quarta-feira, 21 de novembro de 2018

CRONICA DOS BONS TEMPOS

Era um domingo. Por volta do meio dia. Só me lembro de que era no ano de 1968. O dia estava bonito. Muito sol, céu azul com poucas nuvens.  Cheguei ao bonito lugarejo, exatamente onde fica a casa onde nasci. Os vizinhos mal me viram, anunciaram a minha chegada: ólha o Ilídio! ólha o Ilídio!

Não demorou muito um casal, relativamente novo apareceu na porta da casa. Perguntei se eram os donos sim somos. Cumprimentei-os. Tudo bem? Logo em seguida fui dizendo que aquela casa fora de meus pais, já falecidos: Adelino e  Maria Tiró. Falei que ali nasci e vivi até aos 16 anos de idade. O casal convidou-me para entrar. Nem era preciso, pois eu lhe pediria para dar uma volta dentro  de toda a casa. Era o meu desejo. Meus olhos estavam marejados. Era emoção e saudade. Observei que a cozinha estava limpinha. Na entrada, não havia nada da alfaiataria onde o meu pai trabalhava. Subi as escadas  olhei para cima e observei as telhas. Estavam escuras. A fumaça da lenha que ardia na lareira assim as tornara. Parei e fixei os meus olhos, até parecia que estava a ver a minha mãe a cantar as lindas canções e a falar como se alguém estivesse ali presente. dormia. Também quis muito recordar o quarto onde dormia eu e os meus seis irmãos em duas camas e lembrar-me do furo que o meu pai fez no soalho para um estratagema habilidoso, quando os filhos bebés chorassem, prendia um cordel no berço que estava no quarto, enfiava-o pelo furo e atava-o ao pedal da máquina de coser os fatos e calças, e ao mesmo tempo que trabalhava, balançava  o bebé para que dormisse.

Contei para os donos da casa o porquê de estar observando tudo. Pedi para continuar a minha caminhada pelo restante do imóvel. Fui ao quarto dos meus pais. Imaginei os dois como se ali estivessem. Observei e debrucei-me por um instante na janela. Reparei o céu. Pude ver o horizonte onde todas as manhãs pelas quatro e cinco horas abria a janela para verificar os sete estrelos estavam para se levantar para ir trabalhar.

Não podia esquecer. Apesar dos meus 16 anos, lembrei-me dos momentos em que minha mãe, com uma faca, descascava as batatas, as cebolas, as couves para fazer o caldo e cortava pão para distribuir pelos filhos. Minha mãe, muito nova talvez com 40 anos, nessa época, quando estava eu com três ou quatro anos, ela tinha mais ou menos quarenta e sete, era linda. Apesar da vida difícil que levava, da luta diária pela sobrevivência, encontrava-se muito doente.

Éramos seis irmãos e uma irmã, embora pobres, a felicidade reinava entre todos, pois eramos uma família honesta e de carater

Eramos sete irmãos: Embora muito pobres, a felicidade reinava, pois  eramos uma família honesta e de carater. A casa era pequena e só tinha dois quartos, um para os sete filhos, o outro para os meus pais. No quarto deles, até aos quatro ou cinco anos, dormia aquele que ainda era bebé em cima duma mala ao fundo da cama deles improvisado de berço.

Depois de percorrer toda a casa, conversava com o casal  onde todos os anos vai passar férias, contei  aos dois um pouco de minha vida vivida em Argoselo. Falei dos meus pais e até sugeri a eles se um dia, quando houvesse alguma dificuldade, quem sabe eu poderia comprar. Não sei se fiz bem em fazer isso, mas fiz.

Para finalizar, passei no lado de fora da casa. Olhei para os lados das janelas e vi ainda a placa de azulejos com o nome; (Casa Chastre).

Não deixei de olhar também para a Capela de Santo Cristo a quem a minha mãe era muito devota.

A visita que fiz à casa onde nasci, na qual começou a minha história, trouxe-me muita emoção, muitas lembranças e eu prometi a mim mesmo que voltaria outras vezes aquele lugar tão simples, mas abençoado por Deus.

Quando um filho da terra pensa em ir visitar o lugar onde nasceu, raramente fica fora do roteiro, o que é compreensível. Mesmo que seja por pouco tempo, a visita é suficiente para descobrir alguns segredos que fazem dela um lugar que merece a sua visita!

As minhas viagens são curtas e normalmente são durante as festas de verão, e aproveitava com a minha câmara de filmar e máquina fotográfica, para explorar algumas partes do termo como: quedas de água, rochas, rio Maças, Rio Sabor e o Planalto de São Bartolomeu, lugar obrigatoriamente a visitar!

Se eu pudesse voltar atrás, eu não abriria mão da casinha onde nasci, e que me fez tão feliz e tantos bons sonhos mas, também passei algumas agruras. Mesmo assim, eu jamais arriscaria trocar o meu lar de infância por qualquer estadia noutro sítio. Mas hoje, volto e sei que aqui, já não é mais o meu devido lugar. Triste, mas feliz!... quando volto ao sítio onde nasci!

 

Ilídio Bartolomeu

24-1-2121

 

terça-feira, 30 de outubro de 2018

AOS MEUS LEITORES PRÓXIMOS OU DISTANTES!


Olhar para frente e imaginar o desconhecido é algo que provoca diversas e diferentes reações nas pessoas. Umas olham com grandes expectativas, pois os sonhos também são grandes e os projetos de vidas são construídos num curto espaço de tempo entre o presente e o futuro. Outras olham amedrontadas, pois, apesar de também terem projetos de vidas construídos, não sabem ao certo o que o futuro lhes reserva. Dizem que o futuro a Deus pertence, mas temos certeza do que vos espera um dia. Apesar disso são angustiantes as incertezas e as surpresas que Ele vos reserva. Dá até um arrepio na barriga. Mas é esse medo que tanto vos incomoda.

