terça-feira, 19 de dezembro de 2023

UM NATAL FELIZ!!!



Entramos no período das festividades natalícias. De onde estamos também em vias de repor um calendário mais atualizado e que nos oriente para a segunda década deste século XXI.

É Natal. É tempo de família. É tempo de partilha. É tempo de amor. É tempo de saudade. É tempo de reconciliação. É tempo, também, de introspeção.

Poderá ser uma excelente ocasião para entrarmos em modo de superação daquilo que foram os restantes dias do ano, das agruras, das dificuldades, das provações ou, ao invés, de recordarmos tudo aquilo quanto foi bom, nos deu alegrias e nos trouxe felicidade

Ou seja, o Natal é tempo para o bom e para o mau, como também para o bem e para o mal. Para o bom se estamos alegres, para o mau se sentimos esgares de tristeza. Para o bem se estamos em paz connosco e com os que nos são próximos. Para o mal se teimarmos em não entender que o tempo de partilha e de amizade não é exclusivo da quadra natalícia, é uma coisa de todos os dias.

Depois virá a passagem de ano a velha questão das uvas passas, onde cada um imagina doze desejos válidos para doze meses. A religiosidade de cada um ditará as escolhas.

Boas Festas e um Ano Novo Prospero

  

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sábado, 9 de dezembro de 2023

COP 28 MURCHA


 

Causa revolta que os presidentes dos EUA e da China não estejam a participar na COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Essa conferência visa à tomada de medidas para reduzir os danos causados pelas mudanças climáticas, resultado principalmente da poluição. Noutras palavras: nesta conferência os líderes mundiais vão tentar pelo menos minorar a situação.

Sim, porque os presidentes dos dois países que mais poluem a Terra estão ausentes. Por mais esforços que façam os demais líderes a conferência está esvaziada. É muito triste e é uma prova cabal da teoria da ferradura: os extremos, tocam-se, ou seja, os presidentes dos EUA e da China não querem salvar o planeta.

É muito triste mesmo, os países que deveriam ser os mais interessados, os que, de facto, têm poder decisão sobre o mundo, nada farão, muito triste, mesmo.


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sábado, 2 de dezembro de 2023

O POVO É QUEM MAIS SOFRE!!!


Portugal já foi uma pátria amada, de encantos mil, mas hoje qual a criança que se pode orgulhar dele? Os políticos sem escrúpulos e descaradamente estão a envergonhar os portugueses de bem, galgam o poder para satisfazer somente os seus desejos em saqueá-lo. Enquanto os filhos da pátria passam necessidades e até fome, os figurões enchem os bolsos de muito dinheiro e comem caviar com champagne francês. Viajam em jatos particulares enquanto os pobres se espremem em autocarros lotados.

Crianças estão a perder a inocência com ensinos que fogem à regra, as escolas públicas são uma péssima referência, saúde na hora da morte e a justiça em vez de justa querem mas é subreporem-se ao poder. Oh! Criança! Quando verás um país decente? Quando deixarás de pedir esmolas nas ruas.

Olhando para trás podemos ver que estamos num barco sem rumo certo. O povo é quem mais sofre.

Preços altos, juros abusivos, leis que não facilitam a vida dos portugueses.

Faz-me lembrar a história da verdade e da mentira. Estamos a viver uma mentira vestida da verdade.

Como cada ano que chega ao fim, espero que a esperança de novas mudanças para melhor, venha socorrer-nos no novo ano que irá iniciar e que Deus tenha misericórdia dos portugueses.

Não me refiro aqui às manifestações propriamente ditas, nem sobre influencias ou golpes vindos da esquerda ou da direita, não é esse o ponto, mais grave, mais terrível e, aparentemente impune, foram as acusações aos políticos por corrupção e outras construções sem reflexo penal, mas presente na soberba de um conjunto sinistro de pessoas muito bem renumeradas, posicionadas e cientes dos seus poderes exímios.

Melhor é viver a vida sem rancores e sem praticar maldades. Também sem ambições desmedidas que levam ao caminho da perdição. Pôde-se viver com dignidade e sem ganância.


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sábado, 28 de outubro de 2023

DA MINHA ALDEIA ESCREVO...SAUDADES!!!

Tal como gosto que leiam o que escrevo, porque partilho a escrita e o pensamento com os meus leitores, sobretudo quando os mais próximos, me incentivam a escrever, que dão ideias, que me abordam e presenteiam com comentários, sinceros, são esses que eu valorizo, naturalmente, também gosto de ler quem escreve bem, tornando-se uma mais valia para mim, para a minha motivação, para o sentir criativo do meu imaginário, das saudades…do passado.

