terça-feira, 6 de dezembro de 2022

NATAL É TEMPO DE MEMÓRIAS E GRATIDÃO


O “Nosso Blog”, de Argoselo vem lembrar hoje todos os que aqui nasceram, todos os que aqui se batizaram, todos os que, de fora, a adotaram, todos os que aqui com suor e com trabalho ganharam sustento, aos jornaleiros de enxada, aos lavradores que com seus arados revolveram as terras, aos pastores dos animais a quem tratavam pelo nome, aos que, por ofício, tratavam dos outros por cuidarem de si: Alfaiates e sapateiros, tratavam das roupas e do calçado, dos albardeiros que faziam as mulidas, as albardas e outros apetrechos  para as mulas e cavalos. E os ferreiros que com a forja amoldavam o ferro, sem o qual a aldeia seria uma impossibilidade: nem martelos, nem foices, nem facas, nem sovelas, nem gadanhas e nem ferraduras.

E os latoeiros, do tempo que não havia plástico, que tornavam a vida funcional com o vasilhame ― (latos) baldes, regadores, caldeiras, cântaros, copos, jarras, funis, candeias, lanternas, enchedeiras e enxofradeiras etc.

E os barbeiros que trataram das nossas cabeças! E todos os ofícios aqui não nomeados. E todos os professores e professoras, (regentes também) os de boa e má memória que a bem ou a mal ensinaram os que podiam ir à escola. Lembro-me com extrema saudade da minha primeira professora: Dona Maria Cepeda. Mulher maravilhosa, transbordante de amor e de dedicação na condução dos ensinamentos que ela pacientemente transmitia á nós, seus pequenos alunos. O meu preito de gratidão e de saudade, e aos párocos a quem incumbia  dar sentido à vida de todos.

A todos os que no século passado tiveram de emigrar, e foi a maior parte. E aos poucos que cá ficaram e preservaram a continuidade.

Desde que iniciei este texto, que insistentemente, estão a bater à porta da memória:  E as mulheres? De propósito, deixei para o fim o mais importante. Ninguém está presente como elas: Guardam-nos nove meses em seu ventre, dão-nos ao mundo mas continuam junto de nós, cuidam de nós, alimentam- nos e protegem- nos. São elas que tecem a vida e a cultura. Acendem o lume, fazem o caldo, amassam, esticam e cozem o pão, lavam a roupa que cosem e remendam; e tratam do linho que maçam, espadelam, fiam e tecem; e espalham riso, lágrimas e ternura e contam as mesmas histórias de sempre.

A todos, aos ausentes, também. Mas, de um modo especial, àqueles que vivem em permanência na Vila, porque sem eles o que seria a Vila?

BOAS FESTAS E UM ANO NOVO PROSPERO

Ilídio Bartolomeu


1 comentário:

  1. E bom lembrar o.passado, mas é melhor viver o presente . Um grande abraço. Irmão Fernando.❤️

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