A vida é uma luta. É uma luta pela sobrevivência. Neste nosso mundo descompassado, viver é uma arte e como tal, imprimimos os personagens que farão parte da nossa obra e pode ser que em vários momentos da vida tenhamos que trocar de personagem para uma nova realidade. Viver é um jogo. Um jogo, que o resultado tem e deve ser a vitória, não há outra maneira, pois de contrário não sobreviveremos.

Durante todo o tempo em que vivemos, factos e acontecimentos sucedem no tempo, fazendo com que mudanças na vida ocorram, tanto para melhor, quanto para pior. O medo do futuro é aceitar, que não sabemos o que nos espera. Esse não saber é o terror que assombra e nos perturba. O medo do futuro é aceitar, que a nossa área de conforto está sempre a um passo de ser destruída, já que viver é lutar. Crescer é tornar-se independente e, por assim ser, naturalmente cada qual constrói para si um projeto para o futuro e isso muda completamente a nossa vida. Essa mudança também é medo do futuro.

Não temos como fugir dele, porque um dia ele nos alcançará. O melhor que se tem a fazer é viver o presente, como se fosse o melhor dos futuros, para que lá de longe possamos olhar para traz e ao invés, de reviver o medo, possamos viver uma deliciosa nostalgia de ter bem vivido a vida com, as pessoas que um dia partirão antes de nós. O medo do futuro é não viver o presente.

É vital sempre ter algum objetivo na vida.  É nessa vontade de lutar, de viver, que existe a verdadeira felicidade.  É nessa capacidade de aceitar tudo o que de bom e de ruim a vida nos oferece, que se pode dizer: sou feliz, principalmente, adquirindo a certeza de que as coisas, que nos acontecem obedecem a diretrizes de Alguém Superior, é que se consegue realmente ver o que poderá ser a felicidade em cujo encalço estamos.

No dia 28 de abril de 2000, comecei a publicar os artigos no blogue São Bartolomeu Freixagosa, com títulos sugestivos, procurando aumentar a ambição e, sobretudo uma profunda mudança de paradigma para Argoselo. Uma das coisas que me propus fazer – não a única – foi a de reduzir as distrações dos argoselenses para bem do presente e futuro.

Reduzir as distrações, seria apenas parte do processo. Depois, havia mesmo que entrar em trabalho perspicaz. Isso exigiria muito mais disciplina e compromisso para trabalhos profundos, tendo maior noção do que é mais importante para o que deveria ser privilegiado, mesmo quando pressionados com as “urgências” do dia-a-dia que, tantas vezes, não tão urgentes assim.

Hoje, com 18 anos a escrever artigos no blogue sobre Argoselo, é hora do balanço final. É curioso constatar de que alguns textos provocaram algum impacto, que meço pelo número de pessoas que os leram, e em alguns momentos interagiam comigo e, sobretudo o recebimento que sentia, principalmente nas redes sociais.

Foi divertido e revelador. Creio que, no fundo, algumas pessoas gostariam que continuasse, mas tenho más noticias.  Nunca foi minha intenção desaparecer do espaço social digital, desde logo, porque lhe reconheço uma série de vantagens. Apenas pretendia fazê-lo de uma forma que, não lhe retirando as vantagens, não viesse acompanhado das desvantagens. Em larga medida, acho que o consegui fazer.

Foram temas bem diferentes e não sei exatamente o que pensar, salvo que o público é supremo para definir os seus interesses, e que nem sempre os meus textos tiveram significativo acolhimento por parte de algumas pessoas, nem uma boa critica necessariamente as impressionou e cativou. Tenho textos que me agradaram, mas que não alcançaram muitas leituras. Outros até chamaram bastante atenção. A interação literária, não é fácil. Como não estava à procura de quantidade ou sucesso, fui fazendo o que podia, mas sinto-me feliz com o que consegui, apesar das minhas habilitações literárias não passar da quarta classe, mas seja como for, creio não ter desapontado os leitores, “SALVO ALGUNS ERROS” 

Porém, foram todos vocês que me motivaram a escrever dia após dia. Nunca corri atrás de ser o primeiro para ser colocado numa possível lista daqueles que escrevem sobre Argoselo. Ficava porém feliz, quando apenas os leitores se apresentavam para ler e comentar os meus textos. Na verdade, escrevia para me libertar de mim mesmo.

Meus amigos próximos e distantes, por motivos de força maior, estas minhas crónicas e artigos chegaram ao fim, (não direi jamais) o Blogue continuará aberto.

Nos meus textos, as tradições e hábitos de antigamente falaram mais alto, ao desempenhar e preservar os costumes da terra que me viu nascer.

As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.

Obrigado a todos aqueles que os prestigiaram.

Grande abraço, amigos.

 Ilídio Bartolomeu



quarta-feira, 10 de outubro de 2018

REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO ENVOLVENTE À IGREJA MATRIZ DE ARGOSELO




O cemitério da Igreja Matriz de Argozelo encerra uma História que encontra paralelo com as grandes metrópoles.

As sepulturas em igrejas foram práticas comum até o século XIX, como forma de aproximar os católicos dos santos.

Os enterros deixaram de ser feitos no interior dos edifícios de culto quando começaram a surgir as primeiras noções de higiene.

O Adro dos Enforcados e o Campo das Malvas (malvados) eram sítios onde se enterravam os enjeitados, criminosos e outras almas perdidas.

Por não se considerarem dignos de solo sagrado localizavam-se longe do interior das igrejas, muitas vezes fora das zonas muralhadas, desprovidas do abrigo espiritual, com a conivência, tantas vezes implacável, da sociedade clerical.

Num dos cantos mais recônditos do Cemitério Velho de Argozelo é possível encontrar “Os Anjos Escondidos”. Anjos que, excomungados em vida, persistem na memória que nos torna humanos, sem necessidade de lápides faustosas

 Escrito por

 Luiz Rodrigues



terça-feira, 2 de outubro de 2018

NÃO HÁ PESSOAS PERFEITAS…

Ninguém é perfeito, mas há pessoas que se aproveitam desse aforismo e tornam-se dificílimas de lidar. São ignorantes ou marretas, que podem tirar qualquer um do sério no âmbito das relações do trabalho, da família, da política, da religião ou em outras situações. Aprender a lidar com elas é um desafio ao nosso equilíbrio emocional.