Rua Dereita

«Aqui ouvimos a terra. Uma terra simples de gente pura e trabalhadora. Gente que sempre viveu em comunidade, que ri que chora. Gente que ama a sua terra! Que sabe ultrapassar dificuldades em conjunto e orar. Que sabe construir e dizer mal. Que partiu para o Mundo, mas nunca esqueceu as suas origens.». 

Ruas Escuras

Noutros tempos, na minha Aldeia, na minha infância, quando a noite caia, as ruas quase se esvaziavam, e só os jovens adultos eram autorizados a percorrer a escuridão, enquanto lá longe, na vila de Vimioso, um clarão de luzinhas acendia e depois apagava-se. Nós, todas as Aldeias das redondezas, sem eletricidade, sem caminhos transitáveis, sem água canalizada, sem esgotos, sem dinheiro, vivíamos das trocas – batatas ou cebolas por laranjas, cereais por louças castelhanas… 

Os Sinos da Igreja Matriz

Havia a leitura das badaladas dos sinos, para decifrarmos as vantagens diretas ao Povo. Repicavam três vezes os toques de Avé-Maria (manhã, meio-dia, e anoitecer). Todos rezávamos ou regressávamos a casa. Aos toques do mortório, juntava-se toda a Comunidade cheia de dor e luto, mas também de esperança e de recolhimento em fraternidade.

Quando havia fogos urbanos (eram raros e nas matas nunca existiam, porventura porque não havia os atuais interesses económicos), o som dos sinos era de arrebate e toda a população acudia no combate ao incêndio. Não precisavam dos bombeiros, que também não dispunham de vias para lá chegar. Vivia-se em interioridade profunda, uma espécie de coma social.

Hoje os sinos lá estão, resistindo ao vento frio que passa, mas já não há mãos, nem ouvintes. Hoje o que se faz ouvir é silêncio…silêncio.

Rua do Bairro de Baixo

Nas ruas só se vêem sombras de vento frio, e trepadeiras em casas esventradas que lembram destroços da guerra. Muitas vezes, ao anoitecer, contavam-nos lendas de mouras prisioneiras, de princesas ou gigantes sem nome. E quando numa esquina soavam vozes estranhas, nem bruxa ou exorcista as podia esconjurar.

Já não há as tabernas onde aos domingos se ajustavam contas contra um mau vizinho. Eram os locais privilegiados para vinganças familiares, pois havia álcool à mão para curar as feridas. Mas às vezes eram tão profundas que nem a Santa Bebiana, Padroeira dos Bêbados, lhes valia.

Os meus conterrâneos saíram, emigraram, foram-se os bebedores e com eles as tabernas e as sombras noturnas. Os campos estão abandonados e vazios, as noras roubadas, as azenhas derrubadas, as ribeiras e açudes com pouca água, fugiram os peixes, as aves ribeirinhas… Nem um tiro de caça se ouve.

Pelame

Os pelames oitocentista, com rico Património, foram destruídos na década sessenta setenta; o mesmo aconteceu com as fontes Centenárias. Como era linda a Minha Querida Aldeia – com ruas estreitas, os carros de bois carregadas de frutos da terra, o regresso das ceifeiras a cantar ao desafio, toda uma geografia humana que não constava no Mapa de Portugal. Da janela da nossa casa só via uma pequena parte, mas que me dava tudo: as Estrelas e a Lua Crescente. A neve e a chuva chegavam e o lume quase extinto.

No Ano do Património, pouco ou nada tem para apresentar aos seus visitantes, ao lado de tantas outras aldeias com uma grande riqueza histórica, rural e religiosa.

Rua dos Peliqueiros

«A nossa terra é a nossa vida, é tudo aquilo que construímos, são as pessoas com quem convivemos e amamos, mas é também tudo aquilo que nos envolve e cria memórias.

Apesar de ter saído da minha terra, há mais de sessenta anos, continuo a ter sonhos em que estou lá. Quando acordo, tenho a certeza profunda de que os meus sonhos preservam uma certa verdade. Há um passado que, nesses sonhos, continua presente.

Lembro que escrevo «para que a memória não se apague» respiro Argoselo e quero por mais pessoas a respirar.


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quinta-feira, 19 de outubro de 2023

NÃO SE PODE ESQUECER...


 

A história nunca se repete, mas tem semelhanças. Não se repete, porque as pessoas não são as mesmas, o espaço e o tempo não são os mesmos. Mas há factos, há elementos, que se repetem. A História é feita por homens e mulheres, por governantes e governados, por fortes e fracos, por dominadores e subjugados, por momentos de guerra e épocas de paz, mas, sem dúvida alguma, que ela é feita por pessoas simples e comuns.

