É preciso ser grande para
conquistar espaço e admiração. Como ouço dizer em algures por aí, vivemos na
ideia que um grande vale mais que um pequeno. “Uma pessoa modesta interessada
em deixar algumas imagens da minha terra para memória futuras. Tão só isso…pouca
coisa.”
Sou apologista de que as
homenagens devem ser feitas em vida. Seja qual for a pessoa em questão
homenageada pelo seu trabalho e dedicação do que fez e faz em prol da
comunidade. Neste caso confesso que fiquei surpreendido e muito sensibilizado
com a homenagem que as gentes do Bairro de Baixo na sua festa dia, 25 de agosto
2014 me fizeram, encarando este gesto com muita satisfação. O que para mim só
vai ainda reforçar a estar mais ligado com mais paixão ao trabalho que tenho
vindo a fazer, com a disponibilidade de algumas pessoas do povo que se
propuseram e concederam algum do seu tempo precioso ajudaram-me nesta tarefa
para dar a conhecer o nosso Argoselo através de imagens por este mundo fora.
Por tudo isto a minha gratidão aos “peliqueiros” e a toda a gente, aos que já
não estão entre nós e aos presentes da Minha Terra.
O Bairro de Baixo tem
levado à prática desde há três anos uma festa intitulada “Os Peliqueiros” para
honrar os seus antepassados que foram pessoas com aspirações, com talento, com
esperanças e sonhos tiveram sucessos e dificuldades, e pelo seu trabalho duro,
dedicação e sacrifícios, querem-lhes prestar estes tributos que se irão
eternizar pela comunidade “Peliqueira”. Dizem que vão trabalhar arduamente e
tentar passar esta cultura para os seus filhos, assim como fizeram os seus
descendentes. Concluem dizendo que dividem sangue e cultura com os seus
ancestrais, e é através deles que querem partilhar esta ligação aos que virão
suceder.
Lembrar os antepassados é
dar-lhes o respeito e o reconhecimento que merecem. Isto permite viver neste
mundo, sob a forma de memórias histórias e lições que a vida pode nos ensinar.
Todo o mundo quer ser lembrado, e não há razão para acreditar que os nossos
antepassados seriam diferentes. Há muitas maneiras de recordar os nossos
antepassados, e as seguintes são apenas algumas destas: Mais relevante,
conversar com os filhos sobre os seus antepassados, contar histórias
interessantes, engraçadas e comoventes que conheçam. Mostrar-lhes fotografias e
filmes caseiros se os tiverem, ou incentivá-los a pesquisar na internete,
partilhar sempre o que vocês sabem, quem foram eles o que faziam, o que
gostavam. Explique tudo isto aos seus filhos, porque os seus antepassados são
importantes e porque é bom honrá-los. Na essência, tornar estas pessoas “reais”
para os seus filhos é dar-lhes as ferramentas que necessitam para manter
contacto com eles, e sentir como se tivessem um relacionamento com quem eles
eram.
Também importante, neste
âmbito, as gentes do Bairro de Baixo, deixem-me citar três ou quatro
voluntariosos; “Nuno Granjo, Domingos e irmão Ferreiras e perdoem-me por não
mencionar os mordomos todos”, foram mais longe e realizaram uma festa de
arromba, exposição de Peles e Fotografias, onde toda a assistência que por
sinal eram à volta de 250 pessoas não faltou os comes e bebes e bailarico todo
o dia, 25 de Agosto. Á noite foram exibidos dois filmes que mostraram os nossos
antepassados e (outros ainda estão entre nós) os plames e a maneira como se
curtiam as peles.
No final, foi nomeada a
nova Comissão de “Peliqueiros” para o ano 2015.
Termino citando; porque sou
um acérrimo defensor de Argoselo e das suas gentes, temos de ter cada vez mais
orgulho dos nossos antepassados e na terra que os viu nascer.
Um abraço amigo a todos.
Ilídio Bartolomeu
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