O conceito de marrento é análogo ao de ignorante, podemos usar para indicar pessoas que gostam de gabar-se das suas habilidades, cheias de argumentações sem vínculos, possuídas, astutas e influentes. Mas os ignorantes, na maioria das vezes, apresentam um temperamento difícil, conhecidos como “cabeças-duras. ”

Existem vários exemplos, que estão em todas as partes, nos mandões irresponsáveis que não respeitam os demais, nos intriguistas e nos ludibria_ dores, que no dia-a-dia assistimos a manifestarem desrespeito pelas ideologias dos outros.

Os indivíduos ignorantes também não desconhecem tudo, mas diante do seu obscurantismo, posicionam-se de modo agressivo em relação aos outros. Eles estão em prontos para desferir palavras insensatas, pois raramente pensam antes de falar, melindrando os que estão à sua volta. Nas redes sociais são raivosos ou brincalhões virtuais.

O modo de lidar com os ignorantes torna-se mais fácil quando toca a indivíduos desconhecidos, porém é difícil quando se trata de lidar com seres humanos conhecidos. No fundo, essas pessoas sentem-se superiores e por isso, elas têm dificuldades de se relacionarem de forma explicativa e educada. Porque existe circunstâncias onde não há argumentos possíveis, uma vez que os ignorantes não fazem questão de esclarecer nada de concreto.

 “Alguém diz num post do facebook, (Argoselo que Futuro); que em Argoselo, há muitos projetos para executar, a “ulos digo eu”? pois bem; se algum projeto há para ARGOSELO, só se for para inovar as COROAS DE FLORES, que a Câmara de Vimioso gentilmente vai depositar nas campas dos defuntos, e que alguém recomenda para mudar de modelo, porque o atual está gasto que até os próprios defuntos estão cheios dele.”

Agora os vivos, ao que parece continuam a gostar muito destes projetos… mas porque será? Será que os argoselenses estão a ver aquilo que eu não vi até com óculos? Ou tantas vezes um qualquer ignorante diz uma mentira que se torna verdade? “Confesso que é de bradar aos céus” Agora com pessoas responsáveis, até que acreditaria!... Não em muitos, mas alguns… sim…

 “Mas se os Argoselenses preferem acalmar as suas indignações e convidá-los a não serem ignorantes inflexíveis e ingratos, em razão de que não têm consciência de que são… então bem podem esperar sentados” …

 

Ilídio Bartolomeu 



sexta-feira, 28 de setembro de 2018

SENSO, PROXIMIDADE E HARMONIA…


Por mais crível mesmo, é que já tenha vindo aperceber por várias vezes, que o leitor saiba das minhas convicções pelo “valor do local”. Inúmeras vezes e com vários propósitos aqui o tenha escrito. Na verdade, acredito que a “Nossa Terra”, os seus recursos e patrimónios, é o melhor que cada um tem além da família e amigos que, curiosamente, também devem ser incluídos nesta mais-valia local. Quanto afirmo e reafirmo esta ideia, convém deixar muito claro que ela não deve ser confundida com o lugar comum “pensar e agir local”. Pelo contrário, esta ideia tem contribuído para desmascarar a coisa, isto é, o dito, cada vez mais intocável e inexistente, pois só serve para ir aguentando um modelo a todos os níveis absurdo e insustentável. Por muitas habilidades que se possam fazer, dá uma enorme ajuda, todos compreendemos que esta “verdade” em que temos vivido tende rapidamente para o fim.

O conjunto de crises, moral, social, económica, financeira e outros, que nos têm batido à porta, anunciam-no inequivocamente. Embora com erros ortográficos, já aqui escrevi alguma coisa sobre o incontornável decrescimento da Vila de Argoselo. Será mesmo possível acreditar num crescimento ao longo dos próximos anos? Como? Tenho duvidas. Este é o “milagre”, pois perde-se a noção dos limites. A realidade vai-nos obrigar, mesmo que alguns (muito poucos) dos confortavelmente sentados neste “modelo ” o não querer a mudar de vida por razões óbvias. É aqui que vamos voltar a ter que contar com o que “temos à mão”, isto é, com os recursos e saberes locais. Para além do imaginável, o mais provável é termos que recordar muito do que, entretanto, fomos esquecendo, sem sabermos hoje de forma clara o que isto significa.

 Parece-me certo e seguro que quem souber viver e tirar partido da terra, em todos os seus sentidos e valores, vai ser rico. Estes serão os verdadeiros novos-ricos. Vamos voltar a sentir melhor as estações do ano e a fazer contas à maior ou menor quantidade das coisas disponíveis para os diferentes usos. Embora possa parecer, este não é um discurso retrógrado e obtuso, é antes a realidade que nos está a bater à porta. Dizer que vivemos numa Terra onde todos dizem à boca cheia têm muito dinheiro, não pode ultrapassar a capacidade de reabilitação do diálogo. É algo demasiado óbvio para ser ignorado por mais tempo. Por esta e outras, que daqui decorrem, convido o governo local a pensar, cada vez mais, numa palavra que é a solução para muitas das crises que atualmente assolam a Vila de Argoselo, a proximidade. Redes de partilha de recursos e saberes próximos são no que nos devemos focar de forma a assegurar um futuro possível.

Numa lenta agonia, o modelo atual vai debater-se acenando com palavras vans  e magia de que isto tudo se vai resolvendo. Sem extremar o discurso o caminho tem de ser o da suficiência local, apesar de tudo o que de duro e até má memória, esta expressão possa ter.