É certo que os acontecimentos passados e presentes podem apresentar diversas e importantes parecenças. A sociedade apreende tudo, tudo guarda e retém na memoria. Justamente há 76 anos, deu-se a libertação do campo de concentração, o maior e mais terrível campo de extermínio dos nazistas. Na tarde de 27 de janeiro de 1945, as tropas soviéticas chegaram a Auschwitz e aí encontraram e libertaram cerca de sete mil sobreviventes gravemente feridos e doentes

O campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, era uma fábrica de morte, um local com enormes câmaras de gás, onde pelo menos um milhão de pessoas, a grande maioria judeus, mas também ciganos, soviéticos, polacos foram mortas, até novembro de 1945. Os corpos eram, então, queimados num crematório.

Para que morticínios como o holocausto não se repitam, não podemos esquecer as nossas memórias, porque um país ou uma civilização sem memória caminha desorientada. Como não conhece o seu passado, não tem consciência do seu presente e não projeta perspetiva no futuro, tendo tendência a cometer os mesmos erros do passado

Quando não levamos a sério o nosso dever de memória, temos dificuldade em conseguir passar a mensagem às gerações futuras. Temos, então, o emergir e o renascer ideologias que marcaram um triste e pesado passado, a chegada de pandemias que muita dor e tristeza causaram, o assomar das depressões económicas que um imenso desemprego irão causar.

A guerra entre Rússia e Ucrânia é um dos principais conflitos armados na atualidade. Esta guerra modificou profundamente as relações entre as principais potências globais, sendo importante destacar que as tensões entre Rússia e Ucrânia datam de momentos históricos distintos e foram intensificadas nos últimos anos. Uma das principais causas do conflito é a aproximação da Ucrânia com o Ocidente, tida pela Rússia como uma ameaça à sua soberania, e duas das principais consequências são o grande número de refugiados e os graves prejuízos financeiros.

Um ano após o início da invasão russa da Ucrânia, o balanço é devastador: dezenas de milhares de mortos, milhões de refugiados e deslocados internos, cidades bombardeadas, uma economia em colapso....

Apesar de o clima de tensão e as ameaças de invasão por parte da Rússia terem sido mais expressivos, as desavenças entre os países são de décadas. Então, é preciso voltar vários anos para entender a origem deste conflito.

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sábado, 14 de outubro de 2023

O UNIVERSO É MARAVILHOSO...


 Depois de séculos acreditando que o nosso planeta era indestrutível, dotado de força suficiente até para queimar meteoros invasores o homem foi surpreendido por uma força maior ainda. Capaz de dizimar a mãe de todos – A primeira! E única: Sua senhora – a nossa Terra.

Essa força que não pode ser definida por nenhum cientista das ciências exatas, não vem do espaço e, sim dos desejos mais íntimos dos seres humanos: trata-se do ato de fazer guerras desnecessárias, e de consumir além do necessário... Campo estudado, mas ainda desconhecidos pelos maiores neurologistas e outros doutores estudiosos das ciências sobre o comportamento humano. Até hoje sem um diagnóstico final.

Somos sim, como uma formiga, comparados a esse planeta tão grande. Imagine se a comparação for com todo o universo. Com certeza ficaremos ainda menores que as próprias formigas, mas juntos, como um grande formigueiro conseguimos o inimaginável: devastamos florestas inteiras; poluímos os rios e os nossos mares. Atitudes insensatas que comprometem todos os seres vivos do planeta. Entre elas, imagine a quantidade de gazes emitidas pela frota imensa de veículos que transitam no mundo de transportes individuais e coletivos, movidas a combustíveis fósseis ininterruptamente – dia e noite! Não precisa de expertise para deduzir a consequência : poluímos o ar que respiramos e aos poucos estamos destruindo até a camada de ozônio na nossa atmosfera, necessária para proteger todos os seres vivos, dos raios ultravioletas, nocivos a todos que habitam nosso planeta.

Curiosamente estabeleceu um clima de guerra, na sociedade atual, entre os seus semelhantes. Espelhando-se na própria natureza, onde o mais fraco é o alimento do mais forte. Estabeleceu-se uma regra desumana: cada um cuida de si – e, salve-se quem puder...


Mas nem tudo é desencanto. Várias Ongs fundamentadas com uma consciência holística de todo universo vêm crescendo entre as novas gerações e lutam incansavelmente para mudar o curso dessa história. Alguns governos também já estão cientes: Meios de transportes e equipamentos mecânicos movidos com energias alternativas – e não poluentes: como a eletricidade, e a energia eólica já são realidades. Vivemos uma revolução - uma verdadeira transição. Acredito que num futuro próximo os nossos meios de transportes não mais utilizarão combustíveis fósseis...

