quinta-feira, 8 de outubro de 2020

A FALTA DE GOSTO PELA LEITURA…

O hábito da leitura é de grande importância para a vida profissional e social dos jovens, uma vez que a leitura é essencial para um processo de aprendizagem satisfatório, pois é por meio da leitura que se abrem novos horizontes e torna-se possível entender e aprofundar conhecimentos sobre o mundo, até atuar nele efetivando o seu papel como cidadão.

A compreensão do que se lê depende de uma série de fatores, desde o nível de conhecimentos do leitor sobre a língua em que o texto está escrito, passando pelo tipo ou género de texto, pelo vocabulário e pela escrita, pelo tamanho e tipo de letra, até ao ambiente em que o leitor se encontra e à motivação que este sente pela tarefa de leitura.

A motivação prende-se, basicamente, com a vontade e o interesse. Portanto, é algo que pode ser suscitado por outrem. Assim, não significa o mesmo que gosto. O prazer sentido na leitura, constitui um estado ou sentimento de satisfação intrínseco, que não pode ser facilmente induzido em alguém. No entanto, as crianças e adolescentes podem desenvolver gosto pela leitura se forem continuamente motivadas para tomar contacto com os livros.

Pensar que existem um milhão de outras atividades que lhes dão mais prazer do que ler um texto, o grande leque de coisas para fazer nos dias de hoje é o principal competidor na corrida do desinteresse pela leitura.  Tantas as opções para ocupar o tempo e por isso, o ato de ler não é realizado por muitas pessoas. Evitando perder a oportunidade de tornar o ato de ler é algo natural e desmistificado, os professores contam como é que se faz nas salas de aula para incentivar a prática aos alunos. “Nas aulas, quando são de literatura, eles fogem da ideia do clássico. Procuram não adotar os textos em si, mas numa versão adaptada para que o interesse do aluno tenha em conta.

Vivemos numa sociedade cada vez mais complexa, com inovações sociais precipitadas e imprevisíveis alterações. Além disso, o uso veemente das novas tecnologias e a sede por informações imprime nas pessoas a precisão de adaptabilidade, opinião crítica, criatividade, competência para a inovação e abertura.

A leitura ponderada representa uma das boas vias para entender a realidade. É verídico que na nossa sociedade as práticas leitoras são pouco incentivadas e desenvolvidas. Desta forma, dado a sua importância, a leitura deve ser estimulada e integrada ao cotidiano dos estudantes e, consequentemente de jovens e adultos.

São muitas as pessoas que descobriram o prazer de ler graças às sucessivas recomendações por parte de amigos, que souberam motivá-las através de incentivos vários, suscitando nelas curiosidade e desejo de descobrir os mundos que os livros encerram.

Quanto mais aflitos os jovens se mostrarem perante a falta de vontade de ler, pior. Em vez de ficar preocupado ou irritado com o facto de se recusar a gastar um pouco do seu tempo a ler um texto, faça um esforço para se manter calmo e demonstre vontade em saber ao que se refere o mesmo. A criação de um bom ambiente passa pela aplicação das estratégias, inclui zelar para que haja serenidade, de maneira a que tenha condições para se concentrar na leitura.

Se até nós, adultos, preferimos ver um filme do que a ler o livro, pode ser difícil tentar explicar a uma criança porque deve ler… Ponha-se no lugar do seu filho e procure identificar-se com os seus sentimentos. Se o fizer, decerto terá mais vontade de o ajudar a concentrar-se e a despertar nele a vontade de saber o que o livro lhe poderá oferecer.

Contudo, tal atividade não pode ficar restrita apenas na escola, tendo de ser incentivada também em casa. O ambiente doméstico é o mais propício para combater á falta de incentivo á leitura, contando com o apoio e incentivo dos pais e responsáveis.

Estes, por sina, são os maiores colaboradores pela criação do hábito de ler. Entretanto, por maior que seja o incentivo, apenas ele não é o suficiente. É preciso que as crianças tenham curiosidade pelo assunto que está lendo. É de grande importância que as primeiras leituras sejam leves e que proporcionem lazer e satisfação ao leitor, consolidando assim, de forma mais fácil, o hábito da leitura.

Finalmente, talvez seja bom sublinhar que também nós, adultos, sentimos por vezes pouca vontade para fazer leituras extensas e resistência perante a ideia de ler por obrigação. Os textos são objetos densos, exigentes e pouco atraentes, sobretudo numa era em que o audiovisual impera, atraindo-nos a todo o momento.

Com base nos resultados pode-se demonstrar que o interesse pela leitura está precária. Mas não podemos deixar de salientar que ainda existem jovens e adultos que costumam procurar os livros não apenas como obrigação, mas como um meio de lazer. Assim sugere-se mais incentivo às pessoas desde cedo para obterem o hábito da leitura.

A leitura de um bom texto é um diálogo incessante: o texto fala e a alma responde.

Tenham um bom dia. Boa leitura.

Ilídio Bartolomeu

 

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