Felizes aqueles, quanto mais depressa e sem demora, decidam por uma outra solução que mais interesse os objetivos da Vila de Argoselo e a de todos Argoselenses…
Seria bom se assim fosse possível!... já…

 

Ilídio Bartolomeu


sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A VERDADE PURA E DURA…


Como todos sabemos, existe no Concelho de Vimioso políticos oportunistas por todas as aldeias. Infelizmente. Essa deformação do caráter humano causa profundas mágoas e ressentimentos em todos nós; afinal, o oportunista é uma espécie de traidor da nossa boa-fé, confiança, e factos que por vezes só descobrimos muito tempo depois. Embora o oportunismo esteja por toda parte, há uma área em que ele fica mais evidenciado, neste caso refiro-me à prática dos políticos do nosso Concelho. Há políticos que não pensam nem duas vezes para mudar de partido, obviamente para atender aos seus interesses mais imediatos, digamos. E o programa do antigo partido que ele jurava defender e cumprir? E os seus eleitores que, esperançosos, confiavam nele, votando e elegendo-o quando ele ainda defendia os ideais do outro partido? Sem a menor cerimônia, tudo isso será simplesmente mandado às favas no primeiro momento em que o político oportunista vislumbra uma nova situação que melhor satisfaça os seus interesses, nem sempre confessáveis.

Nesse campo, o oportunismo não fica só nisso, não. Existe uma espécie muito comum de político que, ao se candidatar, vira outra pessoa de uma hora para a outra, passa a cumprimentar: conhecidos, desconhecida toda agente, interessa-se pelos problemas das pessoas mais simples, dedica atenção a todos, sejam ricos ou pobres, olha nos olhos e procura transmitir franqueza e sinceridade, etc. Pessoas de costumes fechados, algumas até arrogantes e antipáticas, como num consentimento de mágica, quando se candidatam, transformam-se em simpáticas e atenciosas figuras, acessíveis a todos. Mas, que ninguém se engane; passada a eleição, tudo voltará ao normal. Principalmente diante de uma derrota, o lobo rapidamente tira a pele de cordeiro e volta ao seu estado de natureza. A providência seguinte é desaparecer das ruas e praças, pois agora ele não terá mais de se dar ao trabalho de cumprimentar as pessoas do povo. Em seguida, dá adeus aos sorrisos simpáticos, fingir tentar esquecer tudo o que foi dito e prometido no período de campanha eleitoral. Aí está o retrato acabado do mais puro e deslavado oportunismo político, infelizmente muito comum neste Concelho de Vimioso.

Quando essas pessoas estão no poder, o oportunismo expressa-se sob diversas modalidades. A primeira delas é a farra da divisão dos cargos públicos, onde o que menos conta é a competência de quem será nomeado. Os cargos e as funções serão ocupados de acordo com os mais baixos interesses partidário que, depois de vencida a corrida eleitoral, estão ansiosos pelo poder. E, nessa azáfama, os oportunistas não se fazem de desentendidos; ao contrário, adotam uma postura agressiva e partem para cima do bolo, para garantir logo a sua fatia. Algumas vezes, não há cargos suficientes para acomodar toda a gente. Nessas horas, o que fazer, então? Simples: criam-se mais um cargo, somente para atender aos objetivos eleitoreiro e saciar o apetite do falso aliado.

Enquanto isso, o interesse do povo ficará relegado às moscas, até que aconteça nova campanha eleitoral, em que o oportunismo de plantão fará com que as esperanças (do povo e destes polítiqueiros!) sejam renovadas, com as conhecidas promessas que eles bem sabem, mas que nunca sairão do papel. Como o povo, além de boa-fé, tem a memória curta, muitos oportunistas voltarão e, com um discurso recauchutado, repetirão a cantilena do velho roteiro previamente traçado, em que a ordem é transmitir sinceridade, esperança, prometer progresso, geração de empregos, boas escolas, saúde, etc. O político oportunista é como se fosse um deus da mitologia greco-romana que tinha duas caras: uma que olhava para frente e outra para trás. Aqui no Concelho de Vimioso, como sempre, inovamos em matéria de esperteza, os nossos políticos oportunistas que não são mais que um “simples” Janus, pois têm várias caras. O pior de tudo é que, quase todas essas caras, além de serem de madeira, são cínicas e nenhuma delas tem sequer um resquício de vergonha. Lamentavelmente, muitas dessas pessoas passam uma vida inteira representando, traindo a fé dos povos do Concelho de Vimioso, sendo eleitas e reeleitas… E então em Argoselo é por demais!... é impressão com  que fico...

 Ilídio Bartolomeu


quinta-feira, 13 de setembro de 2018

UMA HISTÓRIA DE CONFLITOS PESTE


A Igreja Matriz de Argozelo deve ter sido fundada entre o ano de 659 – em que morreu o seu orago – e o ano 1187 em que a aldeia foi trocada pelos terrenos da cidade de Bragança (relatado anteriormente). O edifício atual, da nossa lembrança, apesar de mandado construir no ano de 1722, deve ter demorado a sua conclusão, aproximando-se do início do séc. XIX.

A História que vos trago é da capela de S. Sebastião que guarda alguns dos materiais de uma outra anterior que também serviu de Igreja Matriz.

Em Argozelo houve, em tempos, duas capelas de S. Sebastião, a primeira localizava-se perto ou no Bairro de Baixo, de pequena dimensão, que não cumpria o objetivo de substituir dignamente o papel atribuído à Igreja principal e a outra é aquela que nos recebe e dá as boas vindas. A escolha deste santo (porventura para 1.º orago) está intimamente ligada aos factos históricos que enquadram a vida na época da fundação da freguesia.

No século XIV, com o aparecimento da Peste Negra, o Padroeiro S. Sebastião era um dos santos que mais devoção concitava, sobretudo depois da oferta de uma relíquia sua a D. João III. Aumentou a fama com o facto de ter nascido no seu dia (20 de janeiro de 1554) o desejado Rei D. Sebastião – aquele “maluco” que ficou de voltar num dia de nevoeiro, mas nunca apareceu!