E a evolução está caminhando exponencialmente. Criamos a – Inteligência artificial que está revolucionar os meios de trabalho, utilizando robôs que substituem várias tarefas humanas. E daí, eu me pergunto, será que agora o ser humano também mudará o seu comportamento, e vai preocupar-se mais em conservar nossa única casa? Eu, acredito que sim!

No meio da nova geração há jovens engajados em melhorar o nosso futuro! Chegou aos meus ouvidos que um jovem já se prepara para montar uma empresa de limpeza. A novidade é que essa empresa atuará no espaço. E pelo que se sabe, nestes erros e acertos da corrida espacial, muito lixo gira sobre as nossas cabeças, e alguém terá que removê-los!

Ah! Ainda bem que a cada dia aumenta os cidadãos conscientes – alguns defensores da economia verde. Após presenciarem tantos desastres naturais, estão a tomar consciência que com a natureza não se brinca. O clima em todo o planeta está, em catástrofes seguidas, dando-nos um alerta. Precisamos alimentar o culto a energia limpa e a conservação das florestas, lutando incansavelmente para conservar o que resta delas para que não sejam destruídas. Derrubou! Queimou! Tem que reflorestar, este é o novo slogan da nova geração! Vamos reflorestar a nossa única casa. É o início de uma mudança radical. E isto é sensacional.

Não é comum, mas ora aqui, ora ali, já recebemos também, um bom dia, um sorriso amigável de um ilustre desconhecido.

Portanto, o comportamento humano está a mudar, e é por isso que o universo é maravilhoso...

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sábado, 7 de outubro de 2023

A TOPONÍMIA RUAS DA VILA DE ARGOSELO

Escola Velha

A Toponímia é uma atitude, um modo de homenagem local a pessoas, a recordação de acontecimentos, dos costumes, das atividades sociais, comerciais ou artesanais, ao património cultural e artístico, etc., e é sempre uma forma de honrar alguém e de dizer Bem haja.

As placas toponímicas corporizam esse sentimento. São a identificação das nossas ruas, largos e praças, com as datas e factos históricos e, sobretudo, enaltecem as qualidades humanas e altruístas dos seus patronos. Por tudo isto, a toponímia desperta a curiosidade e o seu interesse torna-se indispensável para o conhecimento e compreensão das alterações da vida social da nossa terra ao longo dos tempos.

De facto, as lições colhidas da leitura dos topónimos traduzem um manancial de histórias da Nossa História local e são o " Era uma vez ...," o princípio de um conto que nos leva ás origens desta terra com raízes mergulhadas ao longo dos anos. Há ainda a ressaltar o pitoresco criado pela toponímia que coloca, nas esquinas das ruas, monárquicos e republicanos, políticos e santos, médicos e juristas, engenheiros e professores, comerciantes e também gente humilde, todos pacificamente convivendo, apesar de separados pelo tempo e pelas suas ideias e formação. 

Ali estão os seus nomes, gravados na frieza de uma pedra, para lembrar aos presentes e aos vindouros quem foram, e o que fizeram pela sua terra natal ou de acolhimento.

A nova Toponímia da freguesia devia estabelecer novas regras para que contribui-se, futuramente, para disciplinar a atribuição de denominação às ruas e praças da Vila, bem como a numeração dos seus edifícios.

Com este propósito resta-me esclarecer por várias vezes têm sido lembrados nomes de argoselenses que se dedicaram a sua terra, que pelos mesmos critérios utilizados, mereceriam igual distinção. Mas, o tempo não pára e novas ocasiões surgirão, Argoselo alargar-se-á onde certamente, nascerão ruas e largos. Nessa altura, os argoselenses com a responsabilidade verificarão, sem surpresa, que a sua terra teve, tem e terá sempre, figuras dignas de serem amadas e recordadas.

Dr. Manuel Joaquim Telles

Desde o seu início e até aos nossos dias, a Escola Primária Velha, teve sempre excelentes e dedicados professores, de quem se guardam gratas e saudosas recordações. Lembrar, Professora, Dª. Maria Cepeda, Professoras, Dª, Judite Cepeda e Filha naturais de Argoselo e Marcolino Bi não residente, entre outros que ensinaram gerações sucessivas de argoselenses, é prestar-lhes a justa homenagem que merecem. A memória de todos os professores que lecionaram na Escola Primária Velha, deveria ficar perpetuada, para sempre, a Rua da Escola Velha e não a rua da constituição que nada diz aos argoselenses.

Filantropo e ilustre – Dr. Manuel JoaquimTeles, amigo da sua terra natal, que visitava com frequência, foi uma figura de referência de Argoselo. Contribuiu generosamente para obras de solidariedade e pequenas ações de benemerência, ultimamente a sua família doou terreno para expandir o Lar dos idosos e ajudou muitos conterrâneos dando-lhes trabalho no Estoril.

