domingo, 25 de agosto de 2019

QUEM SEMEIA VENTOS COLHE TEMPESTADES!...


Hoje lembrei-me deste provérbio / fábula e de o ouvir contar aos meus pais, que igualmente me contaram uma “história” ocorrida numa ocasião”, pois era também com “uma ocasião”, que começavam todas as suas histórias

Toda e qualquer pessoa necessita sentir-se amada/o, em algum momento precisa saber que pode receber carinho quando precisa e que alguém a admire, dentro de uma família todos podem sentir isso, mesmo com todos os defeitos que possam ter.

Uma família sempre concordará e apoiará os filhos em tudo que eles fazem, desde que as coisas sejam razoáveis dentro das regras familiares, é ela quem provoca o sentimento de conforto e segurança dos filhos.

Cabe aos pais educar os seus filhos para que no futuro eles possam cuidar de si mesmos e também dos seus criadores, ensinando e passando o exemplo para eles. A educação implica no uso de autoridade para estabelecer limites; dar ordem e proibir o indispensável que possibilite a criança a controlar os seus impulsos: todas as crianças nascem egoístas; ela passa a respeitar os outros através da educação e da disciplina, mas, principalmente pelo exemplo dos pais.

Quando uma criança ainda é pequena os pais decidem o “onde”, “quando” e “como”, dessa forma tendo grande controlo sobre os seus filhos e por eles tomarem as decisões que consideram corretas. Os pais apreciam esse certo controlo que possuem sobre os filhos, em muitos momentos sentem-se felizes com essa dependência que os filhos têm. Mas quando a criança chega à fase da adolescência e os pais não têm tanto controlo dos filhos, eles muitas vezes sentem-se desesperados.

 Quantos pais não dizem que sentem saudades da época de quando os seus filhos eram apenas bebês? Admitir que o seu filho cresceu equivale a reconhecer que eles estão a ficar mais velhos. Muitos pais não se conformam que perderam o “posto” de herói insubstituível do filho, não conseguem suportar o olhar crítico dos jovens

Há pais que começam a controlar exageradamente a vida dos filhos, como se pudessem com isso, fazer com que eles voltem a ser crianças: não respeitam a sua privacidade, querem participar da vida deles de forma integral, usam para o controlo deles, os perigos que existem nessa idade.

O problema muitas vezes não está apenas nos pais, também estão nos filhos. Os filhos por certa ignorância não querem ouvir os seus pais, acham que sempre estão certos, que tem experiência de vida o suficiente para comandar o seu próprio destino. A impaciência dos filhos com os pais é muito grande nos dias de hoje, muitas vezes fazem com que os pais sofram agressões dos seus próprios filhos. Está claro que também existem pais que criam os seus filhos com algum ódio e impaciência, como se essa fosse a única coisa que os seus pais lhes ensinaram e que do mesmo modo eles os tratarão com esses mesmos sentimentos no futuro.

 Mas isso não justifica as maldades que muitos filhos fazem com os pais, como dar respostas “mal-educadas”, injuriar, bater e até mesmo matar. Muitas destas coisas vêm de influências externas, como colegas que agem dessa mesma forma com os seus pais, mas também vem do interior da própria casa, do controlo que os pais têm dos filhos. Mas também não é espancar, maltratar que se resolvem as coisas, um pai tratar mal os seus filhos, a bater demasiadamente e injuriando…

Sinto muito, mas não esperem que depois eles vão tratá-los bem no futuro, pois os filhos tendem a agir da mesma forma como foram criados. Claro que em certos momentos umas boas palmadas ajudam, pois, as crianças têm que criar nas suas mentes, que para toda ação existe uma consequência, mas a conversar e dialogar nesse momento, é muito mais essencial do que qualquer outra coisa.

O maior papel dos pais é educar, compreender e dialogar sempre com os seus filhos. E o papel dos filhos é ouvir, respeitar e ter paciência com os seus pais, porque muitas vezes, por pior que isso possa parecer, eles sempre estão certos.

Neste mês de agosto fim de festas, vamos todos a refletir nestas palavras e homenagear nossos pais e avós e lembrar-nos que este costume não existia apenas naquela terra distante, nem era apenas dos tempos de antigamente, pois, na nossa terra, nos nossos dias também se faz e são precisamente os idosos que mais sofrem com o abandono

Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma recompensa ou um castigo. Já agora, vale a pena pensar nisto.

 

Ilídio Bartolomeu


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