Obviamente os surtos da praga foram transmitidos pela Tradição Oral com elevada frequência e intensidade. Segundo as estimativas mais credíveis matou, entre um terço e metade da população, levando a nação ao caos. Foram inclusivamente convocadas as Cortes em 1352 para restaurar a ordem. Muitas aldeias desapareceram do mapa e os sobreviventes desejaram, por todos os meios, não voltar a presenciar tamanho horror.

A Peste Negra era comparada a «setas que se cravavam no corpo», por isso, S. Sebastião passou a ser invocado como protetor contra essa praga e todo o tipo de morte provocado por objetos que trespassavam o corpo (três setas, uma em pala e duas em aspa, atadas por um fio, constituem o seu símbolo heráldico).

Por todo o reino se levantavam ermidas à sua invocação, muitas vezes nos sítios afastados onde se instalavam as «casas da saúde» para os doentes ou degredos preventivos. A capela de S. Sebastião, aquando da sua construção, localizava-se com certeza afastada do núcleo populacional, mas não tanto como a capela de S. Roque (mais recente).

Tal como S. Sebastião, também S. Roque é um santo da Igreja Católica Romana, protetor contra a peste. Dois padroeiros para o mesmo mal! A intromissão de S. Fabião é algo talvez mereça uma explicação lógica que eu não encontrei, mas, como em tudo, os pormenores são os que têm mais significado.

S. Fabião, papa romano, não tem qualquer hipótese de competir com o santo S. Sebastião, daí a minha dúvida em vê-los juntos que será objeto de análise posterior. Contudo, adianto que há uma Cabeça-Relicário de São Fabião na Igreja Matriz de Castro Verde (imagem anexa).

É um relicário de prata com a forma de cabeça de tamanho natural que possui relíquias de São Fabião, com data do séc. XIII que, para além da fama de milagreira que atraía peregrinos e romeiros de outros locais, esta cabeça-relicário está associada a rituais de benzedura do gado que funcionaria como um saudador curando as doenças do gado através do bafo.

Faz sentido! Também houve a preocupação em manter o gado, afastado das pragas! Quem sabe se essa Cabeça-Relicário não terá passado por aqui, em tempos distantes!?

Na História de Argozelo a mensagem é clara - é necessário redobrar a luta contra as pestes, para que fiquem bem longe! Nunca fiando

 

Escrito por 

Luiz Rodrigues


terça-feira, 4 de setembro de 2018

JOVENS, QUE FUTURO QUEREM PARA A VOSSA TERRA?

Gente que ainda tem que vir e possa reunir uns jovens, que tenham estudos (educação) claro, das mais diversas vertentes educacionais, humanas ou biológicas, pode conversar e anotar os pontos principais da conversação em tópicos e veja o que é a prioridade para o Concelho de Vimioso, que seja interessante para a sociedade de forma humana, não egoísta, mesmo que o egoísmo seja uma característica humana, pelo menos façam uma reforma bem estruturada.

Falando concretamente, Argoselo está Velho e só esses jovens podem ser capazes de dar um futuro. Deixar o futuro nas mãos deles, é claro com alguma supervisão, não venham eles também a descambar porque jovens sem maturidade para resolver inúmeras coisas, só com o tempo e experiência de vida serão capaz de fazer. E porque acredito que a inocência desses prováveis jovens, que não tiveram ainda tempo de se corromper, haverá muita coisa que precisam mudar, por exemplo: serem capaz que muita gente seja mudada de mentalidade.

 Os gritos de indignação seletiva, que abafaram o debate de ideias nos últimos tempos, tanto no âmbito da política formal, quanto no espaço das redes sociais, poderiam dar a falsa impressão de que somos incapazes de estabelecer um diálogo qualificado e construtivo. Isso não é verdade. O Concelho de Vimioso dispõe de gente preocupada com os rumos, que ele leva, quando há pessoas com ideias e projetos que podem colocá-lo nos eixos. Sem milagres, com propostas concretas, elaboradas a partir de experiência e estudos. E mais ainda, sem palavras de ordem. Sem ofender os que pensam de modo diferente. Esta vontade reúne algumas pessoas para tratar de áreas fundamentais para o interesse do Concelho. São especialistas e intelectuais de alto nível, com bons propósitos, detentores de senso de responsabilidade com relação aos caminhos que nosso Concelho pode e deve trilhar, e que oferecem aqui sugestões sólidas para o “futuro que queremos”. Um livro para todos aqueles que acreditam que é possível.

 Incentivando ações destinadas a ajudar as pessoas e as aldeias a avançarem em direção a uma economia mais suscetível de criar mais empregos, gerar maior prosperidade, reduzir a pobreza e assegurar que todos possamos viver em comunidades dignas e seguras, melhorando a forma como gerimos os desafios do desenvolvimento sustentável a nível do nosso Concelho.

A iniciativa "O futuro que queremos" utilizará tecnologias de comunicação modernas, designadamente os meios de comunicação social e a Internet, para promover a participação de pessoas de todo o Concelho num diálogo sobre o tipo de futuro que desejaríamos para a Vila de Vimioso e neste caso também a Vila de Argoselo, Aldeias e Bairros. Mas é necessário todas as pessoas saberem, também, o que desejam aqueles que não têm acesso à Internet.

 Os promotores para o diálogo da iniciativa "O futuro que queremos" contém sugestões sobre a forma de levar às pessoas de todas as idades e de todo o Concelho a participarem neste diálogo usando as ferramentas de que dispõem. Enviem as vossas ideias sobre aquilo que o futuro poderá ser na vossa Aldeia mais sustentável, especialmente no vosso caso e no caso da vossa família e vizinhos. Sejam realistas quanto aos problemas que estão a enfrentar e têm de superar. Mas também demonstrem esperança e uma atitude positiva e construtiva  enviem-nas para Rede Atalaia no Facebook

 As ideias podem ser apenas vossas ou surgir no contexto de projetos realizados, reuniões comunitárias, grupos sociais ou inquéritos informais à vossa comunidade. A decisão é sempre vossa. 