Dr. Domingos Pói

Dr. Domingos Pói, outro outro ilustre amigo de Argoselo e dos argoselenses esquecido que merecia uma homenagem. Era alguém honesto, atencioso e cheio de afetividade para dar. Não importa qual o nosso tempo de vida. Se fizermos o bem acabamos por nos tornar eternos. Sinto uma imensa gratidão por ter conhecido todos esses seres humanos incríveis. 

Nunca damos o devido valor às pessoas enquanto estão vivas. Há diferentes tipos de homenagens que traz muitas lembranças de quem partiu.

A procura de elementos que formem uma opinião base sobre a pessoa, dá trabalho e ocupa tempo, para além do saber onde procurar dados, que nos leve a formar a nossa opinião. 

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terça-feira, 3 de outubro de 2023

MOINHOS DE ÁGUA, UM PATRIMÓNIO ESQUECIDO!!!


Em terras de Argoselo, um pouco à semelhança do que se passava na restante região, todo o campo não plantado era semeado para o fabrico do pão. As mãos másculas do homem argoseleiro e o ferro gasto da charrua abrem os sulcos onde é lançada a semente que um dia haverá de ser pão. O moleiro espera pacientemente que a brisa quente do Verão converta em oiro o fruto que a terra deu. 


O Moinho e o Moleiro

 

A bacia hidrográfica do Rio Maçãs, é particularmente rica em património molinológico. Apresenta-se aqui uma amostragem constituída por alguns moinhos de água, de roda redonda, que testemunham os primitivos ou antigos sistemas de moagem que se encontram na região. São compostos por unidades de moagem, sistemas de captação, adução e controle da água (açudes). A maioria destas antigas estações moageiras localiza-se, na freguesia de Argoselo. Embora estejam todos desativados poderá percecionar alguns vestígios dos seus engenhos como as mós em pedra que através da força da água permitiam moer os cereais. Por todo o lado se ouvia o som estridente das pedras a quem a água dava força para moer o grão.


Rio Maçãs

Com a Revolução Industrial foram criados no Século XIX os primeiros sistemas mecânicos de moagem, levando gradualmente a um abandono e posterior esquecimento dos moinhos tradicionais. Por vezes, o abandono deste património é tão significativo que se perdeu completamente a identidade cultural, construtiva e funcional.

Os moinhos-de-água eram marcos distintivos ao longo das margens do Rio que evidenciavam a sabedoria e técnica popular no aproveitamento dos recursos hídricos. Testemunhavam a arquitetura tradicional de outrora integrando um valioso património sócio-cultural.



Mós de Pedra

É esta a história que nos cabe a nós lembrar, e dar a conhecer às próximas gerações. É a história das nossas gentes e da nossa terra. Os moinhos tiveram, desde tempos imemoriais, um papel central na economia e na cultura das gentes argoseleiras.

Os moinhos, ontem, hoje e sempre, representam a identidade de Argoselo


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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

MUITA GENTE AINDA SE LEMBRARÁ DO ENXERGÃO DE PALHA!

Enxergão de Palha

Assim eram as camas nesta aldeia no meu tempo, como em tantas de Trás-os-Montes.

O centeio dava o pão para comer, mas também a palha para mais comodamente descansar e dormir nos “enxergões”, assentes sobre travessas de ferro ou de madeira. Eram as camas que se podiam ter e "ai...ai...".

Já havia notícias de colchões de mola que iam aparecendo, mas andavam arredados destas vidas.

O tecido de que eram feitas era resistente, tipo lona, por norma com padrão de riscas grossas e pouco claras, comprado para o efeito. No centro tinha um buraco através do qual seria cheio, sempre pela altura das malhas do pão e a sua palha fresca iria substituir a velha e moída do ano anterior.

Havia para o efeito que lavar o pano, secar e voltar a lavar e com a ajuda do sol quente de verão, libertá-lo do cheiro das mijadelas das crianças e das marcas repelentes dos percevejos que nas noites quentes por vezes apareciam sem terem sido rogados.

Encher o enxergão com palha


Com pequenos fachos de palha centeia escolhida, através do buraco e de modo meticuloso, esta era introduzida e espalhada no seu interior, com a ajuda de uma pequena forquilha de madeira em forma de fisga para encher bem os  cantos e finalmente o buraco cozido com uma agulha grossa e curva e linha grossa.

