viver o presente.
É vital sempre
ter algum objetivo na vida. É nessa vontade de lutar, de viver, que
existe a verdadeira felicidade. É nessa capacidade de aceitar tudo o que
de bom e de ruim a vida nos oferece, que se pode dizer: sou feliz,
principalmente, adquirindo a certeza de que as coisas, que nos acontecem
obedecem a diretrizes de Alguém Superior, é que se consegue realmente ver o que
poderá ser a felicidade em cujo encalço estamos.
No dia 28 de
abril de 2000, comecei a publicar os artigos no blogue São Bartolomeu
Freixagosa, com títulos sugestivos, procurando aumentar a ambição e, sobretudo
uma profunda mudança de paradigma para Argoselo. Uma das coisas que me
propus fazer – não a única – foi a de reduzir as distrações dos
argoselenses para bem do presente e futuro.
Reduzir as
distrações, seria apenas parte do processo. Depois, havia mesmo que entrar em
trabalho perspicaz. Isso exigiria muito mais disciplina e compromisso para
trabalhos profundos, tendo maior noção do que é mais importante para o que
deveria ser privilegiado, mesmo quando pressionados com as “urgências” do
dia-a-dia que, tantas vezes, não tão urgentes assim.
Hoje, com 18
anos a escrever artigos no blogue sobre Argoselo, é hora do balanço final. É
curioso constatar de que alguns textos provocaram algum impacto, que meço pelo
número de pessoas que os leram, e em alguns momentos interagiam comigo e,
sobretudo o recebimento que sentia, principalmente nas redes
sociais.
Foi divertido e
revelador. Creio que, no fundo, algumas pessoas gostariam que continuasse, mas
tenho más noticias. Nunca foi minha intenção desaparecer do espaço social
digital, desde logo, porque lhe reconheço uma série de vantagens. Apenas pretendia
fazê-lo de uma forma que, não lhe retirando as vantagens, não viesse
acompanhado das desvantagens. Em larga medida, acho que o consegui fazer.
Foram temas bem
diferentes e não sei exatamente o que pensar, salvo que o público é supremo
para definir os seus interesses, e que nem sempre os meus textos tiveram
significativo acolhimento por parte de algumas pessoas, nem uma boa critica
necessariamente as impressionou e cativou. Tenho textos que me agradaram, mas
que não alcançaram muitas leituras. Outros até chamaram bastante atenção. A
interação literária, não é fácil. Como não estava à procura de quantidade ou
sucesso, fui fazendo o que podia, mas sinto-me feliz com o que consegui, apesar
das minhas habilitações literárias não passar da quarta classe, mas seja como
for, creio não ter desapontado os leitores, “SALVO ALGUNS ERROS”
Porém, foram
todos vocês que me motivaram a escrever dia após dia. Nunca corri atrás de ser
o primeiro para ser colocado numa possível lista daqueles que escrevem sobre
Argoselo. Ficava porém feliz, quando apenas os leitores se apresentavam para
ler e comentar os meus textos. Na verdade, escrevia para me libertar de mim
mesmo.
Meus amigos
próximos e distantes, por motivos de força maior, estas minhas crónicas e
artigos chegaram ao fim, (não direi jamais) o Blogue continuará aberto.
Nos meus
textos, as tradições e hábitos de antigamente falaram mais alto, ao desempenhar
e preservar os costumes da terra que me viu nascer.
As pessoas
felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o
futuro sem medo.
Obrigado a
todos aqueles que os prestigiaram.
Grande abraço,
amigos.
Ilídio Bartolomeu