 Imaginem que, em 2025, a vossa comunidade, Aldeia ou Bairro é o sítio onde desejam continuar a viver ou onde a vossa família deseja estar a viver. Que aspeto tem? O que está a vossa comunidade a fazer para lidar com questões como a água, a energia, o saneamento, o emprego, a saúde pública e a segurança? A vossa comunidade reflete a vossa cultura, os vossos valores e as vossas tradições. Não tem necessariamente o aspeto que têm hoje outas comunidades de outras Regiões do Pais. A vossa é única e especial no vosso sítio em que vivem com a vossa família.

 Ilídio Bartolomeu


terça-feira, 28 de agosto de 2018

EM DEFESA DO PATRIMÓIO CULTURAL DE ARGOSELO!

Com o objetivo de sensibilizar as pessoas para a preservação e reconhecimento do património Histórico e Cultural de Argoselo, realizou-se no dia 25 de agosto mais uma Festa da Amizade, iniciativa de há alguns anos das gentes do Bairro de Baixo.
É importante valorizar a Cultura de um Povo. Vou dar neste texto especial destaque ao Património Cultura de Argoselo, passado e presente.
Património cultural, é um instrumento inovador da maior importância, onde há três ou quatro anos pela primeira vez se reconhece que o Património Cultural é uma realidade, envolvendo tradições, cultura e costumes da Nossa Terra, através das gentes do Bairro de Baixo, que não querem esquecer da memória os Usos passados dos seus familiares.
Segundo esta gente diz: é que as diversidades culturais que lhes deixaram devem ser preservadas, respeitadas em harmonização com todos os que se revem neles. E se falarmos de um património comum argoselense como realidade a proteger, a verdade também é que estamos perante uma construção inédita em Argoselo.

O Património Cultural é um conjunto de bens, materiais e imateriais, que são considerados de interesse público e coletivo, relevantes para a perpetuação no tempo. O património faz-nos viajar pelo passado, recordando-o; constitui uma manifestação, um testemunho, uma invocação, uma convocatória do passado. Tem, portanto, a função de relembrar acontecimentos mais importantes da vida de Argoselo; daí a relação com o conceito de memória social.
Por isso, a cultura ganha uma nova importância na vida de Argoselo contemporâneo. O desenvolvimento humano não é compreensível nem realizável sem o reconhecimento do papel da criação cultural, em ligação estreita com a educação e a formação, com a investigação e a ciência. O que distingue o desenvolvimento o atraso, é a cultura e a exigência; numa palavra, a capacidade de não esquecer, mas sim de compreender. Deixou de fazer sentido a oposição entre políticas em Argoselo centradas no Património Histórico, por contraponto à criação atual. A complementaridade é óbvia e necessária. Basta olharmos os grandes marcos da presença humana ao longo do tempo para percebermos que em Agoselo praticamente não há uma simbiose de influências entre o poder local e o povo, de diversas épocas, aliando Património material e imaterial e herança.

Uma das preocupações passadas dos argoselenses, deveriam ter procedido à preservação do seu Património Cultural e memória social, com vista à construção da identidade do Povo. Compete-nos a todos nós agora salvaguardar o património coletivo, sendo também agentes ativos na construção do saber, registando as nossas tradições individuais e familiares, em prol da geração vindoura. O que fazemos no nosso presente deve ser efetivamente inscrito para mais tarde ser relembrado. Sabendo a nossa cultura, compreenderemos a importância de mantê-la viva na memória, protegê-la e valorizá-la, como forma de preservar o que somos, as nossas características, a nossa identidade. A identidade implica um sentimento de pertença a um determinado grupo étnico, cultural, religioso, de acordo com a perceção da diferença e da semelhança entre o “eu” e o “outro”, “nós” e os “outros”.
Em defesa do Património Histórico-Cultural de Argoselo, o Sr. Nuno Granjo, ofereceu uma casa antiga graciosamente ao abrigo de um protocolo com a Câmara Municipal de Vimioso, que amavelmente se dispôs ajudar a reconstrui-la, para que os associados tenham uma sede que é tão necessária e desejada. Assim estes promotores do Património-Cultural, passam a ter um espaço próprio para as reuniões dos seus corpos diretivos e para guardar o seu próprio espólio, que tem ficado ano apôs ano, arrumado num espaço cedido pelos Próprios.

Esta sede será “sobretudo um espaço de trabalho”, explicando que servirá para reuniões, pequenos eventos e palestras, ou ações de formação. Até agora os eventos têm sido organizados pelos associados no Largo do Sagrado onde há capacidade para acolher a muita gente que assiste ao espetáculo. Também como novidade, fica o facto dos defensores do património argoselense estarem a preparar para formar uma Associação para que legalmente possa fazer-se assinaturas de protocolos com a Junta de Freguesia e a Câmara de Vimioso. É claro que tudo isto precisa de um percurso!
“A ação destes associados sempre tem sido muito centrada no Bairro de Baixo, onde não falta património para estudar e defender, mas há muito trabalho para fazer em toda a freguesia, que tem um passado que é preciso estudar, conhecer e pensar em recupera-lo, que por ignorância ou por economicismo deixaram-no soterrar ”. Sei que Isto está no vosso horizonte, desenvolver uma exigência para que este vasto património que os vossos antepassados deixaram, seja possível pô-lo à vista de todos. Vocês sabem muito bem do que estou a falar. Por isso, quando Associação, mais que ninguém têm o dever de reclamar aquilo que vos dá direito. Os “Pelames são Património Cultural de um bem, material e imaterial, considerado relevante e de interesse público, podendo ser uma riqueza incalculável para a Vila de Argoselo”.
 A verdade é que estas pessoas não se cansam em relembrar as experiencias e ensinamentos dos seus Familiares, ao que estes também os querem transmitir aos seus filhos como legado. O facto de não terem tido até hoje sede, não tem sido impeditivo os associados de realizarem atividades deversicadas: exposições, fotografias, vídeos e teatro em cada ano, no dia da FESTA DA AMIZADE.