E estava pronto o “enxergão”, era assim que nós lhe chamávamos, apesar de inicialmente dura, a receber os lençóis e mantas; com o tempo e o peso iria amaciando, sendo que de vez enquanto, haveria que remexê-la para não ficar acamada e pronta para acolher aqueles corpos que vinham de um dia de lavoura, "modinhos que nem palhas".

Coisas que agora na distância do tempo se "enxergam" com nostalgia

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sábado, 9 de setembro de 2023

EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS



As emissões de gases de efeito estufa recobrem a Terra, retendo o calor do sol. Isso leva ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O mundo agora está aquecer mais rapidamente do que em qualquer outro momento registado na história.

A maioria dos carros, caminhões, navios e aviões funcionam com combustíveis fósseis. Isso faz com que o transporte seja um dos grandes responsáveis pelos gases de efeito estufa, especialmente emissões de dióxido de carbono. Os veículos rodoviários representam a maior parte, devido à combustão de produtos derivados de petróleo, como a gasolina, em motores de combustão interna. No entanto, as emissões de navios e aviões continuam a crescer. O transporte é responsável por quase um quarto das emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia. E as tendências apontam para um aumento significativo no uso de energia para o transporte nos próximos anos.

A produção de alimentos gera emissões de dióxido de carbono, metano e outros gases do efeito estufa de várias maneiras, inclusive pelo desmatar das florestas e limpeza de terras para agricultura e pastagem, consumo por gado e ovelhas, produção e uso de fertilizantes e esterco para a agricultura e uso de energia para o funcionamento de equipamentos agrícolas ou barcos de pesca, geralmente com combustíveis fósseis. Tudo isso torna a produção de alimentos um dos principais contribuintes para as mudanças climáticas.

As mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água, tornando-a mais escassa em mais regiões. O aquecimento global agrava  os períodos de seca em regiões onde a falta de água já é  comum e leva a um risco maior de secas agrícolas, afetando as plantações e aumentando a vulnerabilidade dos ecossistemas. Os períodos de seca também podem causar destrutivas tempestades de areia e poeira, que podem mover  bilhões de toneladas de areia entre continentes. Os desertos estão crescer, reduzindo a área cultivável. Muitas pessoas agora enfrentam a ameaça de não ter água suficiente regularmente.

O oceano absorve a maior parte do calor gerado pelo aquecimento global. A taxa de aquecimento do oceano aumentou muito nas duas últimas décadas, em todas as profundidades. À medida que essa temperatura sobe, o volume dele aumenta, já que a água se expande quando aquecida. O derretimento de placas de gelo também provoca o aumento do nível do mar, ameaçando comunidades litorâneas e insulares. Além disso, o oceano absorve dióxido de carbono, evitando que ele se concentre na atmosfera. No entanto, mais dióxido de carbono deixa a água mais ácida, ameaçando a vida marinha e recifes de corais.

As mudanças climáticas aumentam os fatores que levam as pessoas à pobreza e as mantêm nessa situação. Inundações assolam os países, vejam o que está acontecer na Espanha, na Grécia, na Turkia no Brasil em todo o mundo, destruindo casas e meios de subsistência. Isto por causa das mudanças climáticas.

O aumento das temperaturas ao longo do tempo está a mudar os padrões climáticos e perturbando o equilíbrio da natureza. Isso representa muitos riscos para os seres humanos e todas as outras formas de vida na terra. Com isso, embora os cientistas ainda não possam ser taxativos, alguns dizem que este ano 2023, está a caminho de se tornar o mais quente já registado.

 

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domingo, 3 de setembro de 2023

AS VINDIMAS DA MINHA ADOLECENCIA!


 

Há quantos anos? Há cinquena? Há sessenta? 

Experiências da infância e da adolescência costumam ficar marcadas na nossa memória. Naturalmente, há aquelas que até desejamos esquecer, mas a maior parte daquilo que vivemos nessas fases da vida têm significado especial. Brincadeiras de criança, namoricos da escola, presentes de Natal, almoços de domingo, festas de aniversário. São recordações indeléveis, que nos ajudam a escrever capítulos importantes da nossa história.

Já tinha começado a emigração, já havia tratores. O tempo do carro das vacas com a dorna em cima já tinha dado o lugar ao trator e aos bidons. 

As vindimas era um tempo de muita alegria, trabalhava-se de graça com comida abundante, enchia-se a barriga de cachos e bebia-se o mosto. De recordação tenho os bolos de bacalhau, enquanto comíamos o patrão, com uma bola de cêbo de porco, vedava a dorna que teimava em deixar escapar o sumo da uva.

 A vindimas são uma época do ano especial, que abrange todas as atividades que decorrem entre a apanha da uva e a produção do vinho. Estas ocorrem entre setembro e outubro, quando as uvas já estão maduras. Quando os pés das uvas estão murchos e as peles dos bagos começam a encolher, estas estão prontas a serem colhidas.


