Toda e qualquer pessoa necessita sentir-se amada/o, em algum momento
precisa saber que pode receber carinho quando precisa e que alguém a admire,
dentro de uma família todos podem sentir isso, mesmo com todos os defeitos que
possam ter.
Uma família sempre concordará e apoiará os filhos em tudo que eles fazem,
desde que as coisas sejam razoáveis dentro das regras familiares, é ela quem
provoca o sentimento de conforto e segurança dos filhos.
Cabe aos pais educar os seus filhos para que no futuro eles possam cuidar
de si mesmos e também dos seus criadores, ensinando e passando o exemplo para eles.
A educação implica no uso de autoridade para estabelecer limites; dar ordem e
proibir o indispensável que possibilite a criança a controlar os seus impulsos:
todas as crianças nascem egoístas; ela passa a respeitar os outros através da
educação e da disciplina, mas, principalmente pelo exemplo dos pais.
Quando uma criança ainda é pequena os pais decidem o “onde”, “quando” e
“como”, dessa forma tendo grande controlo sobre os seus filhos e por eles
tomarem as decisões que consideram corretas. Os pais apreciam esse certo
controlo que possuem sobre os filhos, em muitos momentos sentem-se felizes com
essa dependência que os filhos têm. Mas quando a criança chega à fase da
adolescência e os pais não têm tanto controlo dos filhos, eles muitas vezes
sentem-se desesperados.
Quantos pais não dizem que sentem saudades da época de quando os seus
filhos eram apenas bebês? Admitir que o seu filho cresceu equivale a reconhecer
que eles estão a ficar mais velhos. Muitos pais não se conformam que perderam o
“posto” de herói insubstituível do filho, não conseguem suportar o olhar
crítico dos jovens
Há pais que começam a controlar exageradamente a vida dos filhos, como se
pudessem com isso, fazer com que eles voltem a ser crianças: não respeitam a
sua privacidade, querem participar da vida deles de forma integral, usam para o
controlo deles, os perigos que existem nessa idade.
O problema muitas vezes não está apenas nos pais, também estão nos filhos.
Os filhos por certa ignorância não querem ouvir os seus pais, acham que sempre
estão certos, que tem experiência de vida o suficiente para comandar o seu
próprio destino. A impaciência dos filhos com os pais é muito grande nos dias
de hoje, muitas vezes fazem com que os pais sofram agressões dos seus próprios
filhos. Está claro que também existem pais que criam os seus filhos com algum
ódio e impaciência, como se essa fosse a única coisa que os seus pais lhes
ensinaram e que do mesmo modo eles os tratarão com esses mesmos sentimentos no
futuro.
Mas isso não justifica as maldades que muitos filhos fazem com os
pais, como dar respostas “mal-educadas”, injuriar, bater e até mesmo matar.
Muitas destas coisas vêm de influências externas, como colegas que agem dessa
mesma forma com os seus pais, mas também vem do interior da própria casa, do
controlo que os pais têm dos filhos. Mas também não é espancar, maltratar que
se resolvem as coisas, um pai tratar mal os seus filhos, a bater demasiadamente
e injuriando…
Sinto muito, mas não esperem que depois eles vão tratá-los bem no futuro,
pois os filhos tendem a agir da mesma forma como foram criados. Claro que em
certos momentos umas boas palmadas ajudam, pois, as crianças têm que criar nas
suas mentes, que para toda ação existe uma consequência, mas a conversar e
dialogar nesse momento, é muito mais essencial do que qualquer outra coisa.
O maior papel dos pais é educar, compreender e dialogar sempre com os seus
filhos. E o papel dos filhos é ouvir, respeitar e ter paciência com os seus
pais, porque muitas vezes, por pior que isso possa parecer, eles sempre estão
certos.
Neste mês de agosto fim de festas, vamos todos a refletir nestas palavras e
homenagear nossos pais e avós e lembrar-nos que este costume não existia apenas
naquela terra distante, nem era apenas dos tempos de
antigamente, pois, na nossa terra, nos nossos dias também se faz e são
precisamente os idosos que mais sofrem com o abandono
Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma
recompensa ou um castigo. Já agora, vale a pena pensar nisto.
Ilídio Bartolomeu
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