Certamente será uma referência para todos aqueles que pretendem preservar a memória desta tradição, em nome dos ideais e da identidade cultural. Agradecer é uma das coisas que acabam ficando esquecidas no decorrer do dia-a-dia. Pode ser por um simples favor ou por uma grande atitude, mas o agradecimento nunca deve ser esquecido. Assim, endereço esta mensagem de agradecimento a todos vocês mas, deixem-me dar um agradecimento especial ao meu grande amigo Nuno Granjo o convite que me endereçou em nome de todos vós; fico muito grato, como devem saber a minha mobilidade não me permitia estar presente. Esta minha mensagem pode ser uma forma simples de vos dar algum alento para “criardes em Argoselo, por exemplo, formarem a Associação Cultural do Peliqueiro ”.

A identidade de um povo está na sua cultura. Podemos entender como tudo aquilo que é construído pelo ser humano. Inclui os mitos, símbolos, ritos, todas as crenças, todo o conjunto de conhecimentos e todo o comportamento etc. Portanto, conhecer e valorizar a nossa cultura Argoselense, são autoafirmações do que somos!...
 “A alma de um povo é a sua cultura que todos devemos manter”…
Os meus parabéns e o meu muito obrigado e continuem, porque estão no bom caminho…


Ilídio Bartolomeu




quarta-feira, 22 de agosto de 2018

AUTORITARISMO E ARROGANTES?


Alertando para o facto de que atitudes cotidianas e que muitas vezes passam despercebidas, na verdade, podem ser desvirtuações éticos que devem ser combatidos. Hábitos cotidianos de um povo podem refletir como são encarados casos de podridão.

“O respeito ao próximo deve estar presente tanto na esfera pública como na vida privada. Dê o exemplo! Diga não a todas as formas de corrupção, inclusive às do dia-a-dia, e faça a sua parte na luta”

Dizem que se conselho fosse bom não dávamos e, sim, vendíamos. Mas, dar sugestões às pessoas, não tem preço. Não vou dizer que as minhas opiniões e ideias são as mais certas ou as melhores. Mas, quando temos mais vivencia, maturidade, mais analisamos, pensamos e mais podemos opinar ou ajustar um comentário às pessoas. Falar o que desejamos é livre, desde que feito com bom senso e ética.

Quem ler o que escrevo e o que digo. Poderá refletir um pouco sobre as minhas ideias e mudar algo na vida das pessoas ou nos seus pensamentos, pode ser um ato espantoso, caso venha de bom senso sempre.

Pelo menos tenho feito algo de bom para as pessoas: para mim mesmo que pensei em assuntos e comentei para quem parou para ler e refletir nem que fosse por um minuto, provoquei um pouco de movimento na vida de alguém. Ou, um “agitar-se” nas ideias e pensamentos. Para quem pode estar a reclamar que a vida está parada, sem movimento ou sem melhora nenhuma, um pequeno movimento nas ideias já foi um bom começo.

Para quem reclama que nada acontece na vida ou que as oportunidades não aparecem, é bom abrir os olhos e a mente, pois todas as chances e oportunidades que a vida pode dar, estão bem na vossa frente ou batendo nas vossas portas. Basta então querer olhar, ver, achar e agarrar a chance e a oportunidade. E, quem sabe a vida melhorará ou começará a movimentar-se.

Sempre falo em entendimentos e reprogramação mental, se querem mudança na vida, mudem a vossa mente e vibração sobre respeito pelos outros.

Mas, se a vossa vida está inútil e desejarem mesmo melhorar, por favor, não peçam ajuda e nem escutem as pessoas falsas e negativas que estão à vossa volta. Estas pessoas só os puxarão para baixo e atrapalharão o vosso sucesso e crescimento. Em resumo, fechem os ouvidos para estas pessoas negativas e falsas. Façam como a fábula do sapo surdo.

A fábula dos sapos fala de uma corrida de uma centena destes bichinhos até o alto de uma torre. Os que assistiam à louca corrida gritavam para os sapos que eles não iam conseguir. Um a um, os sapos caiam antes do topo, sempre perante os gritos loucos e desmotivadores que assistiam. Para espanto de todos, um deles subiu, subiu, subiu e alcançou o topo da torre. E por que alcançou a meta? O sapo era surdo. Não poderia, de modo algum, ouvir o que lhe diziam os chantagistas. Logo, só tinha um grande objetivo pela frente: conseguir realizar o seu sonho de chegar ao topo da torre. A moral desta história é que alguém que quer chegar e alcançar os seus sonhos não deve dar ouvidos às pessoas pessimistas e chantagistas que constantemente nos rodeiam. Acreditem em vocês e nos vossos sonhos porque se tornarão realidade.

Fiquem aqui com a minha sugestão. Ou, melhor, opinião: fechem os ouvidos para os críticos e negativos da vida do que querem fazer.

Ficam com dúvida? Querem saber mais sobre os trabalhos de Ilídio Bartolomeu e valores dos trabalhos pessoais? Dê uma olhadela no Blogue São Bartolomeu Freixagosa, vejam como sempre fiz, faço e escrevo o que idealizo livremente sem que me preocupe com o que os outros pensam e dizem de mim.

 Argoselo e as pessoas estão sempre e estarão no topo das minhas preocupações intrínsecas por um melhor bem-estar da comunidade conforme sei e posso. Mas dirão? O que tu tens feito e com o quê tens contribuído para Argoselo? Eu nada, que fosse visível. Mas se dei, nunca tive necessidade de divulgar. Mas garanto-vos que dei conhecimentos ao mundo do nosso Argoselo! Agora se há pessoas que pensam doutra maneira, querer trocar logo o Fiat 500 por um Mercedes AMG-GT, estase mesmo a ver o que poderá sobrar para as restantes pessoas da população!...

Por um Argoselo que nos possamos orgulhar!

 Ilídio Bartolomeu


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

ALQUEIR RAZA E ALMUDE ARGOSELO


Profundas arcas, tulhas abissais, celeiros como naus da Índia, dornas e tonéis, arcais senhora minha, tudo isto medido em côvados, varas e alqueires, em almudes, moios e canadas, cada terra com seu uso. (José Saramago in “Levantado do chão”)

Esta frase do romance de Saramago, tirada à força da realidade Alentejana, bem se aplica às nossas paragens quando era preciso transacionar bens e mercadorias no período em que a moeda corrente não circulava tão facilmente pelo elevado valor.

Poderá parecer confuso na comparação das unidades padronizadas dos nossos dias, mas o legado que vos falo é anterior à fundação do país e tem raízes, entre outros, da ocupação árabe.

Veja-se o exemplo do alqueire como medida de capacidade, existe um outro “alqueire”, este como medida de superfície e que é utilizado ao longo dos anos nas medições de terrenos agrícolas ou florestais, para inventário do património dos respectivos proprietários, quer na compra e venda de propriedades rústicas, quer ainda para cálculos de foros, adubações, sementeiras e colheitas. O alqueire, como medida de superfície é reconhecido desde os primórdios até hoje.

Alqueires, palmos e varas…pequenas e grandes! Uma confusão que só quem viveu esse tempo percebe!
Recordo a caixa que media um alqueire de centeio do meu avô, sempre junto à tulha para pagar ao barbeiro, vender ou ensacar o cereal necessário à sementeira da terra x ou y.

O valor deste alqueire (capacidade) varia entre os 10 a 12 litros. Era recorrente vender-se o grão do feijão, do milho, do trigo, do centeio, da fava etc..., e até em certas regiões o azeite, ao alqueire.

A diferença da quantidade para a mesma unidade de medida era uma espécie de inflação que perdurava mais numa região do que noutras – em função dos impostos. Nas balanças colavam-se determinadas quantidades de metais no fundo do prato dos pesos (variável ao contrário da massa) para alterar o preço das coisas ou beneficiar o comerciante menos sério.

Um alqueire de terra é duzentas varas quadradas, ou seja: 2,64 x 2,64 m x 200 = 1393,92 metros quadrados. Um “moio” de terra é sessenta alqueires.

À conversa com os mais velhos fala-se que a propriedade x leva n alqueires…Até quando?

Escrito por

Luiz Rodrigues


terça-feira, 14 de agosto de 2018

O TEMPO É UM BEM TÃO PRECIOSO!...

Q TEMPO

Seria  bom sinal se o leitor tivesse tempo para ler este texto até ao fim…

Já se deve ter deparado com alguma destas confirmações de que, “hoje não tenho tempo,” hoje,” “o dia devia ter mais de 24 horas,” “ou o tempo é dinheiro,” e muitas outras parecidas.

Mas, porque estamos sempre a questionar o tempo? Na grande maioria das vezes reclamemos que não temos tempo para nada, até mesmo que o dia é curto, mas qual a real importância que damos para o tempo? A final quem determina o nosso tempo?

O tempo é o bem mais precioso do ser humano, é ele que dita como serão as coisas, por isso temos que ser o "Senhor do nosso Tempo" temos de o administrar com responsabilidade, não o podemos desperdiçar com coisas inúteis e sem propósito.

Como tudo, é preciso planear o tempo para que possa ser nosso aliado, para que  possamos usar esse bem valioso de forma eficaz, não devemos deixar as coisas importantes para depois, pois o tempo não vai parar, e segundo ninguém sabe o que vai acontecer.

Há que usar o tempo a nosso favor, usar o tempo de trabalho para trabalhar e desenvolver as atividades, o tempo de descanso, para descansar e curtir o lazer, o tempo com a família para se dedicar à família. Nós é que administramos o nosso tempo e portanto temos que usá-lo de forma responsável.

Não vale apena reclamar quando se tem trabalhos para executar, faça uma lista de prioridades diariamente para que o seu tempo seja útil e produtivo, não perca tempo protestando e sim ajudando a resolver as adversidades.

Uma das frases que ouvimos muito é "tempo é dinheiro” esta frase mostra-nos que, podemos considerar o tempo neste caso, um determinante para "ganhar" ou "perder" dinheiro. Para os investidores em aplicações a longo prazo, quanto mais tempo mais rendimento, quanto menos tempo maior o risco e a possibilidade de perder dinheiro, em ambos os casos, o determinante também é como administrar o tempo. A pergunta é: quanto tempo pode esperar por este dinheiro? ou preciso do dinheiro rápido? mas a questão aqui não é investimento e sim o "tempo", este está relacionado praticamente em tudo nas nossas vidas.

Tanto na família e na vida pessoal, usem o vosso tempo para estar com quem gostam e amam, divertindo-se, pois o tempo passa e o amanhã pode não existir. Não deixem as coisas para depois porque o tempo pode ser cruel, a oportunidade passa, mas o arrependimento não. A dor o tempo cura mas a culpa no tempo perdura, portanto, trabalhem com dedicação e responsabilidade sem restrição e com vivacidade.

O tempo é nosso aliado, mas também pode ser o maior pesadelo se não o utilizarmos da melhor forma, porque "o que é , já foi ", palavras ditas, atitudes incorretas, decisões tomadas já tiveram o seu impacto, mesmo que possam ser corrigidas e devem. O tempo é o maior bem, por isso procuremos utilizá-lo com consciência e responsabilidade, para que o amanhã seja melhor do que hoje e possamos superar o ontem. Cuidemos bem dele que com certeza colheremos os melhores resultados.

Tempo é a duração das coisas criadas pelo ser humano. É a ideia de presente, passado e futuro. É ele que determina os momentos, os dias, as horas, etc.

Apesar de tantos significados de uma coisa podemos ter certeza, é a de que não devemos ter pressa pois tudo tem um prazo certo para acontecer, é tudo a seu tempo. Há um ditado que diz que a “pressa é inimiga da perfeição” e os nossos destinos já estão traçados. Não adianta querer maltratar, saber esperar é melhor saída.

Portanto vamos desfrutar o tempo que cada um tem, com paz, harmonia e um dia de cada vez!!!

 

Ilídio Bartolomeu