Recordo com saudade as vindimas da minha infância e da adolescência, a atividade intensa salpicada de alegria e de constante boa disposição.   Era um trabalho em que toda a família se envolvia, era um ato de amor e de união, o reencontro de amigos, um trabalho partilhado em sintonia e harmonia.  Um sorriso fácil, um abraço de conforto que matava a saudade, uma autêntica celebração! Contavam-se histórias, havia conversas de mal dizer, assim como se  cantavam modas da época  e se namoriscava com a rapariga ou rapaz do agrado de cada um.

Fizesse sol ou chuva, a apanha das uvas começava bem cedo para aproveitar todas as caraterísticas de cada cepa. As pessoas distribuíam-se pelos valados e  apanhavam os cachos de uvas à mão ou cortavam-nos com ajuda de um canivete ou de uma tesoura, processo, ainda, utilizado nas vindimas.

Depois de uma manhã inteira a vindimar, chegava o descanso merecido com um almoço nutritivo, sempre em ambiente de festa. Desses almoços tenho saudades do sabor da espanholada e aromas inconfundíveis das sardinhas assadas na fogueira feita com vides. Sabores e cheiros que nunca mais os vivenciei!

Todo este ambiente era um verdadeiro manjar para as atarefadas abelhas que procuravam o néctar nas doces e suculentas uvas ou nas saborosas sardinhas. Dessas não tenho saudades, visto que fui mais de que uma vez ferrado.

À noite, o trabalho e as celebrações continuavam, nos lagares de pedra, onde homens e rapazes, de calções ou calças arregaçadas, em roda, davam os braços e ao ritmo da  música da rádio, pisavam as uvas colhidas ao longo do dia. 

Primeiro era o  corte, em que os homens, com os braços nos ombros uns dos outros, esmagam as uvas, sem deixar nenhum centímetro quadrado por pisar.

Após a fase de fermentação que durava várias horas, mais de vinte e quatro, o lagar era novamente trabalhado. Era pisado para que a parte sólida, que se formava na superfície do lagar, se misturasse com a parte líquida e haver uma maior extração de cores, aromas e sabores.

Por fim com o grau alcoólico atingido, deixava-se, por algumas horas, o lagar descansar para que a parte sólida ficasse à superfície. Depois abria-se a torneira na base do lagar e o mosto era transferido para pipas ou tonéis de madeira.

No meu caso, as férias grandes eram acima de tudo a grande oportunidade de ler. Adorava histórias de príncipes e princesas, fadas e bruxas, em que o bem triunfava sobre o mal e o amor saía sempre vencedor. Gostava também das  histórias de animais personificados, quase sempre começadas por: “Há muito, muito tempo, na época em que os animais falavam…” Nessa altura era utente assíduo da Biblioteca Itinerante Calouste Gulbenkian, que nos visitava regularmente. Aos seus abalizados funcionários devo o gosto que ainda tenho pela leitura. Foram eles  que muito contribuíram para esta minha paixão pelos livros e pela escrita,. Recordo que simpaticamente me aconselhavam os  livros adequados à minha idade e me deixavam trazer mais dos que os permitidos.


As férias na praia só as tive na idade de adulto, quando fui para o Estoril. Não são as minhas preferidas! Mas adoro passear à beira mar, chapinhar na água, pontapear as ondas e saborear e cheirar a brisa marinha! Apraz-me observar o sol espraiar-se no mar e criar um resplandecente por do sol  em tons de laranja e amarelo! Gosto de apreciar a beleza do verde e do azul  do mar  e sonhar com as terras distantes e os lugares recheados de magia que são banhadas por aquelas águas imensas! Como gostaria de viajar na crista das ondas e ser transportado para essas aventuras fantásticas e encantatórias.

Como gostaria de regressar aos verões da minha adolescência, em que tudo era simples e muito feliz, mas eu não o sabia.

De todos os trabalhos do campo, a vindima era aquele que eu mais gostava, pelos momentos de alegria e emoção.

 

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terça-feira, 22 de agosto de 2023

RESTAURANTE SÃO BARTOLOMEU EM ARGOSELO

 

Posta de vitela assada na brasa


já aqui estive neste Restaurante São Bartolomeu algumas vezes, para comer a boa posta assada na brasa à mirandesa, a excelente costeleta de vitela e a sensacional posta de bacalhau assada na brasa. 

Costeleta de Vitela 


Sempre que posso faço questão de repetir a visita. É aqui que se  come bem.

Bacalhau assado na brasa

Restaurante São Bartolomeu, fica nas bombas de gasolina, logo à entrada de Argoselo de quem vem de Bragança.

Bom apetite…

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domingo, 20 de agosto de 2023

A VIDA É UMA APRENDIZAGEM!

 

Sei que as palavras não desapareceram, mas foram-se acumulando de tal forma em mim que não consigo liberta-las. Durante este tempo que não escrevi armazenei ideias, conversas, desejos e divagações que o tempo me impediu de desenhar. Mas não pensem que deixei morrer a tela que traduz este lugar, simplesmente tenho andado ocupado a recompor a minha coluna cervical.

E aqui estou eu novamente a pedir perdão aos que alimentam as minhas palavras e mergulham comigo nas intensas linhas da minha escrita. Não só é um órgão fundamental à minha existência, como a sua atividade regular me faz sentir cada vez mais capaz.


Reclamamos das rasteiras que a vida nos dá, ficamos  cheios de tristezas que insistem em bater na nossa porta, mas a verdade é que nos faça perceber que levantar é possível....

O tempo suaviza qualquer dor. Não digo que seja capaz de extinguir, pois algumas dores que carregamos pelo resto das nossas vidas, com certeza reduz as pontadas agudas. Mas qual seria a graça de uma vida sem nenhum obstáculo, sem qualquer sofrimento?

É claro que, quando algo de ruim nos acontece, ficamos arrasados e sem esperança de início. Não existe positivismo algum que seja capaz de fazer com que não nos abalemos com os tombos que a vida dá. Mesmo assim, o que determina o nosso reerguimento não é o que nos fere, mas a forma como cicatrizamos as nossas feridas.

Saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos vitais, sujeitos a constante avaliação e mudança. Em junho de  1988, fiz a primeira cirurgia à coluna. Em 23 de dezembro de 2020, fiz a segunda cirurgia à coluna dorsal, esta muito complicada, fiquei numa cadeira de rodas. Recentemente, 24 de junho 2023, fiz a terceira operação à coluna cervical. Continuo numa cadeira de rodas.

Algumas pessoas encararam a doença como estado de desconforto físico. Porque a capacidade para trabalhar, ser produtivo e divertir-se está relacionado com a saúde física e mental da pessoa. É social, os meus problemas de doença têm afetado outras pessoas significativas, a família, amigos e colegas. O meu obrigado pelo apoio que me têm dado…

Tive momentos de raiva e revolta onde a mágoa e o rancor se faziam sentir com intensidade, mas não ganhei nada com isso. A fé faz-nos acreditar, mesmo que no momento não estejamos a ver o caminho ou soluções. Mas é a fé que nos dá alento nos momentos e fases de maior dificuldade!

É tempo de parar, relaxar e desligar um pouco. É tempo para recuperar dos anos desafiantes que tenho tido. Tempo de trabalho interior árduo, feito por impulso da dor e da vontade constante de ser mais, e de ser feliz todos os dias. Sim, feliz todos os dias, por estar vivo e poder transformar-me sempre na melhor versão de mim mesmo; feliz por cair e levantar-me, por viver a tentar, a errar e tentar de novo sem nunca desistir do meu caminho. Feliz no meu defeito e na imperfeição dos que me rodeiam. Porque isto de querer ver perfeição em tudo só nos leva à frustração e ao sofrimento.


A vida "obrigou-me" a aprender a gostar de estar comigo acima de tudo. “Tirou-me quase tudo”. Foi difícil, mesmo com ajuda fundamental de quem me quer bem, mas o resultado tem sido simplesmente extraordinário, apesar de nem tudo ser como eu gostaria que fosse.

Foi isto que a vida me mostrou, com tanta sabedoria e paciência, sem nunca desistir de me ver vencer e de me ver mais feliz! Sorrir para às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam, calar-me para ouvir e aprender com os meus erros. Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar. E não temer o futuro, a lutar contra as injustiças. Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.


É triste e preocupante constatar como tantos homens têm perdido o gosto pela existência, o sentido e o prazer de viver. Muitos deles, em momentos de desespero, acabam tirando a própria vida por simplesmente não suportarem o peso dos sofrimentos intensos que estão passando. Infelizmente, não conseguiram caminhar mais um pouquinho para conseguir vislumbrar aquela Luz que sempre brilha no fim do caminho, mesmo que estejamos no mais escuro e tenebroso túnel.

Enquanto para alguns homens o ato de viver é uma grande festa que deve ser celebrada com entusiasmo e gratidão, para outros, entretanto, o ato de viver tem sido um fardo pesadíssimo devido aos problemas, às tribulações e deceções geradas por pessoas ou acontecimentos inerentes à dinâmica da vida, ao ato de viver.

Aprendi através da experiência controlar a minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. A nